Aproxima-se o campeonato do mundo de futebol e o país começa a viver as primeiras manifestações kitsch. Começou com essa inaudita bandeira desenhada no Estádio Nacional por umas dezenas de milhar de mulheres (idas de todo o país…) e vai continuar com as bandeirinhas que já espreitam nas janelas e varandas de cidades e aldeias.
Não poderíamos ser um país normal, em que as pessoas se limitassem a gostar de futebol e da sua selecção, sem todos estes excessos? Por que razão se pretende demonstrar que somos capazes de vencer o campeonato das emoções e dos afectos?
Enfim, pobre país que esgota as suas energias neste nacionalismo serôdio.
Não poderíamos ser um país normal, em que as pessoas se limitassem a gostar de futebol e da sua selecção, sem todos estes excessos? Por que razão se pretende demonstrar que somos capazes de vencer o campeonato das emoções e dos afectos?
Enfim, pobre país que esgota as suas energias neste nacionalismo serôdio.
5 comentários:
Caro JCP, nem sequer é nacionalismo...que o pessoal de História...o que sabe? É apenas gastar energias que deveriam ser canalizadas para reconstruir, de novo, esta Nação, velha de séculos, e que já dominou o mundo...e agora vive em vil e apagada tristeza...
Vai começar o Mundial de futebol, o nacionalismo serôdio das bandeiras verde-rubras voltará em força, o patrioteirismo dos tempos de antanho vai reaparecer liderado por um brasileiro de extrema direita (como se entre nós já não houvesse fascistas "aproveitáveis"), as análises, sinopses e comentários de jogos e de jogadas vão inundar os écrans de TV, os "doutores" do 4-3-3 tudo-ao-molho-e-fé-em-Deus voltarão a debitar certezas e conclusões, com ar grave, conhecedor, douto.
No passado fim de semana já tivemos uma amostra disto tudo com a bandeira no feminino feita num estádio - e muito bem, diremos nós, as mulheres não são menos que os homens e também têm direito a mostrarem as suas facetas mais lamentáveis, mostrando que nem só os homens se podem comportar como autênticos atrasadinhos mentais - sejamos democratas, deixemos que as nossas valorosas mulheres preencham uma quota apreciável da estupidez masculina, pois então !
In Informática do Direito
Pois eu, que nem sequer sou um especial aficionado de futebol, acho que estão a ser muito radicais: deixemos que os portugueses se sintam felizes por um tempo. Se a coisa correr bem, claro. se não correr, voltamos á depressão.
apoiado, JCP, apoiado
Bem, se vocês não são, por esta razão, um país normal, nós somos um país completamente louco.
Há que se ter alguma tolerância, penso eu, torcedora nada fanática.
E depois JCP, o futebol é intrinsecamente kitsch. Se não fosse assim mudava tanto de cara que talvez deixasse de ser futebol.
O Brasil vem respirando Copa do Mundo, com inúmeros programas de TV falando desde já sobre a Copa, e um canal de Tv a cabo aberto especialmente para a Copa. Documentários, entrevistas, notícias sobre futebol, 24 horas a fio.
Concordo com o carteiro. E não penso que esgote energias. Energia se renova. Por este caminho condenaríamos também o apaixonamento. : )
Abraços,
Silvia
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