o poema passeia pela cidade
tropeçando nas pernas dos transeuntes.
deambula cheio de hesitação,
a pensar se o revólver
carregado pelo menino
-e sua vida curta-
estará em algum verso.
a duvidar que a existência
vivida no ápice do desprezo pela vida,
na ponta de uma bala,
contenha em si algum lirismo.
talvez um violento lirismo neo-real
desses que dá a mão aos dramas mais comuns.
lá os dias são sempre facas.
silvia chueire
04 novembro 2007
neo-real
Marcadores: Poesia, Sílvia Chueire
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1 comentário:
Fico feliz. Eu esperava que a reflexão deixasse algum leitor sem palavras. E deixa logo vc, um leitor querido e tão pródigo nas palavras. : )
Um abraço,
Silvia
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