19 maio 2006

Calma, Sr. Ministro!

ou: George Clooney volta a atacar

(à especial atenção do MCR)

"Admite-se a entrada para a magistratura, de forma gradual, de não-licenciados em Direito".
(...)
«Se calhar o Ministro até nem está a ver mal as coisas. Isto de ter um colectivo formado por um Juiz /Juiz, um Juiz/ Médico e um Juiz /Psiquiatra... Já me estou a imaginar a fazer colectivos com um médico tipo " Serviço de Urgência" com o perfil do George Clooney e um Psiquiatra, assim estilo Júlio Machado Vaz...
As minhas colegas não estão a ver? É muito mais emocionante. Que eles não sabem?! Não faz mal, estou lá eu a licenciada em Direito!...
E depois, nos crimes sexuais por exemplo, o Júlio Machado Vaz sempre me ajudará muito melhor a avaliar as psicoses e problemas de um TS que se atira a miúdos pequenos ou espanca prostitutas até à morte e o médico, o George Clooney (só pode ser esse estilo claro!) pode muito bem ensinar-me se, a ferida provocada por uma agressão, é contusa e porquê.
Nos Juízos com Juiz singular é que eu não consigo ver a vantagem.
(...)
«A Abertura do CEJ a outros domínios do saber, como a psicologia, a sociologia, a economia, a gestão, a informática, tem vindo a ser defendida pela actual directora, Anabela Rodrigues, a primeira responsável não magistrada a assumir aquele cargo. A Drª Anabela Rodrigues voltou a referir-se a "uma nova formação orientada pelo princípio do conhecimento multidisciplinar", que envolva "pessoas de diversas formações académicas". Aquela professora catedrática tem vindo a defender uma profunda e radical alteração da lei do CEJ ".
Parece-me que o que a Drª Anabela Rodrigues quis dizer e disse, nada tem que ver com a afirmação apressada e despida de qualquer ponderação , feita pelo Sr. Ministro. (...)
O Governo quer as alterações concluídas ainda este ano. Mas oiçam quem sabe. O que a drª Anabela Rodrigues provavelmente quer e se aplaude, é que os formadores o sejam também das e, nas áreas como a Sociologia, a Psicologia, a Economia e/ ou a Medicina! Aí sim, tem todo o meu aplauso e até um ALELUIA! que alguém acordou e viu que os licenciados em Direito não podem ser Ilhas, muito menos quando julgam e necessitam de uma formação extensa e alargada. Na verdade quantas vezes nos debatemos com a necessidade de chamar peritos? E se sabemos mais alguma coisa desta ou daquela área é porque estudamos sozinhos ou fazemos à nossa custa cursos de formação.
Calma senhor Ministro...»

2 comentários:

M.C.R. disse...

mcr, jurista de formação, blogger por gosto, cidadão porque sim, macaco velho de rabo já sem pelo, diz:

cada macaco no seu galho;

os juízes para o serem têm de ter sólida formação jurídica, claro, e vida, vivida, solidária e mergulhada no real;

deixem em paz os sociologos e os psiquiatras que, a haver no país disso, bom será que também saibam de outras coisas;

e, já agora, que os professores saibam do que falam e não sejam como tantos que conheci, que conheço e que (infelizmente) conhecerei, gente fora deste mundo de "sucia lagrima", autistas que sabem tudo sem saberem nada de nada.

Por último, e parafraseando o Público de hoje, que os políticos façam política, essa coisa que vem de polis e que para os gregos era algo de importante e fundamental.
quanto mais não seja, para que as gerações futuras se lembrem deles como ainda hoje nos lembramos de Licurgo, de Sólon ou de Demóstenes: com carinho, com respeito e gratos!

Inspector Serôdio, José Serôdio disse...

Homens de pouca fé!

Senhor Ministro, força, vá em frente, que a incógnita arraia miúda está consigo.

Mas faça justiça - ou não fosse ministro da dita - e permita que os senhores juízes também entrem no internato geral (quantas vocações para medicina se escondem debaixo dessas becas traçadas) ou nos concursos de professores (há ali quem faça muita ginástica no dia a dia)