Today I am a espalda mojada
Dificuldades técnicas (ai quanta palavra pode mascarar a mais simples ignorância!...) impediram este texto de ser posto logo pela fresca manhã. E ainda bem porque embora seja o mesmo já não é exactamente o mesmo.
Explicando: eu queria relembrar os homens (e mulheres, pois então, e mulheres) de Chicago de há cento e muitos anos, a maioria emigrados recentes que exigiam a sua parte, a sua modesta parte de “american dream” em troca da sua parte, da sua dolorosa e pesada parte de trabalho duro. E por isso ia falar dessa população invisível que são os emigrados “latinos” na América do Norte. E ia falar das manifestações que por toda a parte vão fazendo, enrolados na bandeira das estrelas e das riscas, ao som de um hino subitamente rejuvenescido nesse espanhol tão diferente que é o espanhol (os espanhóis...) a sul do Rio Grande.
Mas, como disse, uma inépcia do tamanho duma catedral, abateu-se sobre o meu escrito que não entrava nem á viva força no éter. Nem Nossa Senhora do Guadalupe, portanto tão milagreira, me salvou. O céu, nestes dias vermelhos mostra aos da sinistra que com os santos, os anjos e os arcanjos não se deve brincar. E eu, alguma vez, nesta vida, ou noutra, hei-de ter pecado forte e feio. Vai daí o computador entupiu, ou eu entupi-o, é o mesmo.
E o primeiro de Maio a passar por aí neste dia glorioso de sol e preguiça.
O blogue, de resto, quieto, ledo e manso, sem movimento. Vê-se bem que a ponte tocou também os bloguistas.
Terão ido todos com o nosso confrade, dr. Cabral Mendes para Fátima, discutir teologia? Estarão na praia? Andarão no namoro, como perfidamente alguém terá dito do dr. Coutinho Ribeiro?
Ou terão sido, como eu, atingidos por um castigo vindo do alto por andarem por aqui a fazer negaças aos mais sólidos e altos valores da pátria e da religião?
Seja como for, eu vinha, uma vez sem exemplo, falar do dia de hoje, com um texto de hoje, com um tema de hoje: Os emigrantes. E para não estar sempre a falar nos que, por este pais fora, vamos encontrando, africanos, eslavos, orientais e brasileiros, achei que valia a pena falar do dia 1 de Maio nos States, dia em que se previam (pelo menos eu augurava fervorosamente) impressionantes manifestações de emigrantes latinos que fazem enriquecer a America com o seu trabalho humilde, que trazem à América WASP um pouco de sangue quente, catolicismo q.b. e um forte sentido de família e de comunidade. Como de resto, os chineses, os vietnamitas e os coreanos, religião à parte.
É sobre uma América, puritana e esquecida das suas origens emigrantes, da extrema pobreza que suportaram, dos receios que despertaram, que esta nova vaga vinda do sul agora pode agir e mostrar que a grandeza das nações se constrói unindo, acrescentando, mestiçando e sentindo-se solidária.
O texto entretanto naufragado graças á incompreensão de uma máquina pouco caritativa acabou por ser recuperado na sua essência por este agora apressadamente matraqueado, frente às imagens televisivas que mostram milhões nas ruas, com bandeiras americanas, gritando “Today we work tomorrow we vote”. E cantando a plenos pulmões essa versão tão dançável, tão amável do hino.
Ó quanto eu gostaria de, um dia, um primeiro de Maio, porque não, de ouvir “A portuguesa” com sotaque brasileiro (como será o da nossa querida confrade Sílvia) ao som de marimbas de Moçambique, tambores de Angola e algum violino cigano e vadio do Leste da Europa.
Viva o Primeiro de Maio!
sempre vosso
d’Oliveira.
Explicando: eu queria relembrar os homens (e mulheres, pois então, e mulheres) de Chicago de há cento e muitos anos, a maioria emigrados recentes que exigiam a sua parte, a sua modesta parte de “american dream” em troca da sua parte, da sua dolorosa e pesada parte de trabalho duro. E por isso ia falar dessa população invisível que são os emigrados “latinos” na América do Norte. E ia falar das manifestações que por toda a parte vão fazendo, enrolados na bandeira das estrelas e das riscas, ao som de um hino subitamente rejuvenescido nesse espanhol tão diferente que é o espanhol (os espanhóis...) a sul do Rio Grande.
Mas, como disse, uma inépcia do tamanho duma catedral, abateu-se sobre o meu escrito que não entrava nem á viva força no éter. Nem Nossa Senhora do Guadalupe, portanto tão milagreira, me salvou. O céu, nestes dias vermelhos mostra aos da sinistra que com os santos, os anjos e os arcanjos não se deve brincar. E eu, alguma vez, nesta vida, ou noutra, hei-de ter pecado forte e feio. Vai daí o computador entupiu, ou eu entupi-o, é o mesmo.
E o primeiro de Maio a passar por aí neste dia glorioso de sol e preguiça.
O blogue, de resto, quieto, ledo e manso, sem movimento. Vê-se bem que a ponte tocou também os bloguistas.
Terão ido todos com o nosso confrade, dr. Cabral Mendes para Fátima, discutir teologia? Estarão na praia? Andarão no namoro, como perfidamente alguém terá dito do dr. Coutinho Ribeiro?
Ou terão sido, como eu, atingidos por um castigo vindo do alto por andarem por aqui a fazer negaças aos mais sólidos e altos valores da pátria e da religião?
Seja como for, eu vinha, uma vez sem exemplo, falar do dia de hoje, com um texto de hoje, com um tema de hoje: Os emigrantes. E para não estar sempre a falar nos que, por este pais fora, vamos encontrando, africanos, eslavos, orientais e brasileiros, achei que valia a pena falar do dia 1 de Maio nos States, dia em que se previam (pelo menos eu augurava fervorosamente) impressionantes manifestações de emigrantes latinos que fazem enriquecer a America com o seu trabalho humilde, que trazem à América WASP um pouco de sangue quente, catolicismo q.b. e um forte sentido de família e de comunidade. Como de resto, os chineses, os vietnamitas e os coreanos, religião à parte.
É sobre uma América, puritana e esquecida das suas origens emigrantes, da extrema pobreza que suportaram, dos receios que despertaram, que esta nova vaga vinda do sul agora pode agir e mostrar que a grandeza das nações se constrói unindo, acrescentando, mestiçando e sentindo-se solidária.
O texto entretanto naufragado graças á incompreensão de uma máquina pouco caritativa acabou por ser recuperado na sua essência por este agora apressadamente matraqueado, frente às imagens televisivas que mostram milhões nas ruas, com bandeiras americanas, gritando “Today we work tomorrow we vote”. E cantando a plenos pulmões essa versão tão dançável, tão amável do hino.
Ó quanto eu gostaria de, um dia, um primeiro de Maio, porque não, de ouvir “A portuguesa” com sotaque brasileiro (como será o da nossa querida confrade Sílvia) ao som de marimbas de Moçambique, tambores de Angola e algum violino cigano e vadio do Leste da Europa.
Viva o Primeiro de Maio!
sempre vosso
d’Oliveira.
2 comentários:
«Andarão no namoro, como perfidamente alguém terá dito do dr. Coutinho Ribeiro?»
Perfídia pura, caro dOliveira! e logo eu que ainda agora, de regresso a casa depois de ir levar o meu filho, ouvia na TSF que as estradas estão engarrafas, sobretudo as que vêm do Algarve. E eu pensava nas pessoas que conheço que nas últimas semanas foram para o Brasil, para a República Dominicana, para o Algrave, para Paris. E eu, que sem ser em trabalho, o sítio mais longe a que fui foi a Baião!
Vá lá: estou com o pés estafados de tanto ter jogado futebol nestes últimos dias com o João.
Um tanto atrasada, devo dizer ao d'Oliveira que também esperei manifestações no mundo todo.
E que seu sonho sobre um primeiro de maio unindo as nações portuguesa, brasileira e africanas e de ( ou não apenas) língua portuguesa também é o meu.
Abraços,
Silvia
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