A D. Rosa tem existência real. Mãe preocupada com a educação dos filhos. Viúva. Nunca teve emprego certo por conta de outrem. Recebe uma pensão de sobrevivência (não sei se é assim que se chama) que lhe é atribuída e calculada (creio) com base no vencimento do falecido marido.
Recebe abono de família e um complemento da pensão ou RSI. Tudo somado não ultrapassará os 300 €. A D. Rosa faz parte das estatísticas que mostram o forte peso da pobreza no Norte e que o Expresso e outros jornais bem retrataram.
A D. Rosa cultiva umas terras, das quais retira batatas, cenouras, legumes, tomates, maçãs, figos, laranjas e outros produtos que a mãe-terra concede a quem a trabalha. A D. Rosa, também, cria galinhas (e até vende uns ovos e uns frangos) e tem sempre um porco na pocilga, que lhe vai dando os torresmos, chouriços, costeletas e outras carnes. Tudo sem grande custo financeiro, excepto o seu trabalho. A D. Rosa vive numa razoável casa cedida por um familiar e está a construir casa própria num terreno que lhe foi cedido por um familiar.
A D. Rosa não faz vida de pessoa rica, mas vive com conforto e com dignidade que o trabalho propicia. Mas, a D. Rosa faz parte das estatísticas da pobreza.
Sem generalizar, o exemplo da D. Rosa mostra que fora dos centros urbanos, para quem quiser trabalhar o campo, a pobreza que as estatísticas quantificam é qualitativamente diferente da pobreza urbana. É, digamos, menos pobreza, logo mais valor e dignidade humana.
A D. Rosa nada saberá de estatísticas. Estas também nada sabem da vida que a D. Rosa leva.
Recebe abono de família e um complemento da pensão ou RSI. Tudo somado não ultrapassará os 300 €. A D. Rosa faz parte das estatísticas que mostram o forte peso da pobreza no Norte e que o Expresso e outros jornais bem retrataram.
A D. Rosa cultiva umas terras, das quais retira batatas, cenouras, legumes, tomates, maçãs, figos, laranjas e outros produtos que a mãe-terra concede a quem a trabalha. A D. Rosa, também, cria galinhas (e até vende uns ovos e uns frangos) e tem sempre um porco na pocilga, que lhe vai dando os torresmos, chouriços, costeletas e outras carnes. Tudo sem grande custo financeiro, excepto o seu trabalho. A D. Rosa vive numa razoável casa cedida por um familiar e está a construir casa própria num terreno que lhe foi cedido por um familiar.
A D. Rosa não faz vida de pessoa rica, mas vive com conforto e com dignidade que o trabalho propicia. Mas, a D. Rosa faz parte das estatísticas da pobreza.
Sem generalizar, o exemplo da D. Rosa mostra que fora dos centros urbanos, para quem quiser trabalhar o campo, a pobreza que as estatísticas quantificam é qualitativamente diferente da pobreza urbana. É, digamos, menos pobreza, logo mais valor e dignidade humana.
A D. Rosa nada saberá de estatísticas. Estas também nada sabem da vida que a D. Rosa leva.
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