Eu gosto do mar e das serras, gosto das cidades imensas e das vilas pacatas, gosto da lonjura das paisagens, da planura quieta e do planalto abrupto. E gosto dos Açores. E de Nova Iorque. E de Paris. E de Barcelona. E de Viena. E, para além disso, gosto de mulheres bonitas e das mulheres bonitas que amei e gosto de passar por elas e vê-las bonitas como sempre as vi, mesmo quando já não têm o viço de que me lembro, que o viço não dura sempre. E fico triste, absolutamente triste, quando vejo mulheres que já foram bonitas e que amei, absolutamente decadentes, ao ponto de não saberem que estão decadentes e a continuarem a tentar ser como eram, sem perceberem que isso as torna ainda mais decadentes.
06 julho 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
5 comentários:
Dava para dizer mesmo que, ao contrário das bonitas, as feias ganham com o passar dos anos. Mas isto é, se calhar, para o politicamente correcto, um machismo... Paciência... As cidades de que fala são também minhas. Felizmente cabemos lá os dois e muitos, muitos mais. Permita-me que lhe aconselhe, se é que não conhece, Berlim: duas árvores por habitante, dois rios, praias fluviais, canais, pontes e pontes, alegria de viver, um humor surpreendente, além de tudo o resto. Também eu me enterneço com as mulheres que amei (e foram algumas, mais do que eu merecia...) À excepção de uma, única, fico feliz quando as vejo. Mesmo se as marcas da idade já tenham produzido os seus crueis efeitos. É que depois ao falar com eleas vem ao de cima alguma antiga cumplicidade, a ternura, uma ou duas lembranças gentis. Acredita?
Seu, sempre, cordialmente
d'Oliveira
Infelizmente, não conheço Berlim...
Não hesite.
Compadre carteiro, bá ás Ãntas.
Olhe o que aconteceu comigo:
Sempre que ligava a TV, entrava-me pela casa dentro Marcelo Rebelo de Sousa. O tal que também é conhecido pelo “O PROFESSOR”, analista político, “expert” nos mergulhos no Tejo capazes de demonstrar a não poluição do mesmo, avaliador da qualidade dos preços nos mercados, fazedor de factos políticos, jogador de ténis, professor de Direito e ainda, para além de muito mais, comentador dos jogos do Mundiall, e, para que não haja duvidas garante que “faz tudo isso por piada”.
Nenhum compadre, como eu, tem feitio que se adeqúe a tão prolixa e piadética criatura e, por isso, este seu humilde compadre resolveu ir ao Bolhão, enquanto o professor, com o cachecol da selecção, jorrava as curiosidades da sua infindável análise futebolística. Além disso, em matéria de futebol, basta-me ir ao Dragão, nas Antas, onde num enorme écran se plasma o fundamental: o jogo a jogar-se entre Portugal e Alemanha. E, feliz coincidência: no Bolhão encontrei a alma do povo aficionado a dar-me razão. Reparem neste diálogo, entre a “Bánia” e a “Véla”.
A “Bánia” pergunta à “Véla”:
- Ó Véla, bais às Ãntas?!..
- Não, bou ao cinema.
- Vais ao cenema?!... Ver o quê?!...
- Ver os colh… do Navaroni.
- Não é colh…, mas canhões!
- Foood..-se…, então bou às Ãntas.
Ora, diga-me lá: Haverá algo melhor que as Antas?!...
Vá as Ãntas, onde estão as mulheres mais belas do mundo.
Um abraço do compadre esteves
Gostaria de lembrar aos amigos do Incursões que as mulheres têm também a sua vez de chocar-se com antigos namorados quando os encontram. Mas nós somos piedosas. : )
Abraços,
Silvia
Enviar um comentário