14 março 2006

(IN)SEGURANÇA


“foi-me esclarecido que a zona compreendida entre o Jardim do Príncipe Real, o Rato e a Assembleia da República é uma zona bastante perigosa, mas que, embora o saibam, nada podem fazer senão aceitar as diversas participações que recebem diariamente, para tratamento como dados estatísticos.”

É esta a resposta dada pela Polícia de Segurança Pública (PSP) a uma cidadã deste país, residente em Lisboa, na zona do Largo do Rato, uma área central e digna desta Capital.

Não lhe restou outra solução senão desabafar em artigo publicado no Jornal “Público” de hoje.

Aquela afirmação é demonstrativa da impotência da Polícia, da indiferença dos poderes públicos perante a (in)segurança dos cidadãos.
Quando a própria Polícia admite que há “zonas perigosas” na capital de um País, ou em qualquer outra cidade, e nada faz para que essa situação termine, recolhendo apenas as queixas dos cidadãos “para fins estatísticos” , já perdemos todos...

É esta a "democracia" em que vivemos!

5 comentários:

M.C.R. disse...

A democracia não pode ser chamada ou invocada para casos destes. zonas inseguras existem em toda a partre e os criminosos não querem saber do regime político.
O que se passa é outra coisa: incompetencia de quem manda, de quem recebe ordens, de quem policia as ruas etc... Mas, repito, isto não tem nada a ver com democracia. com ou sem negrito.

C.M. disse...

laxismo, MCR, laxismo...
os malfeitores "tomaram o pulso", há muito tempo, ao actual regime; sabem que quem o edificou está "traumatizado" com o anterior Estado autoritário...e que está manietado, sem conseguir agir...e aproveitam...

Rui do Carmo disse...

Pois é, caro Cabral-Mendes, não confunda insegurança com democracia. Já idenrificar a insegurança dos cidadãos com a arbitrariedade da ditadura é algo de que muitos de nós tivemos a prova provada.

o sibilo da serpente disse...

Eu acho que a zona entre o Rato e a AR já não é uma zona segura há muito tempo (eheheeheh)

C.M. disse...

Não, meus amigos, não confundo nada: arbitrariedade não! Mas creio até, e já o tenho dito muitas vezes, que é pena que em Portugal não se tenha sabido (ou desejado...) fazer a síntese, de modo feliz, entre os dois sistemas. Do " oitenta" passámos para o "oito" e confundiu-se liberdade com libertinagem. E os malfeitores aproveitam a fraqueza do Estado e dos seus agentes. Tão somente isto.