20 novembro 2008

Baixa Expectativa

A política portuguesa está um espanto. O PS (e o Governo) anda em bolandas com as “corporações profissionais”. É a guerra aberta dos professores. É a guerrilha surda dos Juízes, agora reunidos em Congresso sindical. São as corporações militares, etc. Hoje, por estranho que pareça, apenas banqueiros e administradores da banca estão razoavelmente satisfeitos com a acção do governo.

O PSD agita-se com o “novo” pensamento de Manuela Ferreira Leite, que hoje já aparece qualificada como o “activo tóxico do PSD”. Passos Coelho, sem grande alarido, vai reunindo as tropas em almoços com muita gente e visitas cirúrgicas pelo país. Ou seja, enquanto Meneses fustiga a líder, Passos Coelho mina o terreno para recolher o descontentamento e preparar-se para ser a alternativa. (Será que Passos Coelho ainda mantém como prioridade a privatização da CGD?)

E os outros partidos da oposição, que é feito deles? Qual o seu plano? Bom, os demais partidos da oposição – CDS, BE, PCP – em conjunto, mais coisa, menos coisa, clamam pelo mesmo. Pouco os distingue na agenda política. Com mais palco ou menos palco, todos gritam contra ministros, pedem a presença na Assembleia da República ou nas Comissões deste e daquele, de quem quer que seja, desde que possa introduzir ruído no sistema.

Esta prática, nada gratuita e bastante ruidosa, revela o quanto esta oposição não acredita na Justiça, razão para transformar o Parlamento numa Sala de Audição Pública, cujo resultado não vale pelo que “os intimados a depor” dizem, mas pelas perguntas que os “inquiridores, de olhos nos olhos, fazem (para se ver na TV).

Entretanto, o Governo lá vai levando a água ao seu moinho. O elefante branco chamado TGV vai palmilhando e absorvendo recursos. O megalómano aeroporto satisfaz a banca e imobiliárias. As novas auto-estradas e outras obras públicas de grande dimensão vão ajudar a agravar as contas públicas, sem grande retorno. Ajoelhemo-nos ao regresso da política do betão.

Que mais podemos esperar? A expectativa não é grande!

Sem comentários: