Estranham alguns companheiros incursionistas, em anteriores posts e comentários, a ausência de alguns colaboradores, entre eles este vosso Nicodemos.
A minha ausência - quero eu convencer-me disso - terá uma simples explicação: recentemente decidi mudar de emprego e, de profissional liberal passei, num golpe de mágica, ou mais propriamente, de despacho publicado na II série do Díário da República, a - imaginem só - uma espécie de, não sei como dizê-lo, mas digamos, funcionário público. E logo nesta altura em que, ao que consta, os (nos ?) querem mandar para qualquer coisa com um nome esquisito, como quadro de supranumerários ou semelhante, isto provavelmente porque não os podem mandar para outro lado...
E vai daí, é natural que essa mudança tenha provocado algumas alterações na vida deste vosso amigo, uma das quais, e a não menos importante, foi a de ter que passar a viver a quase cem quilómetros de casa.
A experiência de passar a viver em local diferente não é nova, mas estava muito longe de pensar que voltaria a ter a sensação que já experimentara nos anos da tropa, no QG de Évora (ai as migas com pingo...) e, em anos mais recentes, num célebre convento que fica ali para os lados da Estrela, onde também me alistaram durante uns tempos (ali as migas eram outras e, acreditem, ainda mais indigestas).
O fazer a mochilita no início da semana, com a camisinha (sem segundas interpretações, se faz favor...) e a gravatinha, o caos do trânsito, a poluição, o comer na tasca da esquina e, last but not the least, os burocratas encartados(que pululam na capital e são uma das espécies mais nefastas de poluição, só comparável ao gás sarin), causaram alguma perturbação no quotidiano (e também no aparelho digestivo) deste vosso amigo, habituado que estava (pelos vistos mal, senão não tinha mudado) a ir de casa ao trabalho em menos de dois minutos, a comer à mesa com a famelga à uma da tarde e às oito da noite, e a não ter de aturar ninguém, a não ser, de vez em quando, algum cliente mais recalcitrante ou algum juiz mais chato (o que, diga-se, não é nada comparável a ter de aturar um manga de alpaca munido da III série de Diário da República de 1947).
Et voilá, aqui está, preto no branco, as razões da ausência, que se espera temporária, deste vosso humilde escriba.
Mas, cadê os outros ? Também lhes deu na mona armarem-se em parvos e mudar de emprego quando já deviam era estar a pensar na reforma (ou será aposentação ?...)
Vá Ruis, do Carmo e Cardoso, Anto, Forte, Contraverso e tutti quanti têm andado a fazer gazeta: digam também de vossa justiça, dêem notícias. Os leitores do Inc. e este vosso neófito manga de alpaca agradecem...
03 junho 2006
As razões de uma ausência ou a história do "vipe" que me passou pela cabeça
Marcadores: Nicodemos
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7 comentários:
Caro Nicodemus, e eu que leio, religiosamente, todos os dias, o DR I e II Série, não vi Vexa!...
Nesse tal de jantar, havemos de falar dessa sua nova aventura...
Boa Sorte!
Boa "posta", Nicodemos! Foi bom le^^e-lo neste novo estilo mais intimista quase "a la Carteiro" :)
E continuando na mesma onda: ha uma tasquinha ali para as bandas do Jardim da Estrela (estranhamente fica num quarto andar, acho que voce ja conhece, e consta que ja confecionam mais algumas vitualhas que nao apenas sopa! Consta que reabre a partir de 5ª f da semana que entra... e da ementa nao consta nenhum diario da republica.
Darei mais pormenores por telefone :)
Abraço
Rui do Carmo!!!...
Nicodemos: o tal jantar vai ser muito animado.
Um 4º andar...isso é para fazer exercício antes das iguarais?
Hum! O Nicodemos cansou-se da advocacia e arranjou um "tacho"? Fez bem, que esta vida cansa...
Abraço
Tascas, imbisses (uma alemoada que quer dizer petisqueira barata) bistrots, trattorie, casas de pasto e mésons são a glória da gastronomia. nicodemos: palpita-me que vai comer bem. E que há um(a) cozinheir/o/a que anda a praticar na arte.
É bom sabê-lo vivo e metido numa barca de sete lemes. Tenciono ir brevíssimamente a Lisboa, se calhar ainda esta semana. Por alguns dias. direi m,ais logo que saiba pormenores.
Bom vê-lo de volta, Nicodemus !
Abraços,
Silvia
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