Freiheit, liberté, libertad
O caso passa-se na Alemanha, ao que parece em Frankfurt. Uma sofrida esposa farta de apanhar do marido pede o divórcio e, de caminho, um divórcio rápido dado não estar com vontade de continuar a apanhar durante muito mais tempo. A requerente era de origem magrebina ainda que de nacionalidade alemã. O marido provinha da mesma região e, provavelmente, também já estaria nacionalizado alemão.
Uma senhora juíza do Tribunal de Família, alemã puríssima, mas muito multicultural, entendeu negar provimento ao pedido da esposa sovada baseando-se no facto do casal ter origem magrebina e portanto, entendia a exª e meritíssima juíza, lhes poder ser aplicado o direito muçulmano. E chamou em defesa da sua posição o versículo 34 da surata 4 do Corão que aconselha o marido a aplicar uns correctivos na esposa indócil.
Diga-se, em abono da verdade, que a coisa suscitou reparos e que a senhora juíza já não julga casos destes.
Eu não sei o que mais admirar: se o versículo caceteiro se a atitude da juíza. De todo o modo já ganhei o dia. A 17ª “Chambre correctionelle” de Paris mandou em paz o director da publicação “Charlie Hebdo”, leitura muito cá de casa, e que republicara, no meio da cobardia geral e multicultural, os desenhos dinamarqueses que tanto brado deram. E tantas virtuosos protestos ocasionaram. Desta vez a liberdade de expressão ganhou.
As leitoras que me aturam não se riam tão depressa: duas costaleras de Granada já não poderão carregar a imagem da padroeira porque a actual direcção da confraria a que pertencem desde há seis anos entendeu que “a presença de mulheres num espaço tão apertado poderia dar origem a roços pecaminosos ou pelo menos equívocos.” O Imã, digo o bispo, de Granada aprovou a resolução da direcção da confraria.
Integristas de todo o mundo uni-vos e o mundo será vosso e mcr será banido. Bem feito!
desenho de Siné no livro "Les Chats"
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