02 março 2006

Porto-Corunha-Porto

Fui hoje à Corunha, com hora marcada para chegar lá. Saí as 9.00 h de casa e, uma hora e meia depois, ainda estava à saída do Porto. Trânsito imenso entre a VCI e a saída da A3 para o IC 24. Obras, explicaram-me quando ligei para a TSF. Depois de entrar em velocidade de cruzeiro, fiz tal qual como o deputado cumpridor. Ou era assim, ou renunciava. E o tempo estava mau e eu ando um bocado assustado depois do acidente de há dias. Duas horas da saída do Porto à Corunha. Imagine-se! Cheguei cedo de mais. Resolvi o que tinha a resolver em 10 minutos. Distendi. Depois de duas noite muito mal dormidas e da viagem tensa, sobreveio todo o cansaço do mundo.

Decidi almoçar, almoçar mesmo, coisa que não faço há muito. Tentei encontrar a zona dos restaurantes na cidade velha de que me lembrava da passagem-de-ano de 1999/2000 e encontrei-a. Curioso. A maior parte dos restaurantes tinha dísticos na porta a dizer que ali se podia fumar. Pois, era mesmo isso o que eu queria. A minha simpática companheira de viagem - obrigado, companheira, por ter tornado a viagem mais doce -, fumadora contida, também ia reparando nesses dísticos. Entrámos num: onde os fumadores não eram criminosos. Um suave cheiro a cigarros. A merluza a la plancha estava óptima. A dourada também estava, disse-me. O suave cheiro a tabaco não estragou os sabores, companheiro Nicodemos.

O regresso. Um engano à saída da Corunha levou-nos por uma Espanha pobre, uma Espanha sem vida, com paisagens vazias, com áreas de serviço desactivadas e uma estrada de lençóis de água à margem de Carballo, antes de Pontevedra e Vigo e Tui. E depois, Portugal. Um café em Valença, de propósito Valença, porque não havia áreas de auto-estrada. E depois o Porto. O Porto feio de quem vem daquele lado, tão longe do Porto sentido de Rui Veloso, de quem vai deste lado...

5 comentários:

C.M. disse...

À semelhança do postal de há dias do Nicodemus, aprecio estes postais do nosso carteiro. Como amo viajar ( mas não o posso fazer tanto quanto gostaria...) delicio-me com as suas descrições. Já sei onde, após um bom almoço, se pode fumar um "puro" na "nossa" Espanha...

M.C.R. disse...

Ó Carteiro grande verdade é essa: não há nos primeiros 50 km entre Galiza e Porto uma estação de serviço. Vem um tipo louco por um café (nisto somos melhores do que eles!...) e nada. Ou sai da autoestrada ou vai até á área de Barcelos. Vamos fazer um abaixo-assinado?

o sibilo da serpente disse...

A região de Espanha que conheço mlhor é sem dúvida o País Basco. É verdade que os bascos com quem contacto não se sentem espanhóis. Mas isso não basta para que as cidades bascas, sobretudo Vitoria ou San Sebastian ou a intermediária Pamplona, sejam assim tão diferentes das demais cidades da grande Espanha. O estilo de vida é o mesmo, os mesmos hábitos e por aí...

o sibilo da serpente disse...

Ah, companheiro Nicodemos: a merluza era tão boa que nem o aroma suave do tabaco a podia estragar :-)

o sibilo da serpente disse...

Essa do abaixo-assinado parece-me bem, MCR. Realmente não faz qualquer sentido tantos quilõmetros sem uma área de serviço. Ainda por cima do lado de lá também não - ou não as vi.