Esta foi uma das questões formuladas pelos juízes para justificarem a redução de pena de sete anos e cinco meses de prisão para cinco anos de um homem que tinha sido condenado por abuso sexual de menores. Defendem que não é a mesma coisa praticar actos sexuais com uma criança de cinco, seis ou sete anos ou com um jovem de 13. De facto não deve ser. É certamente diferente. Ficam as questões: não continua a ser menor? Quem o protege?
Fiquei chocada quando ouvi a notícia. Aliás, só acreditei à segunda vez porque quando ouvi falar deste assunto na rádio pela primeira vez duvidei do que tinha escutado, tal o absurdo da situação.
Um dos juízes terá afirmado em reacção a declarações críticas de António Cluny; “ Qualquer decisão tem sempre uma carga subjectiva. O mundo é sempre visto pelos olhos de alguém. E isso não me parece ter nada de errado”. De facto não tem nada de errado. É alias inevitável. Pena é que estes juízes tenham uma visão do mundo que os leve a tomar estas decisões.
O jovem de treze anos foi apanhado na teia de um pedófilo e, como se isso não bastasse à sua vida, foi também apanhado na teia da concepção de mundo de um conjunto de pessoas que tem poder para ditar sentenças.
30 maio 2007
Mas ele não podia ter dito que não?
Marcadores: O meu olhar
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1 comentário:
É um dos subscritores do acórdão, o seu relator, que faz a pergunta, mas em declarações ao Correio da manhã.
No acórdão dá-se como provado que outro menor (em circunstâncias objectivas e subjectivas semelhantes?), se recusou a acompanhar o arguido.
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