As leitoras (e os raros leitores, também) sabem que não gosto de falar de Direito. À uma porque nem sempre o Direito que por aí se usa o é. Depois porque há neste blog gente muito mais preparada para o efeito (Kamikaze, Simas Santos) e muito mais capaz do que eu. E finalmente porque não creio que os problemas que afligem a pátria madrasta se resolvam a golpe de lei, decreto, regulamento & assimilados. Temos leis a mais, confusas e mal feitas algumas, ministros da Justiça que ainda sabem menos do que eu, deputados “peritos” em leis que metem os pés pelas mãos e são culpados de algumas aberrações recentes, para não falar nos muitos profissionais do Direito que “vêem o argueiro no olho do vizinho mas esquecem a tranca no próprio” (se é assim o brocardo...). A Justiça está doente, é provável. Mas são tantos os médicos à sua cabeceira que duvido que ela escape ao arraial de mezinhas que se propõem.
Vem tudo isto a propósito do recurso que umas senhoras procuradoras apresentaram no caso apito dourado. Um juiz entendeu que a senhora Carolina Salgado mentira quanto a um telefonema de que se dizia testemunha. E mandou extrair certidões. E ilibou o senhor Pinto da Costa. Segundo os autos a senhora Carolina estava em Gaia na altura do alegado telefonema feito por Pinto da Costa no Porto. Ora a Sr.ª Procuradora entende que das duas, uma: ou PC contou o telefonema à testemunha Carolina, ou esta conseguiu vir de Gaia ao centro do Porto num ápice ouvindo assim o telefonema. Eu tenho o maior respeito pela Sr.ª Procuradora mas permito-me lembrar que vir de Gaia num pulinho até ao centro do Porto (e resta ainda determinar que centro) é milagre de Fátima desses de tornar Carolina beata ainda mais depressa que Santo António de Lisboa (ou Pádua para as leitoras italianas, se é que as há). Depois, acreditar que Pinto da Costa, galo velho, e com esporões, contaria à amásia os seus telefonemas é forçar uma história. Nos autos, que saiba, nunca Carolina, perdão a senhora Carolina, afirmou que o telefonema lhe fora contado. Ao que se sabe, ela disse que o ouvira em primeira mão ou primeira orelha. Ou seja, a senhora Carolina nunca disse que lhe tinham contado aquela treta.
Mas há esta obsessão por Pinto da Costa a mendigar favores arbitrais depois de ter um campeonato no papo. É caso para se dizer que o diabo do homem pode ser pinto mas é burro. Então, mesmo sem precisar de favores, vai arejar uns tostões só por amor à arte? Para que precisava ele de comprar um árbitro, num jogo que não só já era a feijões mas que sobretudo parecia fácil para o FCP? A Senhora Procuradora terá pensado nisto, na lógica disto, no estranho que é acreditar piamente (na beata Carolina) numa criatura que anda à porra e à maça com Pinto da Costa, e não acreditar no homem, na evidência futebolística e geográfica?
A justiça, desculparão as Senhoras Procuradoras (e aqui o plural vai por via da Drª Maria José Morgado que terá conseguido "descodificar" o telefonema sempre com a ajuda inestimável da Senhora Carolina) não terá mais em que se entreter? Não conviria andar para a frente, por exemplo: investigar outros telefonemas de outros dirigentes para outras personalidades a pedir um árbitrozinho? Ao que parece não faltam casos. E confessados publicamente alto e bom som pelos seus (ir)responsáveis. Será que por não serem do Porto os autores, a corrupção já não é crime? Eu, por mim, estou por tudo desde que as excelentíssimas autoridades assim mo cominem.
Um amigo meu sugeriu-me que pôr em causa a palavra da senhora Carolina é prova de exacerbado machismo. Retorqui se não seria feminismo aceitá-la apesar das incongruências. O meu amigo, sábio e matreiro, mandou-me ler Simone de Beauvoir e declarou que no actual momento histórico o politicamente correcto é aceitar como bom tudo o que for contra o FCP e como mau tudo o que prejudicar outro qualquer clube português.
Sendo um navalista (da Associação Naval 1º de Maio) antigo e exclusivo e detestando por igual os chamados três grandes (enfim o grande e os dois crescidinhos) perguntei se não se poderia mandar o clube da minha terra para a Champions em vez destes já que, assim como assim, tanto vale estar a vinte e tal pontos do primeiro como a trinta ou quarenta. O meu amigo, portista dos quatro costados ameaçou: se persistes nesse mau caminho peço ao Santana Lopes para voltar para a Figueira.
Perante esta ameaça definitiva e crudelíssima, retiro tudo o que se disse acima, entregando-me de baraço no pescoço à piedade indesmentida das Senhoras Procuradoras a quem desde já beijo a fímbria do vestido ou das calças consoante apareçam vestidas. E arrenego do juiz que pôs em causa as declarações da senhora Carolina. Para trás, Satanás!
Vai esta para o meu querido camarada JCP, portista fervoroso, que anda arredado destas lides. Ó homem apareça e diga coisas. Olhe, explique este imbroglio às leitorinhas, V que sabe tudo destes futebóis. Um abraço
Vem tudo isto a propósito do recurso que umas senhoras procuradoras apresentaram no caso apito dourado. Um juiz entendeu que a senhora Carolina Salgado mentira quanto a um telefonema de que se dizia testemunha. E mandou extrair certidões. E ilibou o senhor Pinto da Costa. Segundo os autos a senhora Carolina estava em Gaia na altura do alegado telefonema feito por Pinto da Costa no Porto. Ora a Sr.ª Procuradora entende que das duas, uma: ou PC contou o telefonema à testemunha Carolina, ou esta conseguiu vir de Gaia ao centro do Porto num ápice ouvindo assim o telefonema. Eu tenho o maior respeito pela Sr.ª Procuradora mas permito-me lembrar que vir de Gaia num pulinho até ao centro do Porto (e resta ainda determinar que centro) é milagre de Fátima desses de tornar Carolina beata ainda mais depressa que Santo António de Lisboa (ou Pádua para as leitoras italianas, se é que as há). Depois, acreditar que Pinto da Costa, galo velho, e com esporões, contaria à amásia os seus telefonemas é forçar uma história. Nos autos, que saiba, nunca Carolina, perdão a senhora Carolina, afirmou que o telefonema lhe fora contado. Ao que se sabe, ela disse que o ouvira em primeira mão ou primeira orelha. Ou seja, a senhora Carolina nunca disse que lhe tinham contado aquela treta.
Mas há esta obsessão por Pinto da Costa a mendigar favores arbitrais depois de ter um campeonato no papo. É caso para se dizer que o diabo do homem pode ser pinto mas é burro. Então, mesmo sem precisar de favores, vai arejar uns tostões só por amor à arte? Para que precisava ele de comprar um árbitro, num jogo que não só já era a feijões mas que sobretudo parecia fácil para o FCP? A Senhora Procuradora terá pensado nisto, na lógica disto, no estranho que é acreditar piamente (na beata Carolina) numa criatura que anda à porra e à maça com Pinto da Costa, e não acreditar no homem, na evidência futebolística e geográfica?
A justiça, desculparão as Senhoras Procuradoras (e aqui o plural vai por via da Drª Maria José Morgado que terá conseguido "descodificar" o telefonema sempre com a ajuda inestimável da Senhora Carolina) não terá mais em que se entreter? Não conviria andar para a frente, por exemplo: investigar outros telefonemas de outros dirigentes para outras personalidades a pedir um árbitrozinho? Ao que parece não faltam casos. E confessados publicamente alto e bom som pelos seus (ir)responsáveis. Será que por não serem do Porto os autores, a corrupção já não é crime? Eu, por mim, estou por tudo desde que as excelentíssimas autoridades assim mo cominem.
Um amigo meu sugeriu-me que pôr em causa a palavra da senhora Carolina é prova de exacerbado machismo. Retorqui se não seria feminismo aceitá-la apesar das incongruências. O meu amigo, sábio e matreiro, mandou-me ler Simone de Beauvoir e declarou que no actual momento histórico o politicamente correcto é aceitar como bom tudo o que for contra o FCP e como mau tudo o que prejudicar outro qualquer clube português.
Sendo um navalista (da Associação Naval 1º de Maio) antigo e exclusivo e detestando por igual os chamados três grandes (enfim o grande e os dois crescidinhos) perguntei se não se poderia mandar o clube da minha terra para a Champions em vez destes já que, assim como assim, tanto vale estar a vinte e tal pontos do primeiro como a trinta ou quarenta. O meu amigo, portista dos quatro costados ameaçou: se persistes nesse mau caminho peço ao Santana Lopes para voltar para a Figueira.
Perante esta ameaça definitiva e crudelíssima, retiro tudo o que se disse acima, entregando-me de baraço no pescoço à piedade indesmentida das Senhoras Procuradoras a quem desde já beijo a fímbria do vestido ou das calças consoante apareçam vestidas. E arrenego do juiz que pôs em causa as declarações da senhora Carolina. Para trás, Satanás!
Vai esta para o meu querido camarada JCP, portista fervoroso, que anda arredado destas lides. Ó homem apareça e diga coisas. Olhe, explique este imbroglio às leitorinhas, V que sabe tudo destes futebóis. Um abraço
5 comentários:
Marcelo, um abraço de uma camioneta de leitoras e deste raro leitor
Caro MCR, concordo consigo, que aliás demonstra saber mais de futebóis do que gosta de admitir. Reservo as minhas análises ao apito dourado para os finalmentes (daqui a uns bons, se calhar). É tudo tão mauzinho que até custa opinar sobre estes apitos...
A uns bons anos, queria dizer.
Boas férias.
viva JCP! e apareça na Galiza, homem, que alguma coisa se há-de poder petiscar...
Leitor Luís: obrigadinho, mas tu quem és? É que Luíses conheço não uma camioneta (nem tanto!) mads um largo par deles. E as leitoras podem até mandar beijinhos...
Marcelo, tens de clicar para saber. Topas?
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