16 março 2006

Juíza alerta para "risco de ditadura" nos EUA

Com este título, dá notícia o PÚBLICO de 14MAR2006 de uma intervenção da Juíza Sandra Day O'Connor, que se demitiu recentemente, depois de 24 anos no Supremo Tribunal dos EUA, numa Universidade e em que juntou a sua voz aos que dizem que os ataques à justiça estão a abalar a estrutura democrática da sociedade norte-americana.
A Juíza afirmou, além do mais, que os EUA se encontram "em perigo de derrapar para uma ditadura" se a ala direita do Partido Republicano continuar a atacar o sistema judicial, acusando os tribunais de serem demasiado liberais.
"Devemos estar supervigilantes em relação aos que gostariam de fazer vergar o poder judicial"

2 comentários:

C.M. disse...

Infere-se que, lá como cá, a tentação é grande...

M.C.R. disse...

Hoje de manhã à conversa com o Manuel simas relembravamos o sistema americano. Curiosamente é recorrente nos filmes e romances americanos o ataque aos juizes e aos public prossecutors. Basta ler as aventuras de Perry Mason. Ofacto de estes cargos serem normalmente preenchidos por eleição permite a crítica fácil aos seus detentores. Juízes corruptos e Procuradores avidos de condenações para fazer carreira política são o pão nosso de cada dia no filme e romance americanos.
Claro que aqui a coisa é diferente. A administrração republicana tem ultrapassado de modo abismal os limites. Esta juiza é, caso não saibam, uma senhora conservadora.
Gostaria porém de recordar um outro ponto. A justiça foi sempre atacada. os parlamentos franceses, a farsa do maître Patelin (maître é advogado...), as caricaturas famosas de Daumier e por aí fora.
O problema não é os ataques. O problema é a opiniao pública poder achar que os ataques se justificam.
(adorei esta sobretudo dita a alguém como o meu querido Manuel...).
Cidadão que se reivindica como tal e que despreza o termo "súbdito", persisto em acreditar que a maior parte dos agentes da justiça (advogados incluídos) ainda merecem a nossa consideração. Se calhar é porque já andei por lá: o poder das corporações esbate-se mas não morre...