22 janeiro 2008

A ASAE


Como é sabido, porque amplamente divulgado, o inspector-geral da ASAE vai ser ouvido hoje na comissão parlamentar de Assuntos Económicos, a pedido do CDS- PP. Aliás, para compor o ramalhete, este mesmo partido criou um endereço electrónico para receber as queixas dos portugueses relativamente à ASAE. Acho notável este tipo de preocupação. Num país onde a contrafacção impera, onde a falta de higiene e de condições é regra nos nossos restaurantes e pastelarias, onde as leis não são para serem cumpridas mas sim contornadas, ataca-se a ASAE. Parece-me bem. Estavam a dar muito nas vistas, trabalhavam excessivamente. Parece até que os quatro mil processos-crime relativos a material falsificado que instauraram nenhum deles foi ainda julgado. Não pode ser. Além de trabalharem dão que fazer aos outros. Assim sendo, vamos lá a ver por onde podemos pegar com esta malta da ASAE. Usam meios aparatosos, não pode ser. Inviabilizam a Bola de Berlim nas praias, ora nem pensar! Fecham restaurantes por questões de higiene, lamentável porque todos gostamos de comer um bife bem passado… no tempo.

Dificilmente se ouve ou se lê uma palavra que seja de apoio ao trabalho que a ASAE desenvolve. Porque será? Que se refiram os excessos e se questione alguma ausência de bom senso é uma coisa, agora que se denigra por inteiro uma entidade que funciona neste país é algo que tenho dificuldade em encaixar. Quem sabe minimamente o que se passa nas cozinhas dos restaurantes e pastelarias deste país só tem que agradecer a actuação da ASAE. Que sejam aparatosos, que sejam amplamente noticiados, que sejam controversos, que actuem. É o que se pede.

3 comentários:

Luís Bonifácio disse...

A António Nunes subiu a notoriedade à cabeça. O homem julgava-se um cavaleiro andante do Século XXI. Basta ler a inenarrável entrevista que deu ao Correio da Manhã, onde se vangloriava de ter proibido o genuíno frango à Cabidela, onde vaticinava o encerramento de metade dos restaurantes em Portugal, onde disse que a Ginjinha do Rossio fechou por lavar mal os copos, quando há mais de dois anos estes eram de plástico descartável e outras "boutades", para já não falar de ser uma pessoa que se acha acima da lei.
Em suma há que calá-lo, pois ninguém critica a ASAE por lutar contra a contrafacção, por inspeccionar a higiene dos restaurantes.
É a prepotência que é criticada.

Em Portugal existem mais inspectores-gerais, que fazem, nas suas áreas um trabalho igual ou muito melhor que a ASAE e não dão entrevistas "tipo Cowboy".

O meu olhar disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
O meu olhar disse...

Caro luís bonifácio, como referi na resposta ao texto do mcr, não consigo fazer essa apreciação à entrevista do António Nunes ao Correio da Manhã. Tenho até alguma dificuldade em compreender essa sua leitura, apesar de ser coincidente com vários comentadores da nossa praça.
Então o homem não pode dar uma entrevista? Pode ser atacado e tem que estar calado? Está acima da lei em quê se ele só fala em cumprir a lei?