03 junho 2006

Ai Timor, Selecção

Desculpem-me, mas eu não resisto a dizer as coisa que penso. E ando agoniado, por duas coisas.

A primeira: vou tentar ver os jogos do mundial em que Portugal esteja, mas já ando enjoado de tanto mundial. Não se pode ligar a TV, a rádio e outras plataformas, onde não haja um hino à Selecção, um anúncio que não meta futebolista, outro anúncio onde não se ofereça o que se comprou se Portugal chegar à final, ou à meia final ou aos quartos de final, outro anúncio onde se simula a voz de Scolari e capas de revista com tantas gajas boas que, necessitadas de dinheiro e de publicidade, se mancomunam com jogadores de futebol, que precisam de gajas boas para serem melhores jogadores e melhorarem a auto-estima.

A segunda: estou farto de Timor. Não tenho paciência para a voz monocórdica de Xanana, que é poeta e guerrilheiro, presidente da República nos tempos livres, nem para o nobel de salão ministro dos negócios estrangeiros (?) (como se chama o homem?), que deve estar tão farto de Timor quanto eu estou, que nunca lá estive. Ok. Sei que a nossa má-consciência nos leva a ter estas coisas paternais pelo Timor do sol. Mas há coisas que de que não me esqueço. Há alguma semanas - antes do conflito interno -, ouvi um timorense queixar-se - presumo que um intelectual local -, em entrevista na rádio, que Portugal olhava de forma demasiado paternalista para Timor. Não gostei. Nós que pusemos bandeiras e fizemos vigílias, como se fosse a selecção nacional, por causa de Timor e andamos e fustigar o mundo pela independência deles.

Fiel a mim mesmo, olhem, que se entendam e que respeitem as bandeiras.

5 comentários:

C.M. disse...
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C.M. disse...

lá me enganei outra vez...aqui vai:

Diz bem, Carteiro: a nossa má-consciência!

Deixámos todo um povo à mercê da Indonésia, que até ficou "chateada" de Portugal largar aquilo de um dia para o outro...

E onde estão esses tais responsáveis pela má consciência?...bem perto não?

Mocho Atento disse...

Portugal não é, nem tem de ser, paternalista, nem coisa nenhuma.
Portugal é um país que tem a dimensão que tem. Não é uma potência mundial (ainda bem que o não é).

Portugal saiu de Timor, porque não nos quiseram lá. Estavamos a suportar a agressão comunista e a tentativa de nos reduzir à escravatura que os sistemas totalitários (soviéticos ou maoístas), tão elogiados pelos intelectuais dos anos 60, nos queriam impor como modelo de humanismo (!).

A história há-de dar-nos razão. Portugal não abandonou Timor. Portugal não tinha, nem tem, condições para manter Timor.

O problema actual de Timor Leste apenas resulta dos hábitos caciques típicos das lideranças dos países emergentes. A insensibilidade, incompetência e irresponsabilidade de Mari Alkatiri são patentes e conhecidas. E a Fretilin devia ter sido extinta no dia da Independência. A União Nacional como partido político nunca funcionou em lado nenhum. Será que a Fretilin ainda é um partido ou é uma fraude política para enganar o povo, que pensa votar num movimento libertador e acaba por votar numa ideologia (e religião) que, se proposta claramente, seria absolutamente rejeitada.

M.C.R. disse...

Eu não sei quem tem, ou não, razão em Timor. E pouco me interessa, já. Porque na troca de galhardetes a que se assiste há mais de um ano (e não há dez ou quinze dias...)verifica-se que há timorenses prontos a ser tratados como colonizados pelos australianos (e vale a pena relembrar as declarações da mulher do presidente(?) da republica timorense a um jornal australiano...) há outros que suspiram por outros protectores e já não falemos dos que de certeza se sentem indonésios.
O senhor Xanana mete dó. É fraco e vê-se. O senhor Alkatiri é muçulmano pelo que alguém lhe quer fazer a cama. Agora os jornais já dizem que afinal o catolicismo timorense é um verniz que estala sobre a base feiticista. Boa malha! Só agora é que deram conta disso?

Passemos aos humores da pátria: até a deputadagem vai ver a jogatana. Entretanto, depois reunirão para votar mais alguma lei torpe, ridicula e para lixar a população.
As bandeiras já por aí andam. Consta que foram fabricadas na China. Ah os patriotaços portugueses...
Entretanto os senhores ministros vão assentando mais umas machadadas nos funcionários públicos que agora (este ano) fazem o papel dos magistrados no ano passado: um cavalheiro chamado Teixeira dos Santos, um democrata desde o berço, claro, ontem, foi patético no telejornal: este luminar diz sem corar que os funcionários que forem para os excedentários poderão arranjar mais um emprego que o Estado não se zanga e até acha bem!
Este senhor (e quanto me custa dizer isto...)parece não saber que:

a) a grande maioria das repartições tem menos gente do que os quadros aprovados
b) muitas repartições estão a funcionar com recurso a estagiários e POCs que às vezes representam mais de 30% do numero de funcionários...

c) os ministérios (entre eles o das finanças) tem copiosos gabinetes ministeriais, chorudamente pagos. Os funcionários destes gabinetes claro não são funcionários públicos: são amigos, amigotes, afilhados, e gente da cor política dos respectivos chefes. Ora não seria mais prático pôr nestes gabinetes os funcionários excedentários? Até conhecem os cantos à casa...

Espero para bem dos trabalhadores e defesa dos seus direitos que este carnaval futebolístico dure pouco. Porque se dura muito bem aviados estamos...
corrijam-me se estou enganado: o senhor T dos Santos não é reformado?

C.M. disse...

Relativamente a Timor, razão tem o Mocho Atento. de facto, a HISTÓRIA HÁ-DE DAR-NOS RAZÃO!

MCR: relativamente à Função Pública, V. acaba de dizer mais umas GRANDES VERDADES!!!!!!!!!!