08 maio 2007

A coragem dos aparelhos…ou a falta dela

Na sequência das eleições regionais na Madeira, realizadas no último domingo, responsáveis locais do PS vieram a público criticar a falta de empenho e de solidariedade dos dirigentes nacionais do partido, que praticamente não puseram os pés na Madeira durante a campanha eleitoral. Uma das vozes que se insurgiu contra esse facto foi Maximiano Martins, coordenador dos deputados socialistas da Madeira na Assembleia da República e antigo gestor do Programa Operacional da Economia.

Independentemente das falhas e dos lapsos dos responsáveis madeirenses ao longo do processo eleitoral, não me custa acreditar nesta “ausência estratégica” do aparelho nacional. Quem como eu teve experiência de estar envolvido em campanhas eleitorais em locais difíceis, pôde constatar como as figuras nacionais dos partidos fogem a sete pés das situações desconfortáveis. Falar de Lisboa para o país é fácil, mas meter as mãos na massa e poder passar por situações delicadas ou ouvir coisas desagradáveis já não o é tanto.

Quando estive envolvido em campanhas no Marco de Canaveses contra Avelino Ferreira Torres e, mais tarde, contra a sua “herança”, senti de perto como os políticos de primeira (?) linha fugiam do Marco e das suas disputas. Dificuldades de agenda, indisponibilidades de última hora, indecisões várias, tudo serve para que muitos se mantenham afastados dos combates difíceis. Por isso, não posso deixar de compreender e de me solidarizar com os socialistas madeirenses, que certamente não tiveram a cobertura institucional do partido que a dimensão do desafio justificava.

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