Depois da Vereadora do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa ter sido constituída arguida, depois do vice-presidente, Fontão de Carvalho, ter sido acusado de peculato pelo Ministério Público, eis que Carmona Rodrigues dá algumas luzes do conteúdo dum relatório, enviado para o Tribunal de Contas e Inspecção-Geral de Finanças, relativamente a graves irregularidades de gestão da Gebalis na altura em que Maria José Nogueira Pinto tinha a tutela dos bairros sociais.
A propósito desse relatório, Maria José Nogueira Pinto referiu que Carmona Rodrigues utilizava a Câmara de Lisboa como “um quarto de brinquedos”. Gostei da expressão. Ao ouvi-la, veio-me de imediato à ideia a figura de Alberto João Jardim e a antecipação das eleições na Madeira. Vi esta região como um grande quarto de brinquedos e AJJ, de bibe, a atirar a nova Lei das Finanças para o chão, a dizer que com aquele brinquedo não brincava.
É, de facto isto parece tudo uma imensa brincadeira. E é por essas e por outras que muitos anseiam por um pai autoritário que ponha ordem na casa. Eu, por mim, prefiro-o democrata, mas também com autoridade e, já agora, com um aspirador na mão para limpar toda a sujidade da casa, incluindo a do quarto de brinquedos.
Parece não vir a propósito mas vem: gostei da entrevista do Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro. Esteve muito bem. Contido, assertivo, transmitindo uma imagem de sinceridade, segurança e responsabilidade. Tomara que seja verdade. Precisamos de pessoas no poder com estas características. Além disso, focou um aspecto que considero essencial: o de cada um dos participantes no sistema assumirem a sua quota parte de responsabilidade no estado actual da Justiça portuguesa.
O poeta dizia que era urgente o amor. Eu acrescento: é urgente uma limpeza profunda e a instalação da confiança e da responsabilização neste país.
22 fevereiro 2007
O quarto de brinquedos
Marcadores: O meu olhar
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2 comentários:
Só se o aspirador for de força 10! E já agora muita mangueirada de água, ponhamos mesmo um pequeno tsunami, enfim um maremoto para levar para longe esta lepra que nos desfeia, nos estraga , nos perverte e nos derrota.
Concordo plenamente consigo caro Oscar. Apesar de eu ter gostado da imagem “quarto de brinquedos” aplicada á situação, pensei exactamente o mesmo: esta é uma imagem para uma minoria.
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