Manuel Alegre é vice-presidente (da Assembleia da República) mas vive e expressa-se como se fosse o vice-presidente da República. Se o cargo existisse, Alegre faria jus a ele. Depois da sua experiência nas últimas presidenciais, em que ficou em segundo lugar, mas derrotado na primeira volta, Alegre, o quase-presidente, encontrou o seu estatuto político.
De mal com os seus companheiros de partido, no qual insiste em permanecer, Alegre decidiu agora fazer o jogo da oposição. Não discuto as suas ideias, pois é absolutamente livre de as defender. Discordo, sim, que participe e promova acções político-partidárias contrárias ao partido em que milita. Fazendo o jogo de um partido que, não há muitos dias, apresentou uma moção de censura ao partido que é suposto Alegre apoiar.
Alegre é deputado do PS desde a Constituinte e, tirando uma fugaz passagem pelo governo, aí tem desempenhado funções. Foi eleito pelos seus pares vice-presidente do parlamento, com direito e usufruto das sinecuras devidas ao cargo (terá Alegre ido para o comício organizado pelo Bloco no carro oficial? E o motorista ficou à espera?), que assim lhe deram o devido reconhecimento político. Contudo, Alegre, que discorda da política seguida pelo partido e pelo governo, falta a todas as reuniões partidárias e do grupo parlamentar, espaços privilegiados para criticar e interpelar.
Quem não tem estômago para integrar colectivos (algo) disciplinados, não deve insistir na militância. Eu assim faço. Quem está num partido, deve agir com observância de regras mínimas de solidariedade. O que não pode é aparecer no parlamento, no dia seguir a participar num comício com um partido da oposição, como se nada se tivesse passado, de óculos escuros, de perna estendida, com aquele registo próprio de alguém que faz o frete de passar por ali para assinar o ponto.
De mal com os seus companheiros de partido, no qual insiste em permanecer, Alegre decidiu agora fazer o jogo da oposição. Não discuto as suas ideias, pois é absolutamente livre de as defender. Discordo, sim, que participe e promova acções político-partidárias contrárias ao partido em que milita. Fazendo o jogo de um partido que, não há muitos dias, apresentou uma moção de censura ao partido que é suposto Alegre apoiar.
Alegre é deputado do PS desde a Constituinte e, tirando uma fugaz passagem pelo governo, aí tem desempenhado funções. Foi eleito pelos seus pares vice-presidente do parlamento, com direito e usufruto das sinecuras devidas ao cargo (terá Alegre ido para o comício organizado pelo Bloco no carro oficial? E o motorista ficou à espera?), que assim lhe deram o devido reconhecimento político. Contudo, Alegre, que discorda da política seguida pelo partido e pelo governo, falta a todas as reuniões partidárias e do grupo parlamentar, espaços privilegiados para criticar e interpelar.
Quem não tem estômago para integrar colectivos (algo) disciplinados, não deve insistir na militância. Eu assim faço. Quem está num partido, deve agir com observância de regras mínimas de solidariedade. O que não pode é aparecer no parlamento, no dia seguir a participar num comício com um partido da oposição, como se nada se tivesse passado, de óculos escuros, de perna estendida, com aquele registo próprio de alguém que faz o frete de passar por ali para assinar o ponto.
1 comentário:
Caro JCP
Partilho da mesma ideia. Penso, aliás, que Manuel Alegre, em coerência, deveria ter deixado o PS quando concorreu contra o candidato apoiado pelo PS.
Mas este é um problema maior para Sócrates, ter dentro do PS o melhor aliado que o Bloco poderia arranjar e dessa forma partir o PS pela esquerda. Depois, o que é que sobrará do PS? Talves um futuro núcleo PSD? Quem sabe...
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