Nesta segunda-feira que passou, estive “estoirado”.
Apesar do fim de semana. Ou por isso… A minha mulher diz-me que eu tenho cá uma genica! Bem, realmente, tenho muito mais genica do que nos meus 3o anos, lá isso é verdade (isto será um paralelismo com o vinho do Porto?)...Daí não querer comprar esse "slogan" que agora nos querem vender: os "velhos" já não produzem, lixo com eles! Velhos são os trapos! Mas dizia eu, cansa-me mais ficar em casa (caio fatalmente numas leituras de Direito ou a despachar algumas alegaçõeszinhas olá!...) do que, por exemplo, ir ao Porto, jantar ali para as bandas do Campo Alegre...ou ir ao Triplex certamente...
Após constatar a perfeita arrumação que o meu amigo MCR imprime aos seus livros, quadros, e outros documentos que tais, lanço-me à aventura de poder conseguir tal desiderato neste meu humilde lar. Haveria de inventar espaço. E espaço é um bem que já não abunda…
Pois passei o fim de semana nesta coisa de pôr e tirar de um lado para o outro, fazendo de conta que estou a arrumar a livralhada…e a papelada avassaladora...
Vem isto a (des)propósito do achamento (não de um novo caminho que nos colocasse deste rectângulo daqui para fora...) mas sim de um livro que estava convencido de ter “emprestadado”: o livro é precisamente “A Lusitânia dos Espiões” do nosso José António Barreiros. Edição da Hugin (gosto mais da “ O Mundo em Gavetas”…) que remonta a 1995.
Relida agora a obra na diagonal, (e esta vai direitinha para o igualmente muito nosso MCR) permitam-me que respigue este excerto com que deparei, encontrado a fls. 139, e que eu aqui reproduzo, com a devida vénia, que não quero infringir direitos autorais:
“Tudo começara em 1960, com a movimentação preparada pelo DRIL, o mesmo Directório Revolucionário Ibérico de Libertação que, utilizando o nome do comandante Henrique Galvão, planeou e executou a “operação Dulcineia”, de rapto e aprisionamento em alto mar do navio português “Santa Maria”.
Revolucionários profissionais ao serviço da causa de Leste orientaram-se para Angola, onde os primeiros movimentos de terrorismo fariam eclodir uma guerra civil que durou mais de trinta anos e reduziria a cinzas tão rico e promissor território, semeando a miséria entre os seus habitantes.
Neste particular, Oliveira Salazar, ao dizer, contra tudo e contra todos que em África defendíamos aqueles territórios contra o comunismo tinha afinal perversamente toda a razão.”
O Autor revisitou a História. Com efeito, a leitura desta raras vezes é unívoca. Frequentemente, mesmo por ínvios caminhos, ou até como aquele nos ensina, através de uma razão “perversa”, a História revisita-nos e deixa-nos perplexos.
Apesar do fim de semana. Ou por isso… A minha mulher diz-me que eu tenho cá uma genica! Bem, realmente, tenho muito mais genica do que nos meus 3o anos, lá isso é verdade (isto será um paralelismo com o vinho do Porto?)...Daí não querer comprar esse "slogan" que agora nos querem vender: os "velhos" já não produzem, lixo com eles! Velhos são os trapos! Mas dizia eu, cansa-me mais ficar em casa (caio fatalmente numas leituras de Direito ou a despachar algumas alegaçõeszinhas olá!...) do que, por exemplo, ir ao Porto, jantar ali para as bandas do Campo Alegre...ou ir ao Triplex certamente...
Após constatar a perfeita arrumação que o meu amigo MCR imprime aos seus livros, quadros, e outros documentos que tais, lanço-me à aventura de poder conseguir tal desiderato neste meu humilde lar. Haveria de inventar espaço. E espaço é um bem que já não abunda…
Pois passei o fim de semana nesta coisa de pôr e tirar de um lado para o outro, fazendo de conta que estou a arrumar a livralhada…e a papelada avassaladora...
Vem isto a (des)propósito do achamento (não de um novo caminho que nos colocasse deste rectângulo daqui para fora...) mas sim de um livro que estava convencido de ter “emprestadado”: o livro é precisamente “A Lusitânia dos Espiões” do nosso José António Barreiros. Edição da Hugin (gosto mais da “ O Mundo em Gavetas”…) que remonta a 1995.
Relida agora a obra na diagonal, (e esta vai direitinha para o igualmente muito nosso MCR) permitam-me que respigue este excerto com que deparei, encontrado a fls. 139, e que eu aqui reproduzo, com a devida vénia, que não quero infringir direitos autorais:
“Tudo começara em 1960, com a movimentação preparada pelo DRIL, o mesmo Directório Revolucionário Ibérico de Libertação que, utilizando o nome do comandante Henrique Galvão, planeou e executou a “operação Dulcineia”, de rapto e aprisionamento em alto mar do navio português “Santa Maria”.
Revolucionários profissionais ao serviço da causa de Leste orientaram-se para Angola, onde os primeiros movimentos de terrorismo fariam eclodir uma guerra civil que durou mais de trinta anos e reduziria a cinzas tão rico e promissor território, semeando a miséria entre os seus habitantes.
Neste particular, Oliveira Salazar, ao dizer, contra tudo e contra todos que em África defendíamos aqueles territórios contra o comunismo tinha afinal perversamente toda a razão.”
O Autor revisitou a História. Com efeito, a leitura desta raras vezes é unívoca. Frequentemente, mesmo por ínvios caminhos, ou até como aquele nos ensina, através de uma razão “perversa”, a História revisita-nos e deixa-nos perplexos.
3 comentários:
O dr Oliveira Salazar não era parvo. Também não era ignorante.
era, isso sim, reaccionário como uma pescada. E por isso mesmo sabia, claramente, no seu intimo, que o estado de definhamento a que condenou as colónias (e não províncias, DLM, e não provincias...) de África abria caminho a toda uma série de reacções que cabiam todoas debaixo da capa do "comunismo internacional".
que este comunismo internacional revestisse, prima facie, em Angola o rosto da UPA e de Holden Roberto, educado e armado pelos EUA era, para o cavalheiro de Santa Comba, coisa de pouca importância. que o mesmo comunismo internacional tivesse em Moçambique a face de Eduardo Mondlane, protestante educado por missionários protestantes americanos e com um doutoramnto (ou coisa semelhante) nos EUA, era algo olimpicamente ignorado pelo eremita de S Bento.
que o DRIL nunca conseguiu ser senão um grupo de amotinados profundamente hostil ao PC é coisa que nem sequer vale a pena discutir.
Tudo isto dito vamos a uma ou duas proposições.
então o movimento comunista internacional ia deixar de participar no baile que se abria em africa e que a inépcia de revoltosos e a parvoice dos colonizadores lhe oferecia de mão beijada?
Meus amigos! esforcem-se um pouco, que diabo. É evidente que o "bloco socialista" (notem as aspas, sff) não iria perder pitada.
Já agora, caro DLM (e, de certo modo, caro JAB) reparem que em Angola dr manifestaram rapidamente três tendências encabeçadas por três homens (HoldenRoberto e a UPA, Agostinho Neto e o MPKLA e essa surpreendente personagem que foi Viriato da Cru, verdadeiro promotor do MPLA rapidamente posto de parte e que veio a morrer na Chu+ina, Depois como se sabr hã-de aparecer a Unita.
E mMoçambique as coisas não se passaram muito diferentemente. Todavia isto é só um comentário pelo que vos deixo á consideração factos tais como : a morte de Mondlane, a ascenção de Samora, o desaparecimento de filipe Magaia, a exist~encia de Lazaro Kavandame. chega?
nota de rodapé: todas as guerras civis destroem um país, Deixemos nesse pormenor as ideologias de lado.
suponho que não edit post para os comentários (ou há?) e eu escrevi o de cima tão à pressa quesaiu uma molhada de bróculos.
assim
há um "dr" a seguir a angola que se deve ler "se";
o mPLA não precisa de "K" no meio para ser a confusão ideológica que ainda é;
Viriato da Cruz, claro;
e logo a seguir "China. depois como se sabe há-de ..."
finalmente: meu caro DLM folgo em saber que vai seguir o meu exemplo arrumador. De livros, pois claro, mas continuo a insistir que no capítulo áfrica tem de arrumar também alguns conceitos. E não é facil: se V. soubesse as vezes que já dei por errado coisas que anteriormente me pareciam evidentes. É o mal de fazermos história actual.
E note que eu fui testemunha directa de muito; conheci, ainda no ovo, ministros africanos e generais (Chipenda incluído), dei o litro por causas que hoje não me parecem assim tão cristalinas (o que não me impede de continuar a pensar que fiz o que devia nessa altura, mesmo que os méritos da minha dama fossem infinitamente menores do que me apareciam...). O problema, caríssimo, é que há um momento para agir e outro mais tardio para pensar se agimos bem ou não. Já no Evangelho se diz que há um tempo para amar e outro para morrer, não é?
De todo o modo, faço votos para que a arrumação dos livros se leve a bom termo. A minha começou há trinta anos e continua. volta e meia há uma secção que é deslocada par local menos nobre.
Se V. soubesse onde para os Marx, Engels Lenin et alia...
Compreendo, Marcelo, nós estamos sempre a sofrer desenganos mas, efectivamente, não podemos paralisar a nossa acção sob pena de nada realizarmos...
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