08 agosto 2006

Quando ninguém manda...

"Com o vazio de poder que se instalou na PGR, cada um, cada grupo, faz o que quer e o que pode. No mais é só perguntar-se uma pessoa com que objectivos, se por vaidade, ambição ou ideologia. É assim quando ninguém manda."
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reactivações várias aqui, acoli e acolá

4 comentários:

josé disse...

Só uma pequena pergunta provocatória:

Essa necessidade de um "chefe", não resultará de um qualquer reflexo sebastiânico?

Já temos a lei que é o "chefe" por excelência. Já temos a organização regulamentada. Já temos o estilo de actuação próprio a cada um.
Para quê um caudilho?!

A autonomia de cada magistrado não bastará, dentro do esquema legal existente, para repor o funcionamento do sistema?
Será preciso mais direito circulatório?

Um PGR deve ser o "chefe"?

Não ficaria tudo mais simplificado com um "congresso" de magistrados, em que se discutisse tudo isto, com base em propostas escritas ou em declarações verbais?
Na PGR, por suposto...

o sibilo da serpente disse...

Espero, José, que tenha regressado bem de férias.
Claro que o MP precisa de ter um chefe. E ele deve ser o PGR. Não que eu perceba alguma coisa destas coisas das magistraturas. Nem quero perceber. Talvez seja mesmo o tal sebastianismo que me leva a pensar que em qualquere organização é preciso um chefe. E de que preferência que chefie.

Gomez disse...

Welcome back, caro José!
Este assunto dava pano para mangas e, como o Carteiro, nem sequer me considero suficientemente informado para o discutir em profundidade.
Mas uma coisa é certa: o MP tem uma hierarquia, que em cada nível e com respeito das respectivas competências carece de Liderança, sob pena de a estrutura não funcionar adequadamente ou se afundar em rotinas ineficientes e ineficazes.
Por outro lado, a autonomia é uma coisa muito bonita - e, se bem praticada, desejável - mas nenhum cidadão compreende, por ex., que, num mesmo DIAP (para não ir mais longe), coexistam alegremente duas ou três interpretações distintas sobre o Direito aplicável aos mesmos factos, determinando, consoante o magistrado, o arquivamento ou a acusação, em situações que, sem margem para dúvidas, são, no plano dos factos, rigorosamente idênticas. Recorra-se hierarquicamente, dirão alguns, mas essas decisões também "têm dias" e pelos vistos, para além do caso concreto, nada alteram os procedimentos vigentes à sombra da sacrossanta autonomia. Ao queixoso a quem saia na rifa o magistrado cuja autonomia de entendimento não lhe convém, não aproveita esse outro sacrossanto princípio que é o da igualdade dos cidadãos perante a Lei, resta-lhe, apenas, em alternativa, o encargo de se constituir assistente e requerer a abertura da instrução. É a vida... quando ninguém manda.

o sibilo da serpente disse...

Eu já nem sei que diga a isto, Gomez.