14 novembro 2006

O congresso socialista

Reuniu no passado fim-de-semana o congresso do PS, que sufragou a liderança de José Sócrates. Este modelo de congresso, em que o líder é eleito por voto directo pelas bases umas semanas antes do próprio conclave, retira emoção e espontaneidade à discussão, o que faz com que estes congressos já há muito tenham perdido o “picante” das reuniões de outros tempos.

O congresso do PS transmitiu sinais de unidade. Houve listas únicas para os órgãos partidários e registou-se uma reduzidíssima oposição às teses de Sócrates e à linha orientadora do seu Governo. Um sinal de convicta união? Em muitas situações sim, mas outras há em que a união é apenas conveniente. Todos sabemos disso e Sócrates melhor do que ninguém o saberá. Ainda assim, Alegre lá se deu ao incómodo de interromper o fim-de-semana e ir a Santarém falar ao país (ou ao partido?) e Helena Roseta cumpriu a sua saga e mais uma vez foi “crítica” (lembram-se quando Helena, ainda no PSD, era “crítica” ao lado de Cavaco Silva, Eurico de Melo e Carlos Macedo, contra o Governo e a liderança de Balsemão?).

Contudo, para quem observa de fora na qualidade de independente, ainda que apoiante deste Governo, a conclusão que se retira é que Sócrates tem todas as condições para continuar com as suas políticas e que os seus ministros, limadas algumas arestas, mais na forma do que no conteúdo, devem prosseguir com a implementação do programa de Governo sufragado pelos portugueses. Certamente, nem todas as medidas são igualmente ponderadas e justas, mas o país estava carenciado, há muito, de uma liderança forte, que traçou um rumo a seguir e que não titubeia perante os primeiros escolhos. As reformas são sempre difíceis, sobretudo para os mais atingidos, mas ainda não perdi a esperança de encontrar em 2009 um Portugal de melhor saúde do que aquela por que passava em 2004/5. E se quiserem recordar o que então se vivia, corram às livrarias em busca da última pérola de PSL!

4 comentários:

o sibilo da serpente disse...

Acho que estás a ficar um perigoso reaccionário. E eu que pensava que tu eras de esqueeda... :-)

Kamikaze (L.P.) disse...

COCOROCÓ COCOROCÓ

M.C.R. disse...

Será que estão a falar de um Bagão felix que se reformou com cinquenta e poucos anos depois de ter lançado a lei da reforma obrigatoriamente depois dos sessenta?

Do "congresso" não falo. Por mera piedade e maior tristeza. De todo o modo este congresso lembrou-me outros celebrados em Tirana ou Pyong-yang com as mesmas expressivas maiorias.
Faço votos para que os votos de JCP se realizem mas se quer uma opinião não creio que o país melhore.

Primo de Amarante disse...

Ora aqui está um ponto em que estou de acordo plenamente com o MCR. Foi suscinto, claro e acertou na bucha.

E há outra questão: com a gente que pontifica a Distrital e a Concelhia do PS/ Porto, estou em crer que RUI RIO volta a ganhar as eleições. A menos que a alma do Porto, aquela de que falou Garrett, num imperativo de higiéne cívica, trate de apresentar uma candidatura ao nivel do que merece a nossa Invicta Cidade.

E há gente já a pensar nisso, gente boa e de tradição democrática.