Informa hoje a Sic Notícias que um qualquer empreendedor pretende construir uma enorme ilha artificial no mar defronte a Vale do Lobo, no Algarve.
Tal empreendimento terá os habituais equipamentos próprios de um resort de luxo, entre eles casino e centenas de apartamentos e estará ligado a terra por um túnel.
Bem se compreende este afã em estender agora ao mar o que já não cabe em terra, sabido que é que este aldeamento turístico, classificado como sendo de 5 estrelas, está há muito sobrelotado por construções (só se distinguindo, nesse particular, da plebeia Quarteira, quase contígua, por ter aquele poucas construções em altura e uma maior envolvente verde) e que já teve uma parte dos seus equipamentos construídos sobre a falésia (v.g. a piscina) em risco de desmoronamento devido ao avanço do mar (apenas evitado com o escoramento da falésia por muro de pedregulhos e betão bem visíveis que praticamente acabou com a praia nesse ponto).
Segundo as mesmas notícias, o projecto irá em breve ser posto a discussão pública. Está-se mesmo a ver que não faltará quem, a nível institucional, deslumbrado com a possibilidade de empochar mais umas massas, nos venha apresentar tal projecto como sendo de salvação nacional, tentando épater os auctónes com tamanha modernidade à la Dubai! É que isto de trazer ao Algarve mais uns milhares de turistas é claramente um projecto estruturante não só para o desenvolvimento da região mas até para a economia nacional e combate ao desemprego. Coisa que compensa bem os evidentes, mesmo para um leigo, impactos ambientais negativos. Dirão eles, claro! “Nós” digamos também o que pensamos, que os tempos estão de melhor feição para a participação cívica!
E como quem vai ao mar avia-se em terra, cá por mim, se insistirem na coisa, proponho que, em compensação da construção da ilha, impludam grande parte dos edifícios existentes na zona em terra, a começar pelos que estão sobre as falésias, passando pelas construções em altura, tais como o Hotel que surge inopinado junto à vizinha praia do Garrão e boa parte de Quarteira!
À discussão pública do projecto, marchar marchar, malta!
E já agora, caso vá por diante a proposta de implosão, que a aprovem antes da pensada demolição da esplêndida moradia dos anos 60 que tenho na marginal e que já nem eu nem ninguém da família frequenta, apesar da belíssima vista e ainda melhores recordações!
03 fevereiro 2006
Quem vai ao mar avia-se em terra
Marcadores: kamikaze (L.P.)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Essa da ilha artificial será para esconder as plataformas petrolíferas? Sem ofensa para os algarvios de gema...
Com que então proprietária na primeira linha de praia...
Enviar um comentário