Como de costume, estive a ver, pela TV5, o desfile militar do 14 de Julho nos Campos Elíseos. Desfile bastante curioso, há que dizê-lo, na medida em que abre com a última "promotion" da Escola Politécnica, uma das mais prestigidas escolas superiores francesas, e termina com os sapadores bombeiros de Paris. Pelo meio desfilam obviamente representantes de todas as armas e das respectivas escolas de formação, sem esquecer a Legião Estranjeira de que, confesso sem vergonha, sou fã desde o dia em que li em banda desenhada o Beau Geste.
Como vem sendo hábito no desfile havia estranjeiros integrados em escolas militares francesas em obediência a essa mítica e esperada defesa militar comum europeia. E como começa a ser costume, também, verifiquei que mais uma vez a Escola Politécnica tinha uma jovem mulher como "major" da promoção. Isto diz muito. E diz-me muito a mim que venho lutando - sem cair em discriminações positivas à força - pelo reconhecimento do sexo feminino em qualquer profissão.
Em homenagem a esse dia fundador da democracia que foi o da Tomada da Bastilha (forte já inutil como prisão mas altamente simbólico) deixo transcrita em baixo a famosa canção revolucionária La Carmagnole. Para um grupo de amigos de há longos, longuíssimos anos, hoje, é feriado. Alguns, mais de metade, já não andam por aí, mas os que ficaram lembram-nos comovidamente, celebram anos de luta amarga e clandestina e, de certeza, logo á tardinha cantarão comigo, que estou longe deles, uma estrofe da carmagnole: nós só somos nós e a nossa circunstancia...
Em homenagem a esse dia fundador da democracia que foi o da Tomada da Bastilha (forte já inutil como prisão mas altamente simbólico) deixo transcrita em baixo a famosa canção revolucionária La Carmagnole. Para um grupo de amigos de há longos, longuíssimos anos, hoje, é feriado. Alguns, mais de metade, já não andam por aí, mas os que ficaram lembram-nos comovidamente, celebram anos de luta amarga e clandestina e, de certeza, logo á tardinha cantarão comigo, que estou longe deles, uma estrofe da carmagnole: nós só somos nós e a nossa circunstancia...
Madam’ Veto avait promis (bis)
De faire égorger tout Paris (bis)
Mais son coup a manqué
Grâce à nos canonniers.
Refrain
Dansons la Carmagnole
Vive le son (bis)
Dansons la Carmagnole
Vive le son du canon !
Dansons la Carmagnole
Vive le son (bis)
Dansons la Carmagnole
Vive le son du canon !
Ah ! ça ira, ça ira, ça ira
Les aristocrat’s à la lanterne
Ah ! ça ira, ça ira, ça ira
Les aristocrat’s on les pendra
Monsieur Veto avait promis (bis)
D’être fidèle à son pays (bis)
Mais il y a manqué,
Ne faisons pas de quartier.
Antoinette avait résolu (bis)
De nous faire tomber sur le cul (bis)
mais son coup a manqué,
Ne faisons pas de quartier.
Amis, restons unis (bis)
Ne craignons pas nos ennemis (bis)
S’ils viennent nous attaquer,
Nous les ferons sauter.
Oui, nous nous souviendrons toujours (bis)
Des sans-culottes des faubourgs (bis)
A leur santé buvons,
Vivent ces francs lurons.
(1869)
Que faut-il au républicain ? (bis)
Du fer, du plomb et puis du pain (bis)
Du fer pour travailler,
Du plomb pour se venger.
Refrain
Et du pain pour nos frères
Vive le son (bis)
Et du pain pour nos frères
Vive le son du canon !
Et du pain pour nos frères
Vive le son (bis)
Et du pain pour nos frères
Vive le son du canon !
Ah ! ça ira, ça ira, ça ira
Les aristocrat’s à la lanterne
Ah ! ça ira, ça ira, ça ira
Les aristocrat’s on les pendra
Que faut-il au républicain ? (bis)
Vivre et mourir sans calotins (bis)
Le christ à l’écurie,
La vierge à la voirie.
Refrain
Et le saint père au diable !
Vive le son (bis)
Et le saint père au diable !
Vive le son du canon !
Et le saint père au diable !
Vive le son (bis)
Et le saint père au diable !
Vive le son du canon !
Ah ! ça ira, ça ira, ça ira
Les aristocrat’s à la lanterne
Ah ! ça ira, ça ira, ça ira
Les aristocrat’s on les pendra
(1871)
Vive la Commune de Paris (bis)
Ses barricades et ses fusils (bis)
La Commune battue
Ne s’avoue pas vaincue.
Refrain
Elle aura sa revanche
Vive le son (bis)
Elle aura sa revanche
Vive le son du canon !
Elle aura sa revanche
Vive le son (bis)
Elle aura sa revanche
Vive le son du canon !
Ah ! ça ira, ça ira, ça ira
Les aristocrat’s à la lanterne
Ah ! ça ira, ça ira, ça ira
Les aristocrat’s on les pendra
(fin du XIXème siècle)
Que faut-il donc au plébéien (bis)
Le bonheur de tous et le sien (bis)
Prendre terre et machine,
Désinfecter l’usine.
Refrain
Et sauver l’ouvrière
Vive le son (bis)
Et sauver l’ouvrière
Vive le son du canon !
Et sauver l’ouvrière
Vive le son (bis)
Et sauver l’ouvrière
Vive le son du canon !
Ah ! ça ira, ça ira, ça ira
Les aristocrat’s à la lanterne
Ah ! ça ira, ça ira, ça ira
Les aristocrat’s on les pendra
Como verificam á primitiva canção foram-se juntando estrofes ao longo dos anos e das revoluções. Entendi deixá-las também aqui porque me parece curioso este processo de apropriação/re-actualização. De todo o modo, a minha carmagnole é a primeira.
* o título deste post é uma homenagem a um curioso grupo de S. Francisco e ao mesmo tempo o título do seu melhor album. O grupo formou-se em 67 e desapareceu em 74.
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