Em Murnau am Staffelsee
Esta vai para o meu caro leitor José, um leitor que todo o escrevente gostaria de ter porque volta e meia me põe questões que me obrigam a dar uso às meninges, les petites cellules grises, como dizia o inestimável Poirot, leitura que sempre recomendarei muito embora Agatha Christie esteja fora de moda. Como, aliás sempre recomendei Somerset Maugham ou Steffan Zweig que andaram quarenta anos no purgatório das leituras porque um par de imbecis escreveu que estavam démodés. Démodé a mãezinha que os pôs!
E agora que escorri algum fel, guardado há demasiado tempo vamos às nossas encomendas. O nosso amigo José delirou com “a paisagem do Staffelsee” da Gabrielle Munter. E, a modos de zangado, apostrofou-me. Que não a encontrava no google, logo ela com aquele sentido da cor, e isto e aquilo, e terminava com um imperativo pedido, passe a contradição, diga coisas da Munter e da Baviera.
Claro, caríssimo amigo, pois não! Permita-me que apimente o texto com uma história que tendo já vinte e um anos, pode contar-se sem problemas. Ainda por cima ocorreu em Murnau.
Foi graças ao Dr Himmel, director do Goethe Institut (G.I.) no Porto que obtive, sem a pedir, uma bolsa magnifica para estudar alemão no G.I.. Aliás foi também ele quem me sugeriu Murnau. “Você já conhece Berlin e uma parte do centro e do norte da Alemanha, vá ver a Baviera, olhe que vai gostar”. Propus-lhe, então, Munique mas era difícil ter vaga e acordámos que Murnau era um excelente local. Perto de Munique, na zona das grandes estações de ski, perto da Áustria, enfim um must. E ala que se faz tarde para dois inteiros meses de alemão intensivo e em completa imersão.
Confesso que a primeira impressão foi desanimadora. Parti para a Alemanha em princípios de Maio de 86, convencido que lá, como cá, a primavera me esperava radiosa. No comboio que liga Munique a Garmish-Partenkirchen o céu começou a ficar escuro e subitamente, pelas quatro e meia da tarde fez-se uma espécie de noite enquanto a neve caía abundante. Quando, cerca das cinco, desembarquei na pequena estação de Murnau não só não havia vivalma para me dar uma informação mas ainda por cima fazia um frio horrível que eu sentia ainda mais porquanto trazia por único agasalho um casaco leve. Isto do casaco em viagem, e da gravatinha a condizer, vem de um amigo meu, o Zé Ferraz, que não dava um passo além fronteira sem o inevitável blazer e uma gravata. “É que poderei ter de ir falar com o cônsul para me repatriar”, argumentava. Também eu me temia duma súbita falta de cacau de modo que durante muitos anos o casaquinho azul fazia parte da bagagem. E para não se amarrotar na mala era o que levava sempre na partida e na chegada. Portanto, mcr em Murnau com neve a dar por um pau cheio de frio à espera de um milagre. O milagre veio na forma de um táxi que me conduziu a um hotel onde sem querer saber de preços me apontei por uma noite. Mudei de roupinha e apesar de não ter muito para escolher lá me agasalhei como pude e vim até à sala do bar-restaurante onde fumei um par de cigarros para fazer tempo. Lá fora o negrume era absoluto. Um empregado solícito perguntou-me se queria jantar. Às seis da tarde! O frio, o isolamento, o descoroçoamento, deram-me motivos mais suficientes para aceitar aquela insólita hora para jantar. Valha a verdade que partira de manhã e o almoço no avião não fora de modo algum festim para recordar. Recordo-me que o homem, porventura condoído com o meu aspecto de lusíada emigrado, me trouxe uma travessa com um “Eisbein” gigantesco, acompanhado de batatas e Sauerkraut. Quem me conhece desses tempos sabe bem que, numa época normal e com vento a favor, eu seria capaz de comer aquilo e de rematar com uma café e um excelente conhaque. Mas, nesse dia, fiquei-me por um miserável terço do pezinho de porco e nem sequer fui capaz de beber a caneca de cerveja que me trouxeram. Foi a primeira e única vez da minha vida bávara que não me aguentei com um litro de cerveja.
Às seis e pouco estava em vale de lençóis arrenegando do mundo, da Baviera, da neve e do dr. Himmel.
Claro que no dia seguinte, o sol conseguiu espreitar vagamente e apesar da neve ter palmo e meio de altura, consegui chegar ao Goethe, inscrever-me e encontrar a casa onde iria viver durante dois meses. Ficava, caro José, dentro de um pequeno jardim, num pequeno alto de onde, uma ladeira suave caía entre árvores antigas e robustas para um lago, o Staffelsee!
E agora Murnau que se faz tarde. Murnau, meu caro, é uma pequena cidade dessas que aparecem nos calendários, janelas floridas, ruas escrupulosamente limpas, cavalheiros vestidos à tirolesa, que o mesmo é dizer à bávara, calção de couro, suspensórios e um chapéu adornado por uma pena. As damas usam aventais e decotes generosos, benza-as Deus, e todos, em vez de dizerem Guten Morgen largam uns “grüss Got!” que avisam o peregrino que aquela é terra de Deus, da Contra-reforma, e do grande barroco alemão. Católicos até ao sabugo, há que dizê-lo. Bebedores de cerveja sem rival. “Weissbier” na generalidade, isto é uma cerveja “branca” como o nome indica que finalmente é a velha cervejola de sempre com uma adição de trigo se a memória não me falha. Murnau, obviamente tinha a sua própria fábrica de cerveja, local altamente aprazível onde aprendi imenso alemão e, de passada, namorei o meu bocado (nos quoque gens sumus et bene cavalgare sabemus” se é que V. recorda o “Palito Métrico” e praxes associadas...). Para terminar o apressado retrato da cidade, direi que Murnau é mais pequena do que Caminha e infinitamente mais civilizada. A pontos de ter, nos dias de grandes concertos ou ópera em Munique, um autocarro à disposição do povo melómano que nos levava e trazia por um preço ridículo. Tinha, e deve ter ainda, alguns hotéis, dois ou três supermercados, duas lojas de discos, duas ou três livrarias, excelentes restaurantes. E a mata. E o lago! (Um aparte, esse lago está rodeado de floresta, alguns bares restaurantes e jardins. De vez em quando a nossa professora levava-nos até lá para aulas ao ar livre. Numa dessas felizes ocasiões, aproveitando o sol, um grupo de aborígenes do sexo feminino banhava nas frias águas e tomava banho de sol em topless. Imagine a excitação dos meus jovens colegas (eu e o embaixador da Austrália na Alemanha éramos as duas excepções etárias num universo de gente entre os 18 e os 25/30 anos.) Eu próprio, devo confessar, sem qualquer espécie de remorso, que lavei o olho portuga e luzidio nos peitinhos arrogantes das bavarazinhas.
E a história, perguntará, a prometida história? “História picante, espera-se” dirá o leitor Bruto da Costa, amador de caril forte e carne fraca. Bem, a história conta-se em três frases. Eu, em Murnau, estava, como se diz, livre e alodial, aliás era na altura um cavalheiro divorciado. De modos que encontrei uma alma gémea, nada e criada na terra que além de umas gratas lições de alemão coloquial me deu alojamento temporário. E foi justamente esse alojamento, ou melhor o primeiro dia, o DIA, em letra grande (enfim a noite para sermos mais precisos) que, depois de um belíssimo jantar à luz de velas num extraordinário restaurante italiano que espero se mantenha pois era fabuloso, se deu o que se tinha de dar. Passemos um véu espesso sobre o que naturalmente se passa nestas ocasiões, pois há ou pode haver leitores jovens por aí e cheguemos à hora nefasta da madrugada quando o dia tenta aparecer. Dormíamos o sono dos justos quando de repente um som, um estrépito, um ronco da mãe terra seguido de profundos estremeções na casa, na cama, no meu miserável corpo, me acorda em sobressalto. A casa tremia. Um cataclismo pensei ainda com a mente enevoada mas já com o susto bem presente. Acordei a alemã com dois berros e um abanão capaz de despertar uma moribunda. A moribunda dignou-se abrir um olho e depois dois acabando por abrir a boca numa gargalhada que atribuí ao meu ar nu e tiritante à beira da cama. Um tremor de terra e esta desgraçada ri-se, pensei no mais puro português de que fui capaz. E ela ria. E eu atrapalhando palavras em alemão, francês, espanhol, italiano, inglês, talvez mesmo em ronga ou makua da minha juventude nos trópicos, perguntava-lhe porque se ria, prevenia-a dos perigos do terramoto, e ela ah, ah, ah agarrada à barriga, numa pose que seria lasciva se a casa não tremesse e a roncadeira não aumentasse. Encurtemos: a casa da Kerstin ficava num extremo da cidade ao pé de um quartel germano-americano. Um regimento de tanques, para ser mais preciso. E os tanques todos os dias tem de ser postos a trabalhar não fora dar-se o caso dos russos virem por aí fora de faca nos dentes para malhar nos inocentes ex-subditos do rei Luís II o parvo das manias wagnerianas e dos castelos de conto de fadas. Daí a barulheira infernal e a tremedeira do solo. Se você já viu um tanque (um tanque e não essas chaimites de caca do 25 de Abril!) imagine umas boas dezenas a trabalhar paradas ao mesmo tempo.
Vinte e um anos depois dou graças a um qualquer Deus, sobretudo ao dos amantes lusíadas exilados nas estranjas, por não permitir que a hora dos tanques fosse digamos aí pela meia noite, hora do lobo, hora dos jogos de mão, jogos de vilão, hora do amor e da cama amiga... Imaginem o desaire do lusitano assustado mesmo na hora da verdade. Credo! Abrenuncio!
E a Munter, perguntará V. invejoso. Ora a Munter vem aí em cima, que para seu prazer aqui lhe pus um Franz Marc (cavalo na paisagem). Da mesma escola, da mesma época, da mesma categoria.
Es lebe der Blaue Reiter.
Franz Marc: elemento importante do Blaue Reiter. Nado em Kochel a 15 quilómetros de Murnau, Morre na carnificina de 14-18. Hitler e capangas consideram-no como autor de "arte degenerada" A besta do pintor de paredes era assim, que querem.
Esta vai para o meu caro leitor José, um leitor que todo o escrevente gostaria de ter porque volta e meia me põe questões que me obrigam a dar uso às meninges, les petites cellules grises, como dizia o inestimável Poirot, leitura que sempre recomendarei muito embora Agatha Christie esteja fora de moda. Como, aliás sempre recomendei Somerset Maugham ou Steffan Zweig que andaram quarenta anos no purgatório das leituras porque um par de imbecis escreveu que estavam démodés. Démodé a mãezinha que os pôs!
E agora que escorri algum fel, guardado há demasiado tempo vamos às nossas encomendas. O nosso amigo José delirou com “a paisagem do Staffelsee” da Gabrielle Munter. E, a modos de zangado, apostrofou-me. Que não a encontrava no google, logo ela com aquele sentido da cor, e isto e aquilo, e terminava com um imperativo pedido, passe a contradição, diga coisas da Munter e da Baviera.
Claro, caríssimo amigo, pois não! Permita-me que apimente o texto com uma história que tendo já vinte e um anos, pode contar-se sem problemas. Ainda por cima ocorreu em Murnau.
Foi graças ao Dr Himmel, director do Goethe Institut (G.I.) no Porto que obtive, sem a pedir, uma bolsa magnifica para estudar alemão no G.I.. Aliás foi também ele quem me sugeriu Murnau. “Você já conhece Berlin e uma parte do centro e do norte da Alemanha, vá ver a Baviera, olhe que vai gostar”. Propus-lhe, então, Munique mas era difícil ter vaga e acordámos que Murnau era um excelente local. Perto de Munique, na zona das grandes estações de ski, perto da Áustria, enfim um must. E ala que se faz tarde para dois inteiros meses de alemão intensivo e em completa imersão.
Confesso que a primeira impressão foi desanimadora. Parti para a Alemanha em princípios de Maio de 86, convencido que lá, como cá, a primavera me esperava radiosa. No comboio que liga Munique a Garmish-Partenkirchen o céu começou a ficar escuro e subitamente, pelas quatro e meia da tarde fez-se uma espécie de noite enquanto a neve caía abundante. Quando, cerca das cinco, desembarquei na pequena estação de Murnau não só não havia vivalma para me dar uma informação mas ainda por cima fazia um frio horrível que eu sentia ainda mais porquanto trazia por único agasalho um casaco leve. Isto do casaco em viagem, e da gravatinha a condizer, vem de um amigo meu, o Zé Ferraz, que não dava um passo além fronteira sem o inevitável blazer e uma gravata. “É que poderei ter de ir falar com o cônsul para me repatriar”, argumentava. Também eu me temia duma súbita falta de cacau de modo que durante muitos anos o casaquinho azul fazia parte da bagagem. E para não se amarrotar na mala era o que levava sempre na partida e na chegada. Portanto, mcr em Murnau com neve a dar por um pau cheio de frio à espera de um milagre. O milagre veio na forma de um táxi que me conduziu a um hotel onde sem querer saber de preços me apontei por uma noite. Mudei de roupinha e apesar de não ter muito para escolher lá me agasalhei como pude e vim até à sala do bar-restaurante onde fumei um par de cigarros para fazer tempo. Lá fora o negrume era absoluto. Um empregado solícito perguntou-me se queria jantar. Às seis da tarde! O frio, o isolamento, o descoroçoamento, deram-me motivos mais suficientes para aceitar aquela insólita hora para jantar. Valha a verdade que partira de manhã e o almoço no avião não fora de modo algum festim para recordar. Recordo-me que o homem, porventura condoído com o meu aspecto de lusíada emigrado, me trouxe uma travessa com um “Eisbein” gigantesco, acompanhado de batatas e Sauerkraut. Quem me conhece desses tempos sabe bem que, numa época normal e com vento a favor, eu seria capaz de comer aquilo e de rematar com uma café e um excelente conhaque. Mas, nesse dia, fiquei-me por um miserável terço do pezinho de porco e nem sequer fui capaz de beber a caneca de cerveja que me trouxeram. Foi a primeira e única vez da minha vida bávara que não me aguentei com um litro de cerveja.
Às seis e pouco estava em vale de lençóis arrenegando do mundo, da Baviera, da neve e do dr. Himmel.
Claro que no dia seguinte, o sol conseguiu espreitar vagamente e apesar da neve ter palmo e meio de altura, consegui chegar ao Goethe, inscrever-me e encontrar a casa onde iria viver durante dois meses. Ficava, caro José, dentro de um pequeno jardim, num pequeno alto de onde, uma ladeira suave caía entre árvores antigas e robustas para um lago, o Staffelsee!
E agora Murnau que se faz tarde. Murnau, meu caro, é uma pequena cidade dessas que aparecem nos calendários, janelas floridas, ruas escrupulosamente limpas, cavalheiros vestidos à tirolesa, que o mesmo é dizer à bávara, calção de couro, suspensórios e um chapéu adornado por uma pena. As damas usam aventais e decotes generosos, benza-as Deus, e todos, em vez de dizerem Guten Morgen largam uns “grüss Got!” que avisam o peregrino que aquela é terra de Deus, da Contra-reforma, e do grande barroco alemão. Católicos até ao sabugo, há que dizê-lo. Bebedores de cerveja sem rival. “Weissbier” na generalidade, isto é uma cerveja “branca” como o nome indica que finalmente é a velha cervejola de sempre com uma adição de trigo se a memória não me falha. Murnau, obviamente tinha a sua própria fábrica de cerveja, local altamente aprazível onde aprendi imenso alemão e, de passada, namorei o meu bocado (nos quoque gens sumus et bene cavalgare sabemus” se é que V. recorda o “Palito Métrico” e praxes associadas...). Para terminar o apressado retrato da cidade, direi que Murnau é mais pequena do que Caminha e infinitamente mais civilizada. A pontos de ter, nos dias de grandes concertos ou ópera em Munique, um autocarro à disposição do povo melómano que nos levava e trazia por um preço ridículo. Tinha, e deve ter ainda, alguns hotéis, dois ou três supermercados, duas lojas de discos, duas ou três livrarias, excelentes restaurantes. E a mata. E o lago! (Um aparte, esse lago está rodeado de floresta, alguns bares restaurantes e jardins. De vez em quando a nossa professora levava-nos até lá para aulas ao ar livre. Numa dessas felizes ocasiões, aproveitando o sol, um grupo de aborígenes do sexo feminino banhava nas frias águas e tomava banho de sol em topless. Imagine a excitação dos meus jovens colegas (eu e o embaixador da Austrália na Alemanha éramos as duas excepções etárias num universo de gente entre os 18 e os 25/30 anos.) Eu próprio, devo confessar, sem qualquer espécie de remorso, que lavei o olho portuga e luzidio nos peitinhos arrogantes das bavarazinhas.
E a história, perguntará, a prometida história? “História picante, espera-se” dirá o leitor Bruto da Costa, amador de caril forte e carne fraca. Bem, a história conta-se em três frases. Eu, em Murnau, estava, como se diz, livre e alodial, aliás era na altura um cavalheiro divorciado. De modos que encontrei uma alma gémea, nada e criada na terra que além de umas gratas lições de alemão coloquial me deu alojamento temporário. E foi justamente esse alojamento, ou melhor o primeiro dia, o DIA, em letra grande (enfim a noite para sermos mais precisos) que, depois de um belíssimo jantar à luz de velas num extraordinário restaurante italiano que espero se mantenha pois era fabuloso, se deu o que se tinha de dar. Passemos um véu espesso sobre o que naturalmente se passa nestas ocasiões, pois há ou pode haver leitores jovens por aí e cheguemos à hora nefasta da madrugada quando o dia tenta aparecer. Dormíamos o sono dos justos quando de repente um som, um estrépito, um ronco da mãe terra seguido de profundos estremeções na casa, na cama, no meu miserável corpo, me acorda em sobressalto. A casa tremia. Um cataclismo pensei ainda com a mente enevoada mas já com o susto bem presente. Acordei a alemã com dois berros e um abanão capaz de despertar uma moribunda. A moribunda dignou-se abrir um olho e depois dois acabando por abrir a boca numa gargalhada que atribuí ao meu ar nu e tiritante à beira da cama. Um tremor de terra e esta desgraçada ri-se, pensei no mais puro português de que fui capaz. E ela ria. E eu atrapalhando palavras em alemão, francês, espanhol, italiano, inglês, talvez mesmo em ronga ou makua da minha juventude nos trópicos, perguntava-lhe porque se ria, prevenia-a dos perigos do terramoto, e ela ah, ah, ah agarrada à barriga, numa pose que seria lasciva se a casa não tremesse e a roncadeira não aumentasse. Encurtemos: a casa da Kerstin ficava num extremo da cidade ao pé de um quartel germano-americano. Um regimento de tanques, para ser mais preciso. E os tanques todos os dias tem de ser postos a trabalhar não fora dar-se o caso dos russos virem por aí fora de faca nos dentes para malhar nos inocentes ex-subditos do rei Luís II o parvo das manias wagnerianas e dos castelos de conto de fadas. Daí a barulheira infernal e a tremedeira do solo. Se você já viu um tanque (um tanque e não essas chaimites de caca do 25 de Abril!) imagine umas boas dezenas a trabalhar paradas ao mesmo tempo.
Vinte e um anos depois dou graças a um qualquer Deus, sobretudo ao dos amantes lusíadas exilados nas estranjas, por não permitir que a hora dos tanques fosse digamos aí pela meia noite, hora do lobo, hora dos jogos de mão, jogos de vilão, hora do amor e da cama amiga... Imaginem o desaire do lusitano assustado mesmo na hora da verdade. Credo! Abrenuncio!
E a Munter, perguntará V. invejoso. Ora a Munter vem aí em cima, que para seu prazer aqui lhe pus um Franz Marc (cavalo na paisagem). Da mesma escola, da mesma época, da mesma categoria.
Es lebe der Blaue Reiter.
Franz Marc: elemento importante do Blaue Reiter. Nado em Kochel a 15 quilómetros de Murnau, Morre na carnificina de 14-18. Hitler e capangas consideram-no como autor de "arte degenerada" A besta do pintor de paredes era assim, que querem.
1 comentário:
Ahahahah! Chegamos agora de ver a Queen, e deparo com este estenderete de históriaa pícaras apimentadas, de riso contínuo e sufocado, mas continuo sem lobrigar a fonte da imagem que me perde. Aquelas cores já não se usam. Aquele verde aguado com o azul cobalto e o esmeralda da relva, não se pintam agora.
Mas...de onde saiu o upload da imagem?
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