12 janeiro 2008

Afinal eles sabiam…

Acerca do processo BCP, a questão que muitos colocavam era a de saber qual o papel do auditor das contas do Banco no meio daquela parafernália.

Uns diziam que não podia ser, que o auditor se cumprisse plenamente o seu papel teria detectado as irregularidades. Outros acreditavam que estava tudo feito, que quando muito o auditor teria colocado algumas “ênfases”, mas sem problemas de maior. Bom, mas a ser assim, questionavam, então, também se deveria por em causa o auditor. Que é nada mais nada menos que a multinacional KPMG.

Entre muitos, o Catedrático de Economia, ex-ministro das Finanças (dois meses para aumentar a taxa do IVA) e ex-vice-governador do Banco de Portugal, Campos e Cunha criticou o auditor e revisor oficial do BCP, perguntando: "Não viu nada? Como é possível não cuidar da verdade das contas, estando em causa, mais uma vez, montantes muito grandes, mesmo para um banco tão grande como o BCP?" Depois de Marcelo Rebelo de Sousa se ter referido ao auditor, até que enfim que uma autoridade como o ex-Ministro das Finanças, Campos e Cunha veio a terreno questionar o papel do auditor.

Contudo, agora, a KPMG responde a Campos e Cunha. E o que é que se conclui da resposta da KPMG? Que afinal de contas o Banco de Portugal e a CMVM, de três em três meses, receberam toda a informação sobre as contas do BCP.

Porque é que não agiram? Bom, esta pergunta não é para ter resposta… porque o que importa é aprender com os erros. E eles (ainda não garantiram) vão garantir que passarão a ler, minuciosamente, os relatórios e as “ênfases” do auditor e revisor oficial de cada uma das entidades bancárias.

Entretanto, Santos Ferreira liderará o novo BCP e tudo o que se passou deixa de ser notícia.

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