Desde que se tornou colunista do Expresso, Miguel Sousa Tavares (com desgosto do nosso José) lidera, quase todas as semanas, o top dos mais comentados na internet. O primo João (para desgosto do nosso José, que não o atura), também costuma estar nos 5 +, bastantes mais vezes do que o seu contraponto e ex-amigo Daniel Oliveira. Recorde-se que a inimizade entre ambos começou numa disputa que levou ao fim do blogue Coluna Infame, de JPC, Pedro Lomba e Pedro Mexia.
Este fim de semana, ao ler os textos do João e de Daniel Oliveira, verifico que ambos falam, essencialmente, sobre os mesmos temas. Com visões diferentes, é claro. Mas, ainda assim, a coincidência de temas vem demonstrar que ambos estão a tornar-se previsíveis. E, aqui, recordo o que alguém que já não recordo, dizia do João, quando, há meses, foi capa da Grande Reportagem: que ele corria o risco de se tornar previsível. Pois, isso é mau: afinal, só tens 29 anos, pá!
Mas, ao olhar o top 5 dos mais comentados no Expresso da semana passada, vejo que o Jorge Fiel ("Conselho a Balsemão") surge, inopinadamente, no 4º lugar. O João e Daniel Oliveira não estão.
Não é espantoso que o meu querido amigo Jorge Fiel esteja no top. O Jorge Fiel é das melhores penas deste país jornalístico. O que é espantoso, é que ele seja dos mais comentados, apesar de não lutar com armas iguais. A sua "Invisível Corrente" está no caderno de economia do Expresso, que é menos lido do que o caderno principal. Qual o segredo do Jorge? A imprevisibilidade, claro. A imprevisibilidade - e tantas vezes a ligeireza - que nos levou algumas vezes ao banco dos réus no final dos anos loucos de 80, por escrevermos mais do que devíamos.
Quando vamos jantar, rapaz? (Por falar nisso: a tua crónica deste fim de semana não é das melhores.)
3 comentários:
Carteiro:
COmentadores de jornal?
Dantes havia um monopólio de meia dúzia. Agora, a concorrência alargou para uma dúzia ou duas que sejam.
Não importa, porque o resultado parece-me pior.
Lembro-me de ler, recortar e guardar, Rogério Martins e Ricardo França-Jardim( tem uma crónica sobre Duarte Lima que é de antologia), para além de Batista Bastos( também tem uma crónica antológica sobre o mesmo asunto) e até José Cardoso Pires e ainda outros cultores do verbo escrito em português.
Hoje em dia, meu caro carteiro, gosto mais de ler opiniões em blogs, porque são mais dispersas, diversas, iconoclastas e rebeldes.
As opiniões sobre política geral em tom sociológico, partem quase sempre de uma base de fundo, tal como os bolos na culinária.
A partir do momento em que se descobre a composição da base de fundo, o que varia é o tipo de cereja ou cobertura que se coloca.
Quanto a isso, e ao seu primo em particular, preferia a do blog excelente que animou e que era um achado. E digo isto só uma vez, porque me apetecia desancar certas ideias que vejo escritas. Mas como sei que sou tendencialmente verrinoso em relação a opiniões que não gosto de pessoas que não conheço , contenho-me.
Se conseguisse contestar o resultado de leituras a mais da Spectator, em termos de delicadeza aceitável, ainda tentava. Assim,desisto, porque prefiro não susceptibilizar ninguém.
E por outro lado, é inútil e até algo estúpido, reconheço.
Quanto aos outros que mencionou, enfim...é o resultado da educação que temos, das leituras que se fazem e da superficialização dos gostos e normalização tipo supermercado.
No mercado de opinião, não há lugar, em Portugal e nos media em geral, salvo raríssimas excepções ( VPV) a produtos caseiros de qualidade ou sem ser produzidos em série e com produtos químicos em barda.
Cada um tem aquilo que merece.
Tem razão o último comentador e já emendei o texto. A troca de mimos foi em blogues diferentes: JPC na Coluna Infame e DO no Blogue de Esquerda. Quanto ao cérebro de DO implodir, não vejo a razão para tanto. Afinal o cérebro dele não implodiu por ir escrever no mesmo jornal onde já escrevia JPC.
Grato pela correcção e as minha mais cordiais saudações.
Ou terá sido no Barnabé? Olhe, já não me lembro....
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