Decorreram na passada sexta-feira (pelo visto, também no sábado…) as eleições legislativas em Angola. Dezasseis anos depois, os angolanos voltaram às urnas, mas o tempo parece não ter sido suficiente para que a organização desse uma resposta pronta e cabal a todos os constrangimentos verificados. A confusão generalizou-se e houve que repetir as eleições em muitas assembleias de voto, o que motivou a líder da delegação de observadores do Parlamento Europeu a classificar como um “desastre” a organização do processo eleitoral. Ainda que hoje venha dizer que as eleições foram “livres e transparentes”.
A verdade é que talvez não fosse de esperar algo de substancialmente diferente num país onde o caos é generalizado em amplos sectores e há carências gritantes em muitos serviços básicos, apesar do contínuo crescimento da produção de petróleo e do enriquecimento das “elites”. Ainda assim, o MPLA tira partido da sua longa permanência no poder e ganha as eleições com uma larguíssima maioria.
Apesar de Angola ser neste momento um importante destino de mão-de-obra e de produtos portugueses, chocou-me (ou talvez não) ver a passividade com que o Governo português olhou para o veto das autoridades angolanas à presença de órgãos de comunicação social portugueses naquele país durante o processo eleitoral. Com efeito, o facto de não terem sido concedidos vistos ao “Expresso”, à SIC, à “Visão”, ao “Público” ou à Rádio Renascença foi uma retaliação intolerável do poder angolano e devia ter motivado uma reacção firme das autoridades portuguesas. O Governo preferiu acentuar a “forma cívica e tranquila” como decorreram as eleições, mas não devia passar por cima de uma violação de princípios elementares, que deveria ter repercussões no relacionamento entre países amigos e adultos.
A verdade é que talvez não fosse de esperar algo de substancialmente diferente num país onde o caos é generalizado em amplos sectores e há carências gritantes em muitos serviços básicos, apesar do contínuo crescimento da produção de petróleo e do enriquecimento das “elites”. Ainda assim, o MPLA tira partido da sua longa permanência no poder e ganha as eleições com uma larguíssima maioria.
Apesar de Angola ser neste momento um importante destino de mão-de-obra e de produtos portugueses, chocou-me (ou talvez não) ver a passividade com que o Governo português olhou para o veto das autoridades angolanas à presença de órgãos de comunicação social portugueses naquele país durante o processo eleitoral. Com efeito, o facto de não terem sido concedidos vistos ao “Expresso”, à SIC, à “Visão”, ao “Público” ou à Rádio Renascença foi uma retaliação intolerável do poder angolano e devia ter motivado uma reacção firme das autoridades portuguesas. O Governo preferiu acentuar a “forma cívica e tranquila” como decorreram as eleições, mas não devia passar por cima de uma violação de princípios elementares, que deveria ter repercussões no relacionamento entre países amigos e adultos.
1 comentário:
O facto de o governo não reagir à interdição da SIC e outros jornais, talvez se deva ao hábito daquela prática que havia da "acção psico-social".
Vícios coloniais!
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