01 outubro 2007

As directas

Menezes derrotou Mendes e agora parece que vem aí um novo PSD. Não deposito muitas esperanças nesta nova vaga, mas é bom que haja um agitar de águas no panorama político-partidário. Faz bem à oposição e fará bem igualmente a quem está no poder. Pacheco Pereira é que sofre!

No entanto, o exemplo que o PSD deu ao país com a sua campanha interna veio evidenciar mais uma vez que as eleições directas podem contribuir para agravar o divórcio entre as populações e os partidos ao porem a nu as fragilidades internas dos partidos, as suas clivagens e as suas fracturas. Se aquelas pessoas do mesmo partido dizem o que dizem uns dos outros, como se relacionarão com os adversários políticos e como poderão trabalhar em conjunto? Como é que as “tropas” de Menezes e de Mendes poderão agora cooperar?

As vantagens do alargamento do voto a todos os militantes, às bases, podem ser desvirtuadas com este verdadeiro streeptease partidário. Como a discussão ultrapassa as paredes das sedes, o que se discute (e como se discute) chega a todo o país e não apenas aos militantes com direito a voto. As directas no PS correram menos mal, apesar de terem dado azo a muitas divergências e dissidências entre o grupo de Alegre. No CDS, as coisas já correram pior e o partido ficou muito fracturado. Agora no PSD foi a clivagem total.

A transparência que os partidos apregoam obriga-os a fazerem uma introspecção, a analisarem a forma como comunicam com o país e a inverterem este comportamento, sob pena de serem vítimas da pretensa cura. E ainda há a questão do financiamento destas campanhas internas que ninguém controla...

1 comentário:

O meu olhar disse...

Concordo plenamente caro JCP, fi triste o espectáculo. Em contrapartida podemos dizer que foi produtivo. Estou em crer que foi graças a este agudizar de posições e consequente vitimização que se deu a adesão em força às directas. E foi este reforço de votantes que permitiu a vitória folgada. Menezes mostrou que sabe de que massa é feita os votantes.