Por que razão vemos e ouvimos os agricultores manifestantes que enchem há vários dias as nossas televisões e não acreditamos (eu não acredito...) em nada daquilo?
Tudo soa a falso. Aqueles senhores de bigode farfalhudo, óculos escuros, boné casual, roupa de marca, olhar marialva e jipes topo de gama escondidos lá longe mostram-se muito revoltados com o estado da agricultura e não se cansam de exigir a saída do ministro. Propostas? Estratégias? Alternativas? Nãã...apenas mais dinheiro para um reduzidíssimo número de proprietários. Sempre os mesmos.
E o que dizer da presença nessas manifestações dos pobres assalariados agricolas, verdadeiros voluntários à força nas mãos dos seus senhores? Sem estes assalariados qual seria a expressão de tais manifestações? Não há um sindicato que se insurja contra esta utilização abusiva de trabalhadores? Ou o lobby chega para todos?
Pobre país...
30 março 2006
Por que será?
Postado por jcp (José Carlos Pereira)
Marcadores: JCP (José Carlos Pereira)
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3 comentários:
Bem visto, JCP.
Esses agricultores(?!?) que vemos "bem vestidos" na TV, são precisamente aqueles que andaram a roubar o povo português durante o regabofe pós 25A. Com efeito, todo aquele dinheiro que entrou "às pazadas" no nosso País foi malbaratado, empregue que foi nesses senhores que nunca cultivaram absolutamente nada, nunca o pretenderam fazer, ficaram antes com os dinheiros que, generosamente, o IFADAP lhes deu, com os compadrios que se conhecem, técnicos do IFADAP que, a troco da "alma", aprovavam projectos que nunca passariam do papel! Dinheiro esse que foi empregue em casas, jipes, viagens...nunca na agricultura. E agora, passados tantos anos de subsídio-dependência-ganância, pretendem, despudoradamente, que o Governo, qualquer que ele seja, continue a distribuir o dinheiro que é de todos nós, contribuintes.
Quem liquidou a agricultura portuguesa?
Já agora, e a Indústria?
E a Marinha Mercante?
E???E??...Portugal está liquidado!
O regabofe começou há séculos. continuou impune e descarado durante o Estado novo e a treta do Alentejo celeiro de Portugal. São os mesmos, DLM, são os mesmos. Os señoritos de boné são os mesmíssimos de antes. Não se criou uma agricultura média no país porque (e ainda há pouco o jornais o noticiavam) boa parte do país não está adequada as culturas nele praticadas. Os assalariados se os há é para o sul, o etertno feudo dosgrandes. Ou um pouco para algumas grandes quintas vinícolas do douro. O resto é pequeno proprietário que volta e meia se assalaria num outro .Mais nada.
A indústria portuguesa caracterizava-se por ser de mão de obra intensiva. veja o caso da têxtil a maior de todas (duzentos e trinta mil assalariados nos finais de 60!) . Morreu e vai morrendo graças á concorrência de mercados com mão de obra mais barata. Antes tinha assassinado a indústria têxtil catalã que por sua vez dera conta da inglesa. Sempre o custo de mão de obra... O mesmo ocorre nas conserveiras. E na sapataria. E nos estaleiros navais, estes atacados pela crise geral e patente em todo o mub+ndo desenvolvido.
DLM: então essa economia política? já não era curricular no seu tempo?
A marinha mercante? só houve hipótese enquanto tivemos mercados protegidos, as colónias. E
enquanto o avião não começou a embaratecer...Portugal não está liquidado. Tem de investir nos sectores em que pode concorrer. Há exemplos: os moldes. Temos de pensar em tecnologias novas e que sejam de capital intensivo ou pelo menos onde a nossa mão de obra não tenha custos mais elevados do que a concorrência. Mão de obra qualificada, claro.
De acordo?
Pois sim, MCR, seja...acho tudo tão difícil...
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