Ontem foi dia de grandes entrevistas com altos responsáveis do mundo da justiça. Na SIC Notícias, Noronha do Nascimento, Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, acabou por revelar que a Lei Penal deve ser alterada, defendendo a redefinição dos crimes abrangidos pela prisão preventiva.
Por sua vez, em entrevista à RTP, Maria José Morgado reconheceu que a lei está desadequada face às necessidades que o combate ao crime exige, dizendo, claramente, que a Reforma do Código de Processo Penal não foi uma grande ajuda, para além de ter entrado em vigor num prazo tão curto – 15 dias depois de publicado – que não permitiu que o mesmo fosse estudado e assimilado pelos agentes judiciais.
Outras figuras do mundo da justiça têm expressado as suas críticas ao CPP e apontado como saída a sua reformulação. Perante isto e face ao clima real de insegurança que se instalou, o que surpreende é que as baterias dos políticos e da comunicação social esteja direccionada para o Ministro da Administração Interna, deixando incólume o Ministro da Justiça, como se nada tivesse a ver com estas matérias..
Que pensará o Ministro da Justiça sobre estas coisas? Às tantas acredita mesmo que a lei é perfeita, os aplicadores é que são maus ou estão zangados por uma qualquer razão, sem razão. Entretando, a criminalidade sobe e sobe. O que, no entender do Governo, trata-se de um fenómeno normal, que apesar de tudo somos ainda um país seguro, abaixo dos índices europeus.
Portanto, esperemos que as nossas estatísticas subam e estejam ao nível comunitário para, então sim, o Governo alterar o CPP.
2 comentários:
Ministro recusa críticas ao novo regime de prisão preventiva
O ministro da Justiça defendeu hoje que o novo regime «da prisão preventiva não afectou em nada a criminalidade violenta porque essa continuou a ser regida pelas mesmas regras»
A ler em http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=109276
O senhor ministro parece ser pessoa para pensar pouco: poupa-se.
E poupa-nos ao brilho das suas elocubruções...
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