Pedro Santana Lopes avançou hoje para o que se sabia ser a sua actual ambição - tornar-se líder parlamentar. Com um grupo de deputados fiéis, PSL sabia que Menezes não tinha muita margem de manobra para lhe fazer frente. Aliás, PSL já tinha colocado alguns dos seus apaniguados em lugares proeminentes nos novos órgãos dirigentes do PSD, marcando o seu terreno para batalhas futuras.
Só não se percebe como Menezes pretende contornar o protagonismo que PSL vai chamar a si. Quem vai liderar a oposição por parte do PSD: PSL na Assembleia da República, enfrentando Sócrates e os inevitáveis ajustes de contas com o governo anterior, ou Menezes nas conferências de imprensa na S. Caetano à Lapa?
Além do mais, a II República conhece um episódio inédito: um ex-primeiro-ministro que volta ao combate político como líder parlamentar depois de derrotado nas urnas. Surpreendente?
14 comentários:
Há pessoas assim, com alguma humildade. O que tu não dirias se o homem tivesse ido para um cargo milionário numa empresa... Ou se tivesse ido para comissário de uma qualquer coisa...
Meu caro JM
V. pode assacar tudo o que quiser ao Santana. Mas chamar-lhe humilde é demais. O homem não merece isso.
A pergunta (mal-intencionada!...) do JCP merece resposta. Das duas uma: ou Meneses fez as pazes com os sulistas elitistas de que PSL é um exemplo, ou então está bem enganado.
dito isto não acho nada de extraordinario PSL ir para líder parlamentar. É um cargo honroso, de grande visibilidade e dá-lhe o palco de que precisa. Meneses talvez se venha a arrepender mesmo considerando que está tão sozinho como quando partiu para a guerra.
Boa JCP, boa MCR.
Pois é, será que agora vamos passar a ver o nosso carteiro a siar em defesa de PSL e de tudo o que "vier" de Menezes?
Vamos ver o que diz ele a isto:
Isto não vos faz lembrar nada?
O penalista Costa Andrade, nome referido ainda ontem por Menezes como o coordenador da nova constituição made in Gaia, afirmou ao Rádio Clube que “não concorda com a proposta do novo líder do PSD e lembra que o modelo de direito português contempla a existência do Tribunal Constitucional.” O santanismo is back.
Se há coisas de que eu já dei abundantes provas, é a que nunca fui um fundamentalista de nada. E espero nunca vir a ser. Só assim me sinto verdadeiramente livre (a liberdade da consciência é a maior de todas elas). Por isso, minha cara, não me verá defender o menezismo com o mesmo afinco com que JCP defende o socratismo. COntinuarei a ser crítico, quando tiver de ser crítico. E elogiarei, quando tiver de elogiar. Fui sempre assim. E o próprio Menezes que o diga.
Se respondi ao JCP, foi pelo facto de sentir que PSL seria criticado de qualquer maneira. Quando disseram que ia dar aulas, houve quem barafustasse; quando se disse que ia para a advocacia, riram-se; quando se diz o homem vai para líder da bancada parlamentar, aqui d'el rei. O homem tem que fazer alguma coisa, não?
Ah, quanto à citação de Costa Andrade, vale pouco. É verdade que o modelo de direito português contempla a existência do Tribunal Constitucional. Mas também é verdade que Menezes diz que quer uma nova constituição.
Por outro lado, a coisa não deve ser assim tão parva: os juízes portugueses gostaram!
E, já agora: o ministro da Justiça do santanismo não era o tão elogiado Aguiar Branco?
É demasiado mau para ser verdade. Quando o PSL deixou de ser primeiro-ministro respirei aliviada. Não, não foi só por o país ficar livre de semelhante governante, foi também porque já estava farta de acordar todos os dias com a voz de Santana Lopes. Sim, porque nessa altura, era dia sim dia sim que a TSF abria os noticiários, pelo menos o das 7 horas, com “novidades” desse senhor, que é pródigo em cria-las. O que nos espera agora é mais um arraial. Vai ser um festival.
Ai que pessimistas :-)
Oh meu amigo C. ribeiro, apud Carteiro! Eu não duvido da sua capcidade crítica e de expressão da mesma, mas que já anda obnubilado ai isso já, que ser adepto provoca isso mesmo, pelo menos ao princípio! :)
Pois veja só a prova no seu comentário à questão "Costa Andrade": completamente ao lado, pois do que se trata é do anúncio de Menezes, logo desmentido a seguir pelo "anunciado"! PSL era useiro e vezeiro em dar-nos destes espectáculos, daí a piada, que de resto não tem graça nenhuma, pois trata-se de gente que quer mandar (e até já mandou) no país! Livra!
Qual anúncio de Costa Andrade? Não percebo onde passei ao lado neste comentário...
Quanto ao resto, dá-se a particularidade de nunca ter sido um tão empenhado anti-santanista como foram muitos. Não seria agora que iria mudar de opinião. Confesso que acho que PSL é bem melhor político do que Durão Barroso. Julgo que isso transpira do que já escrevi sobre o assunto.
Por outro lado, eu recuso-me a não dar oportunidades aos outros. Porque não deixam Menezes seguir o seu caminho, com ou sem PSL e depois conversamos. Não eram os meus amigos os mesmo que também achavam que a eleição de Cavaco iria ser uma desgraça, quiçá um golpe-de-estado?
JM diz que o homem tem de fazer alguma coisa. Concordo, mas trabalhar a sério, num suposto escritório de advogados, dá mais trabalho e menos protagonismo. Vai daí, a saída de Mendes e a entrada de Menezes foi a melhor oportunidade para "vingar" a derrota que PSL nunca engoliu. Menezes tinha alternativa? Talvez não, até porque precisou dos votos santanistas para ganhar as eleições internas, como se viu.
Quanto a Costa Andrade, relembro o que disse a Kami: então o indigitado "pai" do projecto de constituição do PSD (a busca da legitimação intelectual da escola de Coimbra?) põe-se logo à margem e diz que não concorda com a extinção do Tribunal Constitucional?
The swow must go on!
Honestamente, gostava de ter tantas certezas como os meus amigos. Deve ser problema meu, pois claro.
Lembro-me, ainda, quando o JCP justificava que era boa a entrada do actual ministro das Finanças, Teixeira dos Santos para o governo - em substituição de Campos Cunha - até porque era um homem do Norte e, agora, passa verdadeiramente ao lado, sem pestanejar, por expressões tipo constituição à moda de Gaia, como escreve a Kami.
Folgo ver esta coincidência de pontos de vista, sem dúvida, que já não via entre os dois há muito tempo, sobretudo quando se falava do governo de Sócrates, que o JCP tanto louva e a Kami tanto vergasta(va).
Gostava ainda de dizer o seguinte, no que respeita a Costa Andrade: nunca li nada que dissesse que iria ser ele o artífice da constituição à moda de Gaia. Li, sim, que ele teria sido convidado para presidente do Conselho de Jurisdição do PSD e não aceitou. Uma vez mais, falta minha, que não li tudo o que havia para ler. Pelos vistos.
No fundo, o que nos divide é pouco: Vexas estão contentes com o país que têm. Eu quero mais. E quando vejo alguém que quer dar mais, dou o benefício da dúvida. Claroo que eu posso estar enganado. Mas, como dia no princípio, eu não tenho as certezas que os meus amigos têm.
Com beijos e abraços
Ena ena, o nosso carteiro picou-se, mau sinal...
Quanto à Kami tanto vergastar o Governo Sócrates: nem sempre, nem sempre, meu caro (embora reconheça que uso mais este espaço para a vergastada do que para o elogio:)-também eu não sou fundamentalista, meu caro. Chegaram-me os idos anos de 72/76. Fiquei mesmo alérgica, sabe?
Claro que não estou picado. Só ficam picados os que têm tantas certezas. Eu não as tenho. Sou um conciliador, mesmo quando parece que provoco.
JCP: afinal, esta é a II REpública? Pensei que era a III. Já vejo por aí quem peça a IV, logo...
Mas, aqui, volto a ter dúvidas. As mesmas que o Marcelo tem quanto à numeração da postalagem.
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