18 março 2006

solitude



a vida se estende aos meus pés
porém não me elevo sobre ela.
só meus olhos espantados
observam o desenrolar
frenético das coisas.

olhos amarrados a cada dia
e à impotência deles.

há nuvens a molharem-me a fronte,
não mitigam o calor.
por detrás das janelas esconde-se
o drama e a dor;
na praça o riso soa falso.

em que sol nascente explode a esperança
de homens e mulheres se amarem?

em que noite minha solitude
será menos erma ?



silvia chueire

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