11 setembro 2006

O 11 de Setembro só existe para lembrar os erros do ocidente?


O mundo mudou depois do 11-9-2001. Mudou para pior. Os objectivos a que a administração Bush se propôs foram gorados. Ben Laden não foi capturado e a
invasão do Iraque, para além de ter sido justificada com uma estridente
patranha, é um rotundo fracasso. Os EUA enfraqueceram os seus laços e a sua
diplomacia. Sobretudo a sua autoridade moral. Embora o núcleo da Al-Qaeda tenha sido lesado, a organização pulverizou-se (...)

O resto desta crónica - de Joana Amaral Dias - pode ser lida no DN desta segunda-feira. JAD é psicóloga, como se sabe. Vou também ser um bocadinho psicólogo: para JAD, o importante é falar dos falhanços que vieram a seguir do que na realidade que estalou no dia 11 de Setembro de 2001. Não a preocupa a realidade do terrorismo - preocupa-se com as malfeitorias dos que combatem o terrorismo. Houve erros? Claro! Mas o que quer JAD? Que o mundo ocidental tivesse ficado quieto à espera de novos atentados? Que o mundo ocidental levasse os suspeitos de terrorismo para spas onde ficasem entretidos a jogar xadrez? Que dissessem aos terroristas que, da próxima vez, em vez de duas torres e quatro aviões, se ficassem só por uma torres e dois aviões?
Estou a ficar farto destas conversas, palavra que estou!

6 comentários:

Silvia Chueire disse...

O 11 de setembro nos lembra todos os erros. É mais um pecado mortal do Homem.

M.C.R. disse...

Meu caro Carteiro:
Para nós ocidentais, e que querem continuar a sê-lo o 11 de Setembro devaria obrigar-nos a reflectir. Mais abaixo deixei o meu testemunho ( no ceu de nova Iorque em Au Bonheur) Posto isto vamods ao que interessa: como é que foi possível aparecer a Al qaeda? Quem os treinou, quem é que lhes fornece pretextos e motivos?
E aqui terems que remontar ao auxílio maciço dos EUA à guerrllha anti russa do Afeganistão, onde Bin Laden representou o auxílio americano.
Mas há mais: Bin Laden vem da Arábia saudita que desde que me conheço é um país sem qualquer espécie de democracia, dotado de uma dinastia corrupta, baseado no whaabismo que é forma extrema de islão. O país obviamente é desde sempre um "aliado" exemplar dos EUA.
A segunda dramática questão é que os EUA conseguiram o impossível: ao defender a outrance Israel não perceberam -ou não quiseram perceber - que mesmo para os moderados, a humilhação continua dos palestinianos (de quem ninguém gosta, inclusive nos países do golfo) acabaria por ser decisivo no acumular de tensões anti americanas e (pior) anti ocidentais.
A terceira asneira foi a questão iraquiana. Nem o Iraque era um velhacouto de fanáticos (bem pelo contrário) da AlQaeda nem tinha as tais armas. Atacá-lo resultaria sempre no que agora se verifica: guerra civil larvar, subida em flecha do chiismo que ainda vai dar muito que falar (e não a favor do Ocidente) destruição de um país que apesar de tudo podia ser factor de equilibrio na região e já não o é (se ainda for um país, coisa de que começo a duvidar).
Ao permitir um ataque ao Libano, pais pro-ocidental, os EUA deram mais um passo no fortalecimento de activistas religiosos. Com a cumplicidade de Israel, claro mas isso é apenas parte do problema (é que os EUA para atacar o Iraque pometeram até uma carta de itenções que desmbocaria no Estado palestino. Tal desiderato morreu. E agora?).
O 11 de Setembro poderia ter permitido várias coisas: perceber em que mundo se está, que respostas podemos dar, como é que se pode encarar o facto irrefutável de uma parte do mundo muçulmano ser acerbamente contra nós, se ainda é possível (ou crivel) falar em multiculturalismo (eu acho que não) etc... Onde estamos?
Eu percebo - ainda que não concorde - a posição da tal Joana no tal jornal. Também é uma presposta ideológica passavelmente maniqueia mesmo quando diz uma que outra coisa certa.
Há uma guerra por aí, uma guerra contra os alvos errados, que se está a perder. Mesmo que no Afeganistão se matem (como se diz) centenas de talibans (o que nem deve ser verdade) ou que no Iraque um governo fantoche todos os dias declare que está no bom caminho.
Portano o 11 de setembro é sobretudo um problema nosso. Porque entre nós é que irão cair as bombas. porque nós não queremos ser mártires, não temos um paraíso à espera da nossa alma bombista. Eles estão-se nas tintas, Carteiro. Eles não celebram nem deixam de celebrar este dia. Eles tem mortos palestinianos, libaneses, iraquianos, afegãos todos os dias. Eles tem viveiros na Grã Bretanha onde cidadãos britãnicos matam pela religião porque no fundo a nacionalidade deles não significa nada.
Em Portugal onde o tal multiculturalismo é uma pergunta há uma comunidade muçulmana integrade, que não se sente marginal, não se mete num gueto e vive a sua religião descomplexadamente, que assim continue...

o sibilo da serpente disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
o sibilo da serpente disse...

Só preciso que me responda a isto, caríssimo MCR: se fosse presidente dos EUA, como teria reagido? E como teria reagido o nosso caro Hóspede?

M.C.R. disse...

ai confrade e Amigo que responsabilidade!
eu se fosse presidente dos Estados Unidos? E quando? antes das torres, durante as torres, depois? sobre as torres leia aí abaixo o meu texto em Au Bonheur des Dames.
Mas pratiquemos o exercício.
Se eu fosse presidente, primeiro dava um arraial na CIA e restantes energúmenos que não vem um avião passar quanto mais quatro...
Em segundo lugar tentava perceber de onde vinha a tal al qaeda. E quando soubesse que tinha sido eu, ou um antecessor a treina-lo, armá-lo e protegê-lo, punha o antecessor a pão e água. Depois tentava reunir consensos e informações. E reunir os árabes e muçulmanos amigos se houvesse, Nunca permitiria que se bombardeasse um país que nada tivesse a ver com o assunto (Iraque) mesmo que a sede de petróleo fosse forte nos meus administrados. Poderia tentar rebentar o tal Bin Laden, mas á má fila: não á atirando às cegas dobre o Afeganistão por muito que os talibans sejam feios que se matam pulgas. E Bin Laden é uma pulga. com dinheiro mas uma pulga. Ora aqui está saquemos-lhe o dinheiro. V sabia que, dias depois do ataque, ainda esta malta tinha a massa toda por aí à espera de ser colhida? E mesmo asim houve quem tivesse o cuidado de os deixar sacar o cacau e sair a família dos EUA?
Meu Caro Carteiro: eu não acho que as vítimas devam ser castigadas (aliás morreram) ms penso que a vingança mesmo de Estado é prato que se come frio. A reacção do Bush foi a quente e isso está agora a dar no que deu. v. dirá que toda a gente apoiou. Isso, caro amigo e preclaro Jurista não é argumento como sabe. Os Estados dirigem-se com razões e não com emoções. E os grandes políticos, os que ficam na história, não caem em ratoeiras nem se deixam levar para onde mais convem, como os touros nas touradas. Eu, caro Carteiro detesto touradas nmas admiro a lhaneza, a coragem e a inteligencia do toureiro: que até escusaria de matar se as verónicas e mais figuras de estilo já tiverem merecido os olés da aficion. bush não é toureiro, nãoterá olés e não sairá pela porta grande. Os mortos amaricanos estão mortos. tão inocentemente quanto os mortos iraquianos. E cpm a mesma sem-razão.
Infelizmente, caro carteiro, e Caro Amigo, não sou presidente de nada e isto que aqui deixo será lido (se for) por um punhado de pessoas que não riscam nessa história. Mas afligem-se e essa é a sua honra. Um abraço

uivomania disse...

Na realidade as posições extremaram-se. Hoje, cada um está mais empenhado, atento, convicto da possibilidade de esmagar o outro. Esse é o caldo de todas a guerras e nisso pouco ou nada evoluímos! Agora, o desjo de consenso, diálogo franco e aberto sobre a razão das coisas, esbarra na arrogância, no fanatismo e, confunde-se com cobardia... como sempre!
Pondo de parte a provável prepotência, a saturação em conversar ou ouvir falar sobre a coisa, não tem ajudado em nada!