09 outubro 2008

Crise? Qual crise? (1)

Uma prestigiada editora sediada no Porto, à qual pretendíamos fazer uma primeira encomenda, acaba de nos informar que apenas podemos encomendar livros no valor tortal de 250 €, pois é o plafond máximo estabelecido para vendas a crédito. Bem, para além de livros que queremos ter na Livraria, há pedidos de clientes que queremos satisfazer, pagaremos então a pronto! Ah, isso não pode ser, só vendemos a crédito com prazo de 60 dias. Como disse? Então só podemos encomendar 250 € de livros e temos de esperar 2 meses para pagar e assim podermos pedir reposições e novos livros? Bem, podem prestar uma garantia bancária no valor mínimo de 5.ooo €... Certo, mas para quê a garantia bancária se pagarmos a pronto?? Uhm, é que o nosso sistema só admite pagamentos a crédito.

E PRONTO!!!!!

Crise? Qual crise?(2)

7 comentários:

Mocho Atento disse...

Gestão portuguesa!

Regras básicas:
1º A pronto vende-se sempre e logo;
2º Crédito só com garantia (seguro de crédito)
3º Crédito a descoberto nunca!Nem os Bancos o fazem e são especialistas!

Kamikaze (L.P.) disse...

Estimado Mocho,

Que há muito quem se queixe de crise no mercado editorial mas não faça nada para vender -antes pareça enfadar-se com quem comprar (que trabalheira lhes estamos a dar!) já percebi claramente e estou "nisto" apenas há uns meses...

Crise ou incompetência? Novos episódios na forja.

Mocho Atento disse...

Cara Kamikaze,

As suas novas tarefas de gestão vão permitir-lhe perceber que Portugal é cada vez mais um país inviável, porque não há gestores, nem empresários. Há patrões!

O problema das empresas portuguesas é falta de cocnhecimento, formação e informação.

Não se aprende sequer com os melhores exemplos do mercado. É muito difícil manter hoje uma actividade empresarial séria e sustentada.

Mas desejo-lhe do fundo do coração que tenha o maior êxito. O sucesso do alguém é sempre motivo de satisfação.

M.C.R. disse...

Arre! eu não sabia que havia editores assim... graças a Deus que ainda resistem alguns analfabetos!

Kamikaze (L.P.) disse...

Meu caro mocho, agradeço as suas palavras amigas e sinceras. Infelizmente, sobretudo nas terras pequenas, há muito quem se compraza com as dificuldades alheias e deseje mesmo que surjam mais e mais... pois o sucesso dos outros é prova de que é possível FAZER ALGO mesmo neste país inviável, o que é um monte de pedras nos sapatos de quem prefere a inércia e o lamento crónico... mas o Mocho, o MCR e os demais amigos incursionistas sabem bem que, a mim, as dificuldades aguçam o engenho e fortalecem a determinação :):):)
Este post foi, por isso, apenas um desabafo e um testemunho de quem, humildemente, reconhece só agora, passados os 50, começar a pçerceber de facto o que é o "país real"...

Aditei, entretanto, o episódio 2 ao post e há mais, muito mais...

o sibilo da serpente disse...

Ora, ora. No dia em que o meu filho nasceu, fui a uma loja de electrodomésticos comprar uma televisão. Eu queria comprar a pronto, mas não havia forma. Que não, que era mais ajustado comprar a prestações, que coisa e tal, era melhor. Bem. meia-hora depois, saí porta fora e fui comparar a tv a outro lado.
Não mes espanta, por isso, o que conta, Kami. O país real já existe há muito :-)

Kamikaze (L.P.) disse...

Caro Coutinho Ribeiro, aka Carteiro:
agradeço a compreensão manifestada e a dica: quando os clientes me vierem pedir livros que eu não tenho porque só me deixam comprar de 2 em 2 meses, já que, para usar a sua linguagem, só me vendem "a presdtações" e, logo, com plafond baixo, já sei o que fazer: mando-os comprar na livraria ao lado.