20 novembro 2008

Oleitor (im)penitente 41




Juizinho malta,
juizinho e tento na bola!


Declaração de interesses: sou um leitor avulso e pagante da “Colóquio Letras”. Desde o primeiro número ou quase. Nunca privei com nenhum director nem isso me foi necessário para gozar a magnifica revista.
Conheci a Drª Joana Varela em casa do meu amigo João Rodrigues mas, a falar verdade, não recordo nada e se a vir na rua não a reconhecerei. Ter-me-ei cruzado com ela nos lúgubres corredores da Secretaria de Estado da Cultura quando fui oficial desse ofício (na Delegação Regional do Norte, que um poder imbecil transferiu para Vila Real e um poder ainda mais totó lá manteve).
Sei da actividade de Joana Varela por lhe ler o nome na revista primeiro com especial colaboradora do Director David Mourão Ferreira e depois como directora.

Dito isto passemos ao que interessa: o pequeno círculo de leitores entusiastas da Colóquio entrou em parafuso: ao que parece Joana Varela é actualmente alvo de um processo disciplinar presumindo-se que, como vem sendo (mau e triste) hábito seja afastada da direcção da revista porque isto de processos disciplinares (mesmo na veneranda Gulbenkian...) acaba as mais das vezes mal.
E acaba mal porque, mesmo quando o processo morre na praia, o processado fica numa situação difícil. Sobretudo nesse mundo “feutré” das gulbenkians et alia. Ora, ao que parece, os motivos contra Joana assentam em pouco ou quase nada. Não a acusam de ouvir vozes mas apenas de desprezar o público. O público que em carradas e carretas se precipitava para comprar a revista mas que perante o revoltante aspecto elitista da mesma fugia a sete pés e se punha a ler furiosamente a Lux e a Gente.
Ora a Gulbenkian, a quem devo umas bolsas simpáticas para uma inutilidade elitista que em seu tempo se chamou Curso Superior de Direito Comparado, quer ser popular, pipolar, bipolar e não sei que mais. A Gulbenkian parece estar a tentar redescobrir outros mundos que não os que fizeram a sua merecida fama. Vai daí resolveu mostrar à cidade e ao mundo que os seus novos colóquios irão ser os dos simples (e não me refiro ao Garcia da Horta, nada disso), a vulgata. Ou seja, a Gulbenkian nivela por baixo. E nesse nivelar revolucionário lá se vai a cabeça de Joana. Antes isso que um fogo purificador como sucedeu à outra, a da história, a que ouvia as vozes. Antes isso que a queima de livros que antecipou outras queimas mais sinistras.
Já disse que não conheço a Dr.ª Joana Varela de parte alguma. Não sou amigo dela, duvido que alguma vez o venha a ser, vivendo como vivo noutra cidade, mas tenho pela personagem a moderada simpatia que costumamos ter pelos editores dos jornais e revistas que nos vão acompanhando. E a duzia de belos volumes que aqui conservo desde 1996 e que são da responsabilidade directa dela obrigam-me a tomar posição numa guerra que só é minha por motivos de interesse público, cívico e cultural.
Tentei saber se atrás dos pecadilhos veniais, demasiado veniais, que se apontavam outros existiam, mais fortes e mais sérios. Da Gulbenkian apenas surde um espesso e inquietante silêncio e de gente que conheço de nome, de escrita ou pessoalmente e por quem tenho (pelo menos) consideração vou lendo uma forte solidariedade com Varela.
Vou dar o nome para um abaixo assinado que por aí corre mas, macaco velho e de rabo pelado, entendo que desta modesta mas honrada trincheira também se pode disparar uma salva de mero aviso. À Gulbenkian para que não perca a sua alma. A quem de direito para pensar bem no que deve e não deve fazer. Ao público para que este saiba o que se passa no mundillo cultural. aos meus amigos para, querendo, juntarem a sua limpa voz à minha. O que se faz.

As leitoras e leitores interessados podem consultar “joanavarela.blogspot.com” e saber mais do que se passa. E já agora saber se de facto ela insultou aquela extraordinária criatura que assola a Educação Nacional e dá por Marçal Grilo

1 comentário:

josé disse...

Marçal Grilo é o da "escola inclusiva". Logo, quer incluir na revista, o que lá não deve estar.

Todo o mal, foi inclui-lo a ele, na cadeira-mor da Gulbenkian. Em vez de lhe mostrarem um banco de réu, por uma Educação miserável que nos torna cada vez mais ignorantes, como povo.