A polémica à volta das habilitações e do percurso académico de José Sócrates parece estar para continuar, independentemente das suas explicações na entrevista à RTP e à RDP. Sócrates levou tempo demasiado a responder e agora aqueles que “cavalgaram” a onda de suspeição não se vão calar tão cedo, mesmo que atropelando aqui e ali a verdade. Pelo que se vê, não me parece que o percurso de Sócrates seja exemplar ou que a Universidade Independente seja modelar nos seus procedimentos, mas quero acreditar que o primeiro-ministro de Portugal fala verdade. Ver-se-á a seu tempo.
Quanto a ser ou não engenheiro, o que sabemos? Tenho amigos muito próximos e conheço algumas pessoas que fizeram o seu bacharelato em engenharia civil no ISEP (Instituto Superior de Engenharia do Porto), ou seja são engenheiros técnicos civis. Contudo, todos são tratados, social e profissionalmente, como engenheiros. Alguns deles pretenderam complementar a sua formação e fizeram o Curso de Estudos Superiores Especializados (CESE) de 2 anos, no próprio ISEP, para obter a equivalência à licenciatura em engenharia civil. Outros matricularam-se no curso de engenharia civil da Universidade Fernando Pessoa para obter a licenciatura. Segundo parece, um percurso similar ao de Sócrates. São licenciados ou têm equivalência à licenciatura, são tratados como engenheiros, mas, à luz da respectiva Ordem, não são engenheiros. O que é outro problema.
De facto, o Estado homologa cursos do ensino superior que, depois, as ordens profissionais não reconhecem. Esta prerrogativa foi agora posta em causa pelo Tribunal Constitucional a propósito do facto da Ordem dos Arquitectos não reconhecer o curso de arquitectura da Universidade Fernando Pessoa, o que pode criar jurisprudência para outras situações. Se o Estado reconhece um curso, mas depois admite a dita prerrogativa das ordens profissionais, está a atrair os alunos e os pais para um logro. Se o Estado pensa que a opinião das ordens é fundamental, então deveria ouvi-las antes de homologar um determinado curso. Simples, não?
Quanto a ser ou não engenheiro, o que sabemos? Tenho amigos muito próximos e conheço algumas pessoas que fizeram o seu bacharelato em engenharia civil no ISEP (Instituto Superior de Engenharia do Porto), ou seja são engenheiros técnicos civis. Contudo, todos são tratados, social e profissionalmente, como engenheiros. Alguns deles pretenderam complementar a sua formação e fizeram o Curso de Estudos Superiores Especializados (CESE) de 2 anos, no próprio ISEP, para obter a equivalência à licenciatura em engenharia civil. Outros matricularam-se no curso de engenharia civil da Universidade Fernando Pessoa para obter a licenciatura. Segundo parece, um percurso similar ao de Sócrates. São licenciados ou têm equivalência à licenciatura, são tratados como engenheiros, mas, à luz da respectiva Ordem, não são engenheiros. O que é outro problema.
De facto, o Estado homologa cursos do ensino superior que, depois, as ordens profissionais não reconhecem. Esta prerrogativa foi agora posta em causa pelo Tribunal Constitucional a propósito do facto da Ordem dos Arquitectos não reconhecer o curso de arquitectura da Universidade Fernando Pessoa, o que pode criar jurisprudência para outras situações. Se o Estado reconhece um curso, mas depois admite a dita prerrogativa das ordens profissionais, está a atrair os alunos e os pais para um logro. Se o Estado pensa que a opinião das ordens é fundamental, então deveria ouvi-las antes de homologar um determinado curso. Simples, não?
O que dizer, por exemplo, a um familiar meu que fez um curso de engenharia na Universidade Moderna e no final viu-se num beco sem saída, uma vez que esse curso não estava reconhecido profissionalmente? Aqui, sim, vê-se a incompetência e a incúria do Estado que nos (des)governa.
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