12 junho 2007

adivinha


O curioso texto legislativo que aqui se publica depois de alguém mo enviar suscita algumas perguntas de todo em todo inocentes:
1- quem é a feliz contemplada?
2- a assessoria na manutenção de conteúdos é assim tão especializada que mereça um ordenado superior em cerca de 500 euros ao de um assessor principal do último escalão da função pública (isto é o mais alto posto normal da FP)
3- fará esta feliz ocorrência parte da luta governamental contra o desperdício e a ineficiência notórios da função pública, substituindo um vulgar técnico de informática por uma tão brilhante especialista?
4- se a criatura não se chamasse Costa (nada a ver com o ministro que se abaixo se (ass)assina)) teria lugar nos quadros do MJ?
5- procedeu o MJ a algum concurso para esta providencial escolha ou, pura e simplesmente, pegou na primeira criatura que lhe passou ao alcance e, zás!, toma lá que já bebes?
6- se não procedeu a concurso qual é a justificação: confiança política (ah! ah! ah! esta é boa!), recomendação de amigo, de colega, de camarada, influência da Senhora de Fátima, da Santinha da Ladeira ou do espírito do doutor Álvaro Cunhal que, como é sabido, ronda qual fantasma Lisboa e os seus arredores, Câmara municipal incluída?
7- Quousque tandem...?*

gostaria de ilustrar este pequeno texto com a fotografia da feliz nomeada, do orgulhoso pai, da devotada mãe, enfim de alguém cujo merecimento coubesse dentro dos três mil e tal euritos do ordenado. Mas só me vieram à cabeça coisas detestáveis chamadas a terreiro pela inveja, pela intriga, pela minha maldosa queda para a baixa política. Presumindo de virtuoso e de rigoroso optei por nada pôr. Salve-se a aparência já que o resto se afu
nda
no pântano!



3 comentários:

Primo de Amarante disse...

Todos diferentes e todos iguais. Talvez, por isso, a política se assemelhe a uma rua de má fama, por onde passa quem não tem vergonha ou sentido da honra.

Primo de Amarante disse...

Depois de reler, reparo que o meu comentário é muito, mesmo demasiado, radical. Só deve ser entendido como expressão dum profundo desencanto e não como um juízo sobre todos os políticos. Ainda acredito que haja quem entenda o exercício de intervenção na Polis com o sentido de construir uma sociedade mais justa e fraterna. Certamente serão poucos e, por isso, excepções!

JSC disse...

Casos destes devem ser mais que muitos. Político (no sentido actual do termo) que se preze tem de arranjar emprego para os filhos dos amigos para que estes empreguem os filhos dos primeiros e assim sucessivamente. Esta prática há muito que faz parte da cultura política. O próprio eleitorado já assimilou estes comportamentos. Nenhum eleitor penaliza um político por estas coisas. A entrada para a função pública tinha regras bem precisas. Contudo, tinham um forte constrangimento, não facilitavam os recrutamentos a pedido e eram morosas. Criaram a figura do contrato individual de trabalho, que também obriga a determinados procedimentos no recrutamento. Pelos vistos nenhuma destas figuras é célere para o recrutamento a pedido. Este não obriga a explicitar conteúdos funcionais nem cuida de saber qual o critério para se fixar a remuneração mensal. Basta que o candidato seja portador do factor C. Pelo menos podiam ter publicado o curriculum…