04 março 2006

As crianças que faltam ou as crianças a mais?


A TSF tem, como é sabido, um Fórum Mulher. Só para mulheres e onde homem não entra, a não ser os convidados especialistas. Confesso: não percebo o critério da coisa. É que, de manhã, no tradicional Fórum da TSF entram homens e mulheres. Não se discrimina.

A jornalista responsável pelo Fórum no feminino (Ana Bravo?) tem uma postura antipática. A senhora até pode ser simpática, mas não parece. Mas eu ouço às vezes, tal a habituação à TSF quando viajo.

Ontem, sexta-feira, o tema era a questão do decréscimo de natalidade na Europa. E em Portugal. Um continente de velhos. Um país de velhos.

Ouvi várias teses. E boas desculpas: os infantários estão muito caros e não permitem ter muitos filhos. A desculpa é boa, mas não convence. Mesmo quando é dita com o fervor adequado.

A natalidade diminui por outros motivos. Mais tristes, seguramente. Nos tempos que correm, não há paciência para ter filhos e muito menos para os educar bem. Nem tempo para lhes dar. Tão simples quanto isto. Daí que o decréscimo de natalidade não seja um drama. Deste ponto de vista. Mais dramático é ter por aí crianças que não têm pais, ainda que eles vivam por perto na sua presença ausente. Mais dramático é andar a fazer nascer pessoas como quem cultiva cogumelos.

1 comentário:

O meu olhar disse...

Também nunca percebi essa do Forum Mulher, quando há um Fórum de manhã aberto a todos, como deve ser. Para ser franca, até me irrita um bocado. É uma boa forma de marginalizar, apesar de não ser, evidentemente, essa a sua função.

Quanto aos filhos, também penso que anda aí muito egoísmo, muita centralização numa felicidade feita de carreira profissional e individualismo.
Bom, mas quem perde é quem não tem filhos. É uma coisa única, incomparável.