01 outubro 2006

Uma verdade inconveniente


Fui ver o filme Uma Verdade Inconveniente com Al Gore a transportar-nos numa viagem feita de realidade e consequências, mas também de optimismo e responsabilização.

Trata-se de um filme obrigatório e inadiável. Rigorosamente a não perder por todos os elementos da família!

Vivemos num planeta que maltratamos, centrados nas nossas rotinas quotidianas, distantes da realidade que pulsa no planeta. E ele aí está, com os seus recursos esgotáveis, com as suas dinâmicas próprias, com o seu equilíbrio cada vez mais em risco. Não podemos ficar indiferentes a essa realidade. Este filme vem-nos alertar para a grandeza do problema, suas causas e consequências. Atinge como um raio a nossa consciência, o nosso dever enquanto pais e cidadãos.

Transmite, todavia, uma mensagem de esperança e de responsabilização. É comum que os grandes problemas sejam apresentados com cenários catastróficos e que, de seguida, sem se apresentarem soluções, se culpe o governo, ou governos de pouco ou nada fazerem.

Ora isso não se passa neste filme. Nele, apesar da dura realidade se impor pela urgência, fala-nos também do que todos devemos fazer. Aponta o dedo à responsabilidade dos Governos de todo o mundo, com os Estados Unidos e a China à cabeça, mas fala-nos também da nossa responsabilidade, do contributo que todos podemos e devemos dar para inverter o ritmo acelerado da destruição do único sítio que temos para viver.

O que eu pensei quando acabei de ver o filme foi: Al Gore fez a sua parte, que é enorme. Eu tenho que fazer a minha. O somatório de muitas pequenas/grandes acções podem fazer a diferença.

Não fiquemos indiferentes e o primeiro passo é informarmo-nos e não nos deixarmos levar por opiniões não fundamentadas de “cientistas de bancada” que gostam de pôr um manto sobre o assunto dizendo que “é um exagero”. O problema é que esses comentários nada resolvem e têm uma acção de adormecimento da opinião pública. No filme essa faceta é salientada. É referido que numa amostra significativa de artigos científicos sobre o aquecimento global, o número de cientistas que considera que este e as suas causas são uma questão com equívocos é zero. Mas se fizermos a mesma análise relativamente a artigos de comentaristas, os chamados “ fazedores de opinião”, então passa para 50 % a percentagem dos que considera que se trata duma questão inconclusiva e de natureza política.

E, a ser de facto verdade o que a grande maioria dos cientistas mundiais afirma, não nos resta muito tempo para despertarmos.

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