05 maio 2006

PSD – um caso de polícia

Luís Marques Mendes sucede hoje a si próprio na liderança do PSD, sendo o único candidato nas primeiras eleições directas daquele partido. Mendes vai ganhar tranquilamente, mas não se livra das “sombras” que pairam no ar e que são muito estimadas lá pelos lados de Belém.

Contudo, as eleições no PSD acabaram por se tornar um verdadeiro caso de polícia com as irregularidades detectadas na putativa candidatura de José Alberto Pereira Coelho. Segundo veio a público, houve de tudo um pouco, desde assinaturas falsas a militantes falecidos que surgiam como proponentes da candidatura. Por trás de si, pelos vistos, estavam as fortes concelhias de Gondomar, Gaia e Oeiras.

Pereira Coelho não é um cidadão inimputável. É membro do Conselho Nacional do PSD, coordenador dos TSD em Coimbra e administrador de um hospital naquela cidade. Não pode, por isso, ficar impune. Alguém que pretende, sejam quais forem as reais motivações, apresentar uma candidatura à liderança do maior partido da oposição, um dos dois partidos de governo em Portugal, deve ser responsabilizado perante a comunidade pelos actos cometidos. Não podemos permitir que a democracia e os partidos sejam achincalhados com atitudes como esta, sob pena de caminharmos no sentido do total descrédito dos responsáveis políticos e partidários, em suma, do nosso regime.

4 comentários:

C.M. disse...

Afinal,no regime parlamentar democrático (...) os mortos também votam...

M.C.R. disse...

Os mortos votaram sempre neste abençoado país. então no sec XIX era um ver se te avias.

Esse Pereira Coelho é alguma coisa ao Dr Pereira Coelho antigo e estimado professor da Faculdade de Direito?

O PSD tem sido sempre um partido estranho no que toca a este género de votações. então cá para cima é espantoso . Há uns anos havia duzentos militantes com a mesma e única morada. Há sempre um generoso que gosta de pagar as quotas a dezenas de militantes. E paga, E eles votam. Nele, claro!.

A hipótese de Ras é interessante mas parece-me meramente académica. Não que ponha as mãos no fogo por Mendes, mas trop c'est trop.

Aliás não ponho as mãos no fogo por ninguém do PCP ao CDS passando pelo inefável molho de bróculos,.
Disse molho de bróculos? Desculpem queria dizer Bloco. Bloco da molhada...

M.C.R. disse...

Meu caro JCP
A minha mulher, quando me vê indignado com coisas que por cá vão sucedendo, diz-me que sou um "ET".
apetece-me dizer-lhe a Si o mesmo. Então v. não reparou que o próprio conselho disciplinar o lá o que é do PPD assobiou para o lado. É que estas espertezas saloias não t~em sanção moral. Umas vezes dão resultado, outras não. E para a maioria dos militantes, isso já é castigo suficiente. E desculpe-me que o diga: acredita que é só no PPD que estes malabarismos de teceira se passam?

jcp (José Carlos Pereira) disse...

Caro MCR, claro que esses malabarismos acontecem um pouco por todo o lado, mas ao menos que sejam devidamente punidos aqueles que chegam ao domínio público.
Este Pereira Coelho não sei se é filho do professor que refere, mas admito que sim. Sei que é irmão de Paulo Pereira Coelho que é deputado, foi vice-presidente do PSD, presidente da CCDR Centro e, veja lá, vice-presidente da Câmara da sua Figueira da Foz, de onde saiu em litígio com Duarte Silva.