31 maio 2006

Uma incorrigível falta de vergonha

A notícia referida neste post do Informatica do Direito (também referida, via Público, aqui) parece já não constar da Sic on line nem do site da Lusa. Por isso a transcrevo, chamando a atenção para o comentário que segue, com o qual nao poderia estar mais de acordo: parece que "isto já não vai lá às boas" !?!

«Na Sic On Line de hoje consta:
"Na conferência de líderes parlamentares, os partidos decidiram, por consenso, transferir o plenário para a manhã de dia 21 de Junho, às 10h00. As comissões, que habitualmente se realizam de manhã, serão realizadas depois das 17h00, hora a que termina o jogo. "Não prejudicamos os trabalhos da Assembleia da República. Ao transferir o plenário para de manhã e realizando as comissões depois do jogo, cumpriremos toda a nossa agenda de trabalhos", sublinhou o vice-presidente da bancada parlamentar socialista, José Junqueiro.
"É preferível termos uma sessão parlamentar eficaz de manhã do que termos uma escassa meia dúzia de deputados à tarde, o que desprestigiaria o Parlamento", frisou o vice-presidente do PSD, Montalvão Machado.
A alteração mereceu também a concordância do presidente da Assembleia da República, Jaime Gama. Os outros dois jogos da selecção nacional nesta primeira fase, contra Angola e Irão, serão disputados ao fim-de-semana. "
Lamentávelmente, para eles, senhores deputados não foi suficiente a cena triste que ocorreu próximo da Páscoa, com muitos a faltarem à sessão Parlamentar, alguns mesmo, depois de assinarem o livrinho de presenças. É legítimo que se pergunte, por onde anda, e para que serve, a tal comissão de ética? E, como a falta de vergonha é algo que continua, eis que esses senhores colocam num grau mais importante do que as funções que desempenham, um simples jogo de futebol. Que rico exemplo dão ao País. Foi para isto que eles foram eleitos? O que os impulsiona constantemente a fazerem, reíncidentemente, estas tristes figuras? Será que é legitimo reconhecer a todos os trabalhadores deste País que procedam da mesma forma (em ambas as ocasiões)? O que mais se seguirá?

O País necessita urgentemente de uma varridela, para que se evolua, nada mais me ocorre perante esta surpreendente e infeliz sucessão de trapalhadas. »

2 comentários:

C.M. disse...

E depois queixam-se de Gomes da Costa, o general que deu uma "varridela" aos vendilhões do templo...mas foram parlamentares (?) deste jaez que abriram a grande alameda por onde entrou, anos mais tarde, o Estado Novo...

É o descrédito deste regime parlamentar: e ainda dizem que os portugueses não trabalham? Bem prega frei tomáz...

M.C.R. disse...

O gomes da costa não varreu, não quis varrer e metade da sua marcha triunfal e lenta aconteceu porque por duas vezes se quis render só que em Lisboa ninguem estava apto a receber a rendição.
Depois ao fim de um par de meses foi varrido para não mais chatear o indígena.

O que me espanta é a futebolite dos parlamentares ainda ser notícia. Ainda bem que vão ver o jogo pela TV ao contrario de uns outros que foram atrás do Porto ver uma final e depois disseram que era trabalho político. Lembram-se?