19 junho 2007

MULHERES, CARROS E HOMENS


A minha actividade profissional implica andar muito de carro, em grandes, médias e pequenas deslocações. Para fazerem uma ideia o meu Galaxy, que comprei há 6 anos, tem 225 000 Km percorridos. Uma outra característica do meu trabalho é que na grande maioria das vezes vou acompanhada ou por consultores ou por outras consultoras. E conto-vos isto, porquê? Bom, para vos dar conta de uma curiosidade. Quando vou acompanhada por representantes do sexo feminino falamos de tudo e mais alguma coisa e de condução, nada. Invariavelmente, quando se trata de companhia do sexo masculino é certo e sabido que ouço coisas do tipo: agora é melhor virar ali à esquerda. Encoste mais à direita porque ali frente tem que virar. É melhor desembaciar os vidros. Não vá por aí porque é mais longe. Não acha melhor ir por outro caminho? Olhe que o semáforo está vermelho….etc… etc… Ainda hoje fui a S. Pedro do Sul, com um temporal incrível, e tive que viver esta situação.

Claro que se a minha auto estima fosse baixa, já estaria a passar o volante aos dignos representantes do Fangio. Como não é o caso, limito-me a ter a paciência possível e dizer, com maior ou menor delicadeza: sabe, eu conheço bem o caminho. Já faço isto há anos.

A maioria das vezes calo-me e penso pacientemente: homens!
A esta hora já estão a pensar que o problema é meu, que conduzo mal. Pois, a isso respondo o mesmo: devem ser homens!...

7 comentários:

Kamikaze (L.P.) disse...

Como a compreendo! E a minha filha também compreenderá seguramente, quando a ler. Só que eu e ela nem sempre conseguimos disfarçar a irritação que esse paternalismo (consideração, espírito de ajuda, dizem eles ah ah ah) nos provoca quando vem de pessoas chegadas... :) Em suma: somos mesmo umas mal-agradecidas!

carteiro disse...

É giro o seu carro, meu olhar, com bonita côr :-)

Pois, olhe, eu só costumo ser assim quando pressinto que o condutor é mau. Seja homem ou mulher.

M.C.R. disse...

Pois cá em casa há um(a)censor(a) que está sempre a dar-me cabo do juízo com conselhos de condução...
Felizmente a minha auto-estima é grande e já não tenho acidentes há trinta anos.

O meu olhar disse...

Kami, eu também não sou sempre paciente…

Carteiro, acredite em mim: não sou má condutora. O meu pai, que é um crítico de primeira, até diz que eu conduzo muito bem… tirando o problema da embraiagem (mas isso é já outra história).
O problema é mesmo a falta de confiança do sexo masculino nas capacidades de condução das mulheres.

MCR, eu também não me posso queixar. Só tive três acidentes na vida e o primeiro foi no primeiro dia de encartada. Numa ruela muito estreita eu dizia “passa” o meu irmão teimava “ não passa” eu “passa” ele “ não passa”. Bom, não passou.
Quanto ao segundo acidente estava tranquilamente numa fila na cidade do Porto quando um outro carro veio visitar as traseiras do meu. Nada de grave.
O terceiro, esse sim foi algo de muito sério. Numa das minhas viagens malucas, em que conduzo muito, trabalho muito e não descanso, de regresso a casa. a altas horas, de Inverno, viro para a esquerda num entroncamento sem olhar para a direita. O choque foi violento. O meu carro ficou estragado e o outro desfeito. Dizem as más-línguas que o outro condutor podia ter evitado e embate, que deixou bater de propósito. O carro era velho e estava à venda. Enfim, historias de viajante.

o sibilo da serpente disse...

Embraiagem? Hum. Sempre com o pé nela?

Eu também já conheci uma mulher que conduzia muito bem: Michelle Mouton :-)

carteiro disse...

Voltei a enganar-me no nome de usuário. carteirices.

O meu olhar disse...

Bom, não é sempre com o pé na embraiagem. Não vale a pena exagerar… Digamos que fico com o pé lá mais tempo do que devia.