14 setembro 2006

ao medo




entrega as tuas mãos ao medo
e não viverás.
há um espaço de arbítrio
- entre acaso, ética,
responsabilidade, dever -
uma fenda para a coragem.

a vida caminha pela terra
passos decididos
entre tudo e nada,
uma brevidade imperceptível
a roçar os nossos rostos.
nada restará
depois que as horas calarem.

entrega tua face ao medo
e não a verás viva.



silvia chueire

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