01 setembro 2007

Espectáculo e emoção!


Carta a MCR e a JCP

Caros amigos, vim aqui ao Incursões para dar conta do meu entusiasmo por ter assistido a um espectáculo profissional, pleno de emoção e alegria e, qual não é o meu espanto, fico a saber duas coisas que desconhecia em absoluto:

1º - Sou patega e passei a tarde a olhar para o balão;
2º - As pessoas que estavam quase encostadas a mim e que se amontoavam para ver as corridas não sabiam que deveriam respeitar uma medida espanhola de 1,1m2 por espectador.

Brincadeira à parte, eu gostava de vos dizer várias coisas:

A multidão era imensa. As pessoas ocupavam todos os postos possíveis mesmo os mais incríveis. Quando ouvi que estavam lá 600 000 pessoas não acreditei. Eram certamente mais. Disseram-me que a organização utilizava uma medida, que deve ser do tipo da espanhola, mas seguramente diferente. Todavia, para mim essa medida está certamente errada porque estava lá mais gente. Seguramente. Eu estive lá na sexta-feira, nas provas de qualificação, e a organização falou em 250 000 pessoas nesse dia. Ora, assim sendo, hoje esteve, por baixo, três vezes mais.

Mas o número de pessoas não é o mais importante. O importante foi o profissionalismo de 13 dos melhores pilotos de avião do mundo, o seu esforço, a sua habilidade. O importante foi uma organização impecável e o civismo da multidão. O importante foi a festa, a alegria das pessoas, a emoção, os aplausos, os risos. O importante foi ver pais e filhos, juntos, sentados no chão, em cima de um muro, em volta de um “farnel” (os mais felizardos). O importante foram as conversas entre emoções e os sorrisos e conversas entre desconhecidos. O importante foi a projecção do nome Porto e Gaia para um público alargado. O importante foi a vinda de muitos turistas estrangeiros e portugueses que vieram ao Porto e que lotaram completamente os hotéis.
Eu gostei. Muito. Estou certa que ninguém, dos estiveram lá, deu por mal empregue o tempo, a deslocação, o calor. Valeu a pena. Felizmente, para o ano há mais!...

2 comentários:

M.C.R. disse...

cara amiga:
já o senhor marquês de Pombal dizia qu para tirarem um morto de dentro de casa eram precisos quatro homens.
Ou para falar de ocupação de espaço 1,1m2 é uma média e pode estar certa que ela funciona sempre que há grandes números,
Pessoalmente não tenho nada contra nem a favor dos malabarismos em avião.
E a televisão dava o espectáculo à fresca e total.
Mas eu não critiquei quem foi ou quem não foi. Livra!Apenas ressalto que como de costume a hipérbole entra pela nossa casa. Podiam ser apenas 50 ou 100 mil os espectadores que em nada ficaria diminuída a corrida. Mas cá têm de ser sempre mais. É uma mania lusitana. O guiness é nosso! E foi apenas isso que eu critiquei. Isso e as contas esfarrapadas, os retornos prodigiosos (o mesmo sucedeu com o Porto capital da cultura e com a Expo de Lisboa. Haviam multidões prontas a vir. Foi-se a ver, contas feitas, não vieram. ainda não li os jornais mas vou ver se se ficam nos 600.000 ou se me fazem o favor de dizer que eram um milhão.
A propósito, ou não: adoro andar de avioneta, andei muito em Africa e cá, embora confesse, triste e humilhado, que os meus pilotos nunca me mostraram como se fazem as avarias ontem vistas. Ainda bem, porque, de certeza, teria medo.

O meu olhar disse...

Caro amigo, eu percebi que apenas criticou os números vindos a público e não quem lá foi. Percebi isso e acho muito bem, porque as opções de cada um são com cada qual. Claro que, como refere mais acima no comentário ao post do nosso amigo Carteiro, apontando como exemplo o jazz, tentamos sempre influenciar os que nos são próximos para as nossas escolhas, que consideramos obviamente as melhores.

Somos todos tão diferentes uns dos outros! E é precisamente nisso que está o encanto. Se fossemos todos iguais estaríamos certamente na Idade da Pedra ou teríamos morrido de tédio.

A propósito de influencias sugiro-lhe um programa para hoje às 22h 30: o Rodrigo Leão, no Forte de São João, em Vila do Conde. Soube por acaso deste acontecimento e não vou perder.

Reza assim a publicidade sobre esse concerto:

Cantar "O Mundo (1193-2006", desde o "Ave Mundi Luminar" ao "Cinema", passando por revista alguns dos temas que compôs para os Sétima Legião e Madredeus. O Forte de São João oferece o palco, a música fica a cargo de Rodrigo Leão. Com ele, mais de 30 músicos da Sinfonieta de Lisboa, conduzidos pelo Maestro Vasco Pearce de Azevedo, celebram a música em concerto. O espectáculo conta ainda com arranjos de Pedro Moreira.