Em Portugal, parece que as grandes empresas querem devorar tudo à sua volta: são as OPAS e as CONTRA-OPAS.
É o capitalismo, na sua versão neo-liberal, em todo o seu esplendor.
Os trabalhadores do BPI, perdão, agora é de bom-tom dizer-se “colaboradores”… sentem-se ameaçados e indagam junto do seu sindicato, como se este fosse um oráculo, o que vai ser da sua (desgraçada) vida. Preocupam-se sem motivos, pois que o muito piedoso Paulo Teixeira Pinto já asseverou que não vai despedir ninguém (por acaso na entrevista que vi na TV, um minuto ou dois mais tarde, afirmou que apenas proporia rescisões amigáveis…deslizes…). Seria caso para dizer, com Ary dos Santos, "banqueiros fascistas agiotas do lazer"...
Mas…os cidadãos portugueses, em geral, dormem…
Entretanto, em França, como é apanágio dos franceses quando algo não lhes agrada, saíram à rua para protestar contra essa ideia “peregrina” consubstanciada no chamado “contrat première embauche” (o nosso Marcelo que traduza…ele que é um francófono dos quatro costados como já depreendi…eu sou apenas um aprendiz).
Trata-se de contratos destinados a menores de 26 anos, que permitem ao empregador prescindir do seu trabalhador nos primeiros dois anos de contrato, sem qualquer justificação.
Sempre admirei a capacidade dos franceses de fazerem frente ao poder político, seja ele qual for. Não admitem que escrevam a história sem a sua participação.
Cá no burgo, por mais leis injustas que sejam promulgadas, o pessoal está sempre “tolhido”. Parece que não têm sangue nas veias. Provavelmente ele foi todo “exportado” nas caravelas…
Veja-se o caso da nossa lei laboral: o contrato de trabalho a termo apenas pode ser celebrado para a satisfação de necessidades temporárias da empresa e pelo período estritamente necessário à satisfação dessas necessidades (artº 129º do Código do Trabalho).
Contudo, a respectiva duração encontra-se regulada neste Código no artº 139º, de cuja leitura, assaz complexa, se infere que o contrato a termo não pode exceder três anos. Ao fim deste limite de tempo, novo meio usado ou velho, vais para a rua, sentar-te no banco do jardim, à espera, não do Godot, mas da morte. Há mais na bicha, perdão, na fila, para te substituir.
É o capitalismo, na sua versão neo-liberal, em todo o seu esplendor.
Os trabalhadores do BPI, perdão, agora é de bom-tom dizer-se “colaboradores”… sentem-se ameaçados e indagam junto do seu sindicato, como se este fosse um oráculo, o que vai ser da sua (desgraçada) vida. Preocupam-se sem motivos, pois que o muito piedoso Paulo Teixeira Pinto já asseverou que não vai despedir ninguém (por acaso na entrevista que vi na TV, um minuto ou dois mais tarde, afirmou que apenas proporia rescisões amigáveis…deslizes…). Seria caso para dizer, com Ary dos Santos, "banqueiros fascistas agiotas do lazer"...
Mas…os cidadãos portugueses, em geral, dormem…
Entretanto, em França, como é apanágio dos franceses quando algo não lhes agrada, saíram à rua para protestar contra essa ideia “peregrina” consubstanciada no chamado “contrat première embauche” (o nosso Marcelo que traduza…ele que é um francófono dos quatro costados como já depreendi…eu sou apenas um aprendiz).
Trata-se de contratos destinados a menores de 26 anos, que permitem ao empregador prescindir do seu trabalhador nos primeiros dois anos de contrato, sem qualquer justificação.
Sempre admirei a capacidade dos franceses de fazerem frente ao poder político, seja ele qual for. Não admitem que escrevam a história sem a sua participação.
Cá no burgo, por mais leis injustas que sejam promulgadas, o pessoal está sempre “tolhido”. Parece que não têm sangue nas veias. Provavelmente ele foi todo “exportado” nas caravelas…
Veja-se o caso da nossa lei laboral: o contrato de trabalho a termo apenas pode ser celebrado para a satisfação de necessidades temporárias da empresa e pelo período estritamente necessário à satisfação dessas necessidades (artº 129º do Código do Trabalho).
Contudo, a respectiva duração encontra-se regulada neste Código no artº 139º, de cuja leitura, assaz complexa, se infere que o contrato a termo não pode exceder três anos. Ao fim deste limite de tempo, novo meio usado ou velho, vais para a rua, sentar-te no banco do jardim, à espera, não do Godot, mas da morte. Há mais na bicha, perdão, na fila, para te substituir.
Aliás, a versão original do Código do Trabalho previa um limite máximo de seis anos, incluindo as renovações contratuais. Mas, por via de um acordo entre os parceiros sociais (estes são bem importantes, não é verdade?) esse máximo foi reduzido para os três anos.
De qualquer forma, alguém viu alguma coisa a mexer? Não. Talvez uma gritariazita junto da Assembleia da República, o folclore do costume e depois…a modorra.
“Pour cause”, até ando a folhear, com um ar que presumo suspeitoso, alguns livros, amarelecidos pelo tempo, como esta “pérola” da Marta Harnecker – “O Capital: Conceitos Fundamentais", de uma tal “Iniciativas Editoriais”, colecção XX – XXI , com a menção, que me fez sorrir, “Por um Marxismo Rigoroso”…
Mas que ali repousam algumas verdades económicas, lá isso não há dúvida…
5 comentários:
Não me provoque, caro Amigo, não me provoque.
Tem V toda a razão, como aliás já José tinha. Este contrato é uma maneira pouco subtil de manter os contratados num estado de total ansiedade e total precariedade. Pior: vai fazer com que os seus "felizes" usufrutuários façam tudo para cair nas boas graças do patrão. Quer apostar que haverá muito menos queixas de assédio sexual? quer apostar que os tempos de trabalho se alongarão desmedidamente entre estes jovens sujeitos a um capricho do "boss"?
Cá em Portugal um ex-ferrabraz da ultra esquerda que dá pelo nome de José Manuel Fernandes já veio afirmar com o tom pomposo e chato que lhe caracteriza a escrita que os jovens não percebem nada de nada e que não conseguem saber o que é a França actual.
Esta sublimidade da bem pensancia da apostasia esquerdistoide fala grosso e mal no jornal do grande patrão e não perde pitada para arrear no seu pobre e estreito passado. Deve ter sido marxista (marchista, diria eu) alimentado a Martha Harneker Enver Hodja.
V. desculpe mas a Harnecker é o marxismo revisitado pelas selecções do Reader's Digest em versão leve, levezinha.
Terei todo o gosto em lhe enviar o que quiser dessa literatura "perigosa" para comparar. Todavia nem mesmo a Marta deixa de trazer algumas verdades, primárias mas verdades.
Ao editorialista do Público é que não vale a pena mandar nada. Tenho de resto a percepção de que nunca valeu. Aquilo, o tom esquerdóide deve ter sido brotoeja temporã ou sarampo, Passou com a idade...
Querido Amigo, lembro-me que aqui em Lisboa, na Faculdade de Direito, a Marta Harneker estava muito "na moda" nos anos "quentes"...ahahah
Tem razão: isto está um descalabro...a malta jovem está num beco sem saída...é o neoliberalismo...pergunto-me onde está a Democracia Cristã em Portugal (não está no PP certamente...)e os valores defendidos através da Doutrina Social da Igreja...
O que vemos é indivíduos que se dizem muito "piedosos" a lançar subitamente no desemprego famílias inteiras...então, e o futuro? Os filhos dessa gente? Vai tudo viver para "debaixo da ponte"?
Estamos como na América...
Não se devem admirar muito.
JMF,no Público, recentemente escreveu um "editorial", Estes, tão vulgares se tornaram que são apenas mais uma coluna de opinião, a par de outras como a de JPP ou de um qualquer escriba momentaneamente arrebanhado para o "grupo".
NO dito "editorial", exclamou : "Viva o Mercado!"
Ocorreu-me logo outra palavra de ordem do tempo em que se escreviam murais, por não haver espaço nos jornais...poderia ser por exemplo, "VIva a revolução", porque o espírito aparenta ser o mesmo.
Mudam-se os tempos...
Nicodemos mais social democrata que eu é difícil...
DlM o movimento de 68 começou em Março (o grupo do cohn Bendit chamava-se de resto mouvement du 11 Mars. E esta, hem?
MCR, então...estamos na "mouche"!
Enviar um comentário