Em 1986, A Estampa começou a publicar a “Nova História da Expansão Portuguesa”. Teria 12 volumes. Em 2007 estão publicados 10 tomos mas ainda faltam 4 volumes (o 1º, o 4º, o 9º e o 12º!!!)
Em 1987, a editora Presença começou a publicar a “Nova História de Portugal” Previam 12 volumes. Estão por publicar os volumes 6 e 8. Todavia, como o volume 12 e último se refere à história moderna e termina em 1960 é de presumir que haja um 13º que cubra pelo menos o período da guerra, anos 60 revolução e anos 80 digamos até ao fim do processo revolucionário, primeiro governo constitucional. Será durante a minha vida?
A editora Caminho publicou em 1992 “A tristeza contentinha de Alexandre O’Neil”. O livro aparece citado na recente biografia do poeta. Vai-se por ele à Feira: o catálogo é omisso. Alguém acredita que este livro esteja esgotado? E se não estiver, porque é que não consta?
A Editora Cotovia já aqui mereceu louvores. Mas no melhor pano cai a nódoa: a Feira do Livro vai a meio e quanto a catálogos, está quieto ó mau, vou ali e já volto...
A Editora Teorema, indiscutível na qualidade, tem catálogo. Não tem é pelo menos 20 títulos na feira portuense. E títulos bem interessantes... Será que a margem norte do Douro também já só tem tuaregues?
A Editora Assírio e Alvim é reconhecidamente uma boa editora. Vai-se por um catálogo para não comprar repetido. Catálogo? Não há, nem vai haver. Pronto, pronto, já cá não está quem falou....
Uma das melhores livrarias portuguesas, senão a melhor até há bem pouco, viu morrer o sócio maioritário enquanto o minoritário (e seu principal artífice) ia para a merecida reforma depois de vender a sua quota. Os herdeiros do maioritário tornado único proprietário, esfregaram as mãos... Agora é que é! Criaram uma faustosa administração, não sei quantos tachos para caberem todos na fotografia e nos lucros. Pimba! Barco ao fundo. Primeiro começaram a atrasar pagamentos, depois atrasaram os atrasos, a torneira de fornecedores fartos de esperar foi-se fechando, os melhores empregados, aflitos, começaram a partir e a escolha de livros começou a escassear. Fiel cliente desde 1959 (julgo ter lá comprado para cima de 8.000 títulos) comecei a ver as minhas encomendas sem resposta. Entretanto apareceu um comprador: há meses que o negocio se arrasta. Parece que o senhorio de uma das partes da livraria quer (???) mundos e fundos. A livraria vai metendo água. Daqui a pouco nem comprador nem livraria. Uma casa prestigiada que anunciava (e tinha) livros de todo o mundo corre o risco de fechar. Já nem falo dos muitos postos de trabalho, da família de compradores assíduos, dos excelentes profissionais que lá há(via). Falo apenas da escandalosa tristeza de ver um projecto consolidado em cerca de cinquenta anos ir por água abaixo porque uns administradores estúpidos e gananciosos pensavam que aquilo era uma farmácia ou um bar de alterne com a registadora sempre a tilintar...
Um alfarrabista propôs-se vender-me um determinado número de exemplares da velha colecção “pelo império” a 2,5 ou 3 € o exemplar. Achei caro. De facto, a livraria Olissipo, em Lisboa, vendeu-me umas largas dezenas de volumes a 2€. E não cobrou os portes de correio. Faltavam-me ainda cinco exemplares que me interessavam. Fui à primitiva casa ver o que conseguia. Agora já me pediam 5 €!!! É a lei da oferta e da procura, explicaram-me. Mandei-os meter a oferta na procura. Entretanto já me falam num desconto... Pois será a 2 € e é se quiserem.
Um outro alfarrabista onde comprei uma série de SaIgari disse-me que tinha mais em armazém. Escrevi-lhe do Porto, enviando uma lista enorme de exemplares que pretendia. Resposta? Nicles! Quando o voltei a encontrar na feira dos Sábados no Chiado, disse-me: Deixe-me ter a liberdade de ser preguiçoso! E malcriado!, pensei eu. E parvo por perder um bom cliente!, lembrei-me mais tarde.
Falei aqui num livro interessantíssimo sobre Berlin. É da Taschen. Hoje perguntei na FNAC se o tinham, se o encomendavam, enfim o habitual. O jovem empregado que me atendeu explicou-me que a distribuidora portuguesa da Taschen fornece as novidades do editor cerca de seis meses depois da saída internacional. E mais: que da Taschen chegam ao mercado português apenas entre 20 e 30% do total de títulos editados. O resto não é pedido! Não tem mal, pede-se na Amazon.fr ou na Chapitre.fr!
A excelente revista “Monumentos” que vai briosamente no nº26 com uma tiragem actual de 5000 exemplares, é, até este número, editada pela Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (Ministério do Ambiente...). O exemplar custa 15 € e é sumptuoso, excelente cientificamente e lindamente apresentado. A DGEMN vai acabar, metida, num sarcófago qualquer do Ministério da Cultura, presumo que o IPPAR ou a sua nova formula. Alguém acredita que a revista continue? Mais: alguém acredita que se possam reeditar os números esgotados, pelo menos em CD rom? Quem disse que sim, vai de castigo para p canto, com um letreiro “sou parv(o)a e gosto! A propósito compra-se por preço decente o nº 8 (Universidade de Coimbra. Por decente entende-se 25, 30 €, vá lá mais uns pozinhos).
Poderia multiplicar estes exemplos ad nauseam. Sei que a leitura não é um sector fundamental em Portugal onde porém se editam diariamente 15 ou mais títulos!!! Sei que centenas de leitores como eu, desistiram de encomendar os livros e pedem-nos directamente à grandes livrarias virtuais. Com prejuízo das nacionais, claro! Não me venham dizer que a culpa é dos leitores. Haverá pachorra para esperar trinta anos por uma história de Portugal? Por um livro da Taschen? Por um catálogo de uma editora, que poderia até ser meia dúzia de folhinhas agrafadas?
Este é o meu contributo para a campanha “Portugal é pequenino mas é um torraozinho de açúcar!” (cfr. Queiroz, Eça, “Uma Campanha Alegre”)
Na gravura uma excelente actriz e uma mulher sensível lê um livro. Nem isso a salvou da súcia criminosa que a usou, explorou e...assassinou.
Em 1987, a editora Presença começou a publicar a “Nova História de Portugal” Previam 12 volumes. Estão por publicar os volumes 6 e 8. Todavia, como o volume 12 e último se refere à história moderna e termina em 1960 é de presumir que haja um 13º que cubra pelo menos o período da guerra, anos 60 revolução e anos 80 digamos até ao fim do processo revolucionário, primeiro governo constitucional. Será durante a minha vida?
A editora Caminho publicou em 1992 “A tristeza contentinha de Alexandre O’Neil”. O livro aparece citado na recente biografia do poeta. Vai-se por ele à Feira: o catálogo é omisso. Alguém acredita que este livro esteja esgotado? E se não estiver, porque é que não consta?
A Editora Cotovia já aqui mereceu louvores. Mas no melhor pano cai a nódoa: a Feira do Livro vai a meio e quanto a catálogos, está quieto ó mau, vou ali e já volto...
A Editora Teorema, indiscutível na qualidade, tem catálogo. Não tem é pelo menos 20 títulos na feira portuense. E títulos bem interessantes... Será que a margem norte do Douro também já só tem tuaregues?
A Editora Assírio e Alvim é reconhecidamente uma boa editora. Vai-se por um catálogo para não comprar repetido. Catálogo? Não há, nem vai haver. Pronto, pronto, já cá não está quem falou....
Uma das melhores livrarias portuguesas, senão a melhor até há bem pouco, viu morrer o sócio maioritário enquanto o minoritário (e seu principal artífice) ia para a merecida reforma depois de vender a sua quota. Os herdeiros do maioritário tornado único proprietário, esfregaram as mãos... Agora é que é! Criaram uma faustosa administração, não sei quantos tachos para caberem todos na fotografia e nos lucros. Pimba! Barco ao fundo. Primeiro começaram a atrasar pagamentos, depois atrasaram os atrasos, a torneira de fornecedores fartos de esperar foi-se fechando, os melhores empregados, aflitos, começaram a partir e a escolha de livros começou a escassear. Fiel cliente desde 1959 (julgo ter lá comprado para cima de 8.000 títulos) comecei a ver as minhas encomendas sem resposta. Entretanto apareceu um comprador: há meses que o negocio se arrasta. Parece que o senhorio de uma das partes da livraria quer (???) mundos e fundos. A livraria vai metendo água. Daqui a pouco nem comprador nem livraria. Uma casa prestigiada que anunciava (e tinha) livros de todo o mundo corre o risco de fechar. Já nem falo dos muitos postos de trabalho, da família de compradores assíduos, dos excelentes profissionais que lá há(via). Falo apenas da escandalosa tristeza de ver um projecto consolidado em cerca de cinquenta anos ir por água abaixo porque uns administradores estúpidos e gananciosos pensavam que aquilo era uma farmácia ou um bar de alterne com a registadora sempre a tilintar...
Um alfarrabista propôs-se vender-me um determinado número de exemplares da velha colecção “pelo império” a 2,5 ou 3 € o exemplar. Achei caro. De facto, a livraria Olissipo, em Lisboa, vendeu-me umas largas dezenas de volumes a 2€. E não cobrou os portes de correio. Faltavam-me ainda cinco exemplares que me interessavam. Fui à primitiva casa ver o que conseguia. Agora já me pediam 5 €!!! É a lei da oferta e da procura, explicaram-me. Mandei-os meter a oferta na procura. Entretanto já me falam num desconto... Pois será a 2 € e é se quiserem.
Um outro alfarrabista onde comprei uma série de SaIgari disse-me que tinha mais em armazém. Escrevi-lhe do Porto, enviando uma lista enorme de exemplares que pretendia. Resposta? Nicles! Quando o voltei a encontrar na feira dos Sábados no Chiado, disse-me: Deixe-me ter a liberdade de ser preguiçoso! E malcriado!, pensei eu. E parvo por perder um bom cliente!, lembrei-me mais tarde.
Falei aqui num livro interessantíssimo sobre Berlin. É da Taschen. Hoje perguntei na FNAC se o tinham, se o encomendavam, enfim o habitual. O jovem empregado que me atendeu explicou-me que a distribuidora portuguesa da Taschen fornece as novidades do editor cerca de seis meses depois da saída internacional. E mais: que da Taschen chegam ao mercado português apenas entre 20 e 30% do total de títulos editados. O resto não é pedido! Não tem mal, pede-se na Amazon.fr ou na Chapitre.fr!
A excelente revista “Monumentos” que vai briosamente no nº26 com uma tiragem actual de 5000 exemplares, é, até este número, editada pela Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (Ministério do Ambiente...). O exemplar custa 15 € e é sumptuoso, excelente cientificamente e lindamente apresentado. A DGEMN vai acabar, metida, num sarcófago qualquer do Ministério da Cultura, presumo que o IPPAR ou a sua nova formula. Alguém acredita que a revista continue? Mais: alguém acredita que se possam reeditar os números esgotados, pelo menos em CD rom? Quem disse que sim, vai de castigo para p canto, com um letreiro “sou parv(o)a e gosto! A propósito compra-se por preço decente o nº 8 (Universidade de Coimbra. Por decente entende-se 25, 30 €, vá lá mais uns pozinhos).
Poderia multiplicar estes exemplos ad nauseam. Sei que a leitura não é um sector fundamental em Portugal onde porém se editam diariamente 15 ou mais títulos!!! Sei que centenas de leitores como eu, desistiram de encomendar os livros e pedem-nos directamente à grandes livrarias virtuais. Com prejuízo das nacionais, claro! Não me venham dizer que a culpa é dos leitores. Haverá pachorra para esperar trinta anos por uma história de Portugal? Por um livro da Taschen? Por um catálogo de uma editora, que poderia até ser meia dúzia de folhinhas agrafadas?
Este é o meu contributo para a campanha “Portugal é pequenino mas é um torraozinho de açúcar!” (cfr. Queiroz, Eça, “Uma Campanha Alegre”)
Na gravura uma excelente actriz e uma mulher sensível lê um livro. Nem isso a salvou da súcia criminosa que a usou, explorou e...assassinou.
1 comentário:
Junte-se a este mimoso grupo as Edições 70. Indo por 5 títulos da colecção o lugar da história consegui um!
A menina disse-me que não podiam ter todos os livros na feira. Mas vêm no catálogo,respondi. Ah isso não quer dizer nada! retrucou. Ora aqui está Portugal em todo o seu esplendor
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