26 agosto 2007

Uma carta colectiva

Atenhamo-mos, primeiro, no arroz de lingueirão de que nos fala, comentários abaixo, a nossa querida Kami, e que este ano não houve, nem na Ilha de Faro, nem em qualquer outro lado, por razões de que o JCP não tem culpa, que ele chegou a falar-me no assunto, mas eu disse-lhe o que digo aqui, que não estava nada combinado e eu sou assim, um absoluto palerma que, muitas vezes, acha que pode estar a entrar demais na vida das pessoas que estão no Algarve de forma diferente da minha, elas lá na sua vida e eu na passeata. Foi por isso, apenas por isso, que não telefonei para o lingueirão, coisa que me teria dado muito prazer, e a menina sabe e também sabe que é mesmo como digo em relação ao resto, porque já me vai conhecendo. Mas não há problema: com ou sem lingueirão, não falta tempo e as mesas também não, por aí ou por aqui, ou a meio do caminho, tanto faz.
(Ainda bem que só soube que "o meu olhar" e o JSC estavam em Aljezur depois de ter passado por lá, porque, de outro modo, também me angustiaria, agora, sobre se os procurava ou não no seu sossego.)

Diz o MCR que eu ando preguiçoso. Ah, meu amigo, nem imagina quanto! Quando leio estas coisas, corro sempre a cassete atrás e lembro-me do tempo em que dizia que iria reformar-me aos 45 anos e fiz por isso. Melhor: fiz por isso até aos 39 anos e ia conseguir, porque corri tanto, andei tanto, sofri tanto que ia conseguir. E ia conseguir, mesmo que nunca tenha perdido a ética e os valores. Mas tive que andar para trás, a partir daí, tive de começar tudo de novo, deixei para trás os livros que iria escrever na reforma precoce, as minhas viagens, o tempo da inimputabilidade total que me deixaria ser o que me apetecia, numa vida nem sempre sincronizada. Tudo. Começar tudo de novo até pode ser um desafio, um estímulo interessante, uma aventura. Só que eu não tinha percebido até que ponto estava cansado dos meus 50 mil quilómetros por ano e das noites mal dormidas. Agora, aos 47 anos, vivo a vida mais devagar. Devagar demais, há quem diga. Logo se vê...

Discute-se, por estes dias, a questão dos financiamentos dos partidos a propósito do PSD e da Somague. Expedito, o SOL traz novamente à liça o fincanciamento do PS no Brasil. Não vale a pena - discute-se, apenas, a espuma das coisas. Porque no dia em que se discutir mais além, discute-se a democracia. Alguém quer? Quem? O BE? E de onde vem o dinheiro para as grandes campanhas do BE? Querem discutir o assunto? Todos? A sério? Ah, não, não querem. Fiquemo-nos, então, pelo que é acessório. E, aí, retomo as palavras do "primo de amarante", precisamente na parte em que escreve, um tanto mais abaixo e a propósito do tema, que o PS do Porto justificou as faltas de Francisco Assis à Assembleia Municipal do Marco com o argumento de que o senhor não queria, com a sua presença, inibir os demais deputados do seu partido. Inibir?! O senhor deputado europeu, com a sua presença, ia inibir? Mas inibir, quem? Por essa altura eu era vereador da oposição local, pelo PSD, e teria gostado que o senhor deputado europeu tivesse ido lá inibir quem não respeitava as regras da democracia. Não o fez. Inibiu-se! Himself.
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1 comentário:

O meu olhar disse...

Olá Carteiro, seja muito bem-vindo neste seu regresso ao Incursões!
Quanto à sua passagem por Aljezur foi pena que não nos tenha visitado. Não há razão para ter essas reservas. Os amigos são sempre bem-vindos. Sempre.
Um abraço