Ontem, 25 de Abril, tive oportunidade de intervir na sessão solene que comemorou o Dia da Liberdade em Marco de Canaveses, integrada nas comemorações que acabaram por atrair a atenção dos principais órgãos de comunicação nacionais. Referi-me ao período singular que se viveu nesse concelho durante mais de vinte anos e também ao muito que ainda está por fazer, lembrando aos actuais responsáveis políticos as suas responsabilidades.
Mas comecei a minha intervenção, como seria natural, com a evocação do golpe militar que permitiu que a minha geração e as que se lhe seguiram crescessem numa sociedade aberta, plural e democrática. Enalteci a acção dos jovens capitães de Abril e entre eles destaquei, pela coragem, pela humildade, pelos valores, pelo desapego ao poder, o malogrado Fernando Salgueiro Maia.
No poema "O Revolucionário", a poetisa Sophia de Mello Breyner evocou, de forma sublime, a dimensão humana de Salgueiro Maia:
“Aquele que na hora da vitória
Respeitou o vencido
Aquele que deu tudo e não pediu a paga
Aquele que na hora da ganância
Perdeu o apetite
Aquele que amou os outros e por isso
Não colaborou com sua ignorância ou vício
Aquele que foi “Fiel à palavra dada à ideia tida”
Como antes dele mas também por ele
Pessoa disse”
Para o dOliveira: ontem falei a Isabel Pinto, advogada marcoense, na referência que aqui lhe fez. Ficou curiosa e disse-me que viria cá tentar perceber quem está por trás dOliveira. Aliás, quem me antecedeu na intervenção na sessão do 25 de Abril em Marco de Canaveses foi o seu filho, Filipe Baldaia.
4 comentários:
Caro JCP: já sabia pelos jornais da sua intervenção e muito folguei com o que li. Como calculará, de resto.
um abraço
Dr. José Carlos Pereira
Também eu li, com extremo agrado as notícias sobre a sua desassombrada intervenção no Marco de Canaveses. A nossa comum amiga, drª Isabel Pinto se tivesse um décimo da curiosidade de outros tempos, teria lido o meu postal e teria sabido desde as primeiras linhas quem eu sou.
Como lhe deu a preguiça terá de ir á luta e ver com os próprios olhos de nazarena o meu escrito. Não dou baldas a amigas que não lêem o nosso blogue. ah, ah, ah, gostei desta.
Espero vê-lo a si muito em breve que d'Oliveira não é o Capitão Nemo, que diabo!
Mais uma vez obrigado pela sua intervenção que, creia, me toca profundamente. E um abraço
Vá lá, vá lá... Deram-te destaque no Público :-)
E merecido, JCP, e merecido
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