17 dezembro 2008

O CIRCULO


Santana está de regresso ao grande palco da política. Na verdade, ele nunca deixou de estar lá, com o microfone por perto. Quando um dia disse “vou andar por aí”, era isso mesmo que pretendia dizer: manter-se na crista da onda, criar a oportunidade, não deixar a zona.

Declarou-se disponível e uma grande vontade de ocupar a residência municipal, com direito a cama, mesa e roupa lavada. Ainda se notaram alguns indícios de resistência, por parte de alguns confrades. Mas não havia hipóteses. Santana Lopes sabe como estas coisas se fazem. Passo a passo, lá foi construindo o caminho, uma palavra aqui, uma deixa acolá e, pronto, o fim só poderia ser este: candidato, de novo.

Santana Lopes é sobejamente conhecido. Sabemos quem é, o que vale e o que se pode esperar dele, pelo que nada há para analisar ou a aventar expectativas. A visibilidade que a televisão lhe deu e dará, mais o contributo do pessoal “descomprometido” da comunicação social constitui forte aconchego para os seus objectivos. Acresce que os actuais tempos de crise não devem aconselhar mudança nos protagonistas, razão para entender o comentador Marcelo Rebelo de Sousa, quando diz, com o ar sério, próprio das pessoas sábias, que, na situação actual, Santana Lopes é o melhor candidato do PSD à Câmara de Lisboa.

Marcelo deveria querer dizer que, para o caso, Lisboa pouco conta, porque Santana Lopes é uma pessoa bafejada pela sorte. Basta-lhe existir e mostrar-se, para que as coisas lhe aconteçam. É daquelas pessoas que bem pode dizer: não faço nada, falo, e tudo me vem ter às mãos.

Sem comentários: